Capitulo 12

3 0 0
                                    

Parte 1- Mike:

Assim que adentramos a sala, os olhos de todos caíram sobre Morgana. Estavam perplexos. Suas expressões eram tão confusas quanto havia sido a minha.
— M-mas como? — Marg perguntou se aproximando.
— Mike me trouxe de volta. Ele me ressuscitou. — Morgana falou.
Pietra foi a primeira a se aproximar. Ela praticamente pulou nos braços de Morgana, a envolvendo em um abraço carinhoso.
— Que bom que você tá bem! — Esbravejou ela.
Assim que elas se soltaram, Jackson também a abraçou. Então veio Margarida, meio sem jeito, repetindo o gesto dos demais.
Foi quando Marg se afastou, que o estranho momento aconteceu. Miguel se aproximou de Morgana e a envolveu em um abraço.
— Então, o que aconteceu exatamente, Morgana? — Pietra perguntou, não apenas por curiosidade. Ela fez também, para afastá-los.
— Não sei direito. Estava desacordada. Mike que viu tudo. — Ela falou, me dando a deixa para explicar a situação.
— Bem, Icaro estava mantendo a Morgana como refém para que Jack se acalmasse, mas quando Marg entrou, ele se assustou e acabou enfiando a faca nela. Não sei o que deu em mim, mas eu só senti que precisava chegar até Morgana de qualquer jeito. Então, quando os soldados começaram a se aproximar pra me levar de lá, comecei a empurra-los, sem perceber que eles estavam morrendo. Acho que até percebi, mas nem me importei. Quando finalmente alcancei Morgana, vi que era tarde demais. A única coisa que fiz foi abraçá-la. Então, quando notei que ela estava realmente morta, fui partir pra cima do Icaro. Eu estava pronto pra matá-lo, quando Morgana me chamou.
Todos me olharam, parecendo assimilar cada parte da história de sua própria maneira. Antes que pudessem emitir respostas, os soldados entraram na sala e nos levaram de volta para nossas celas.

Parte 2- Jackson.

20 dias. Há mais de uma semana, estávamos presos nesse inferno. Todo dia era a mesma coisa. Café da manhã as 8h00, após uma hora éramos levados ao banheiro, escoltados por 4 guardas. Dois pra mim, dois pro Miguel. Lá, recebíamos novas roupas. Então nos levavam para as atividades do dia. Começava com academia. Nos faziam correr na esteira por uma hora, sempre equipados com vários sensores para nos analisar a cada respiração. Depois, as consultas médicas. Essas eram individuais e variavam de acordo com o exame que nos era submetido. Então, almoço as 13h00. Esse fazíamos juntos, em uma espécie de refeitório. Porém estava sempre vazio, apenas escoltado com os guardas que nos escoltava.
Desde os eventos da noite em que Morgana sofreu o acidente, não haviam feito chantagens emocionais conosco. Pelo visto perceberam que não daria certo.
Em vez disso, todas as tardes nos colocavam em pequenos desafios, que só conseguíamos resolver usando nossas habilidades. Algumas eram em conjunto, outras não. Mike nunca participava. A habilidade dele era treinada de outra forma, que ele não compartilhara. Cada dia que se passava, sua aparência parecia anos mais velha. Ele estava sempre cansado e cabisbaixo. Todos estávamos, mas o que ele tinha... era diferente. Parecia que sua alma se esvaia aos poucos. Nem mesmo Morgana conseguiu descobrir que tipo de testes faziam com ele.
Após o último treino, éramos levados de volta aos quartos, onde recebíamos nosso jantar as 20h00. As 22h, as luzes se apagavam.
E então o processo se repetia, dia após dia.

Parte 3- Pietra

— Que gororoba é essa? — Miguel resmungou enquanto brincava com sua comida. — Cada dia que passa o gosto parece piorar.

Morgana apenas suspirou, enfiando uma colherada na boca. Todos estavam quietos, apenas ligados no automático. Estava cada vez pior. Não conseguíamos mais conversar entre si. Todos os assuntos haviam acabado e os que realmente queríamos discutir, éramos muito covardes para se quer menciona-los.

— Talvez essa comida te deixe mais forte. — Jackson soltou, com um tom ácido. — Você está claramente precisando.

— O que você quer dizer com isso? — Miguel rebateu, já na defensiva.

— O que eu quero dizer, Miguelito, é que você é fraco. Não conseguiu nem esvaziar um tubo de água ontem. Sua única tarefa. Não conseguimos passar no teste por sua culpa.

Miguel arregalou os olhos com surpresa. Então, sua expressão mudou para a raiva e ele o encarou com ódio nos olhos.

— Quem você pensa que é?! Só porque consegue abrir buracos no chão e fazer plantinhas crescerem, não significa que você seja poderoso. Se eu quisesse, poderia fazê-lo se afogar em sua própria saliva. — Ele respondeu, apoiando suas mãos na mesa e se levantando.

— Eu quero ver você tentar. — Jack respondeu, repetindo seu movimento.

— PAREM. — Marg exclamou. — Parem de brigar. Por favor.

Ambos se sentaram com um semblante arrependido estampado em seus rostos. Suspirei ao olhar os guardas se aproximarem. Estava na hora.

Me levantei e me despedi dos outros, antes de ser levada por um guarda. Um guarda... isso era estranho. Sempre éramos acompanhados por dois. Então, quando me dei conta, estávamos fazendo um caminho alternativo. Não conhecia aqueles corredores, que estavam estranhamente vazios. Antes que pudesse protestar, ele tapou minha boca e me arrastou em direção a porta mais próxima. Quando entramos, ele bruscamente me soltou.

— Se você fizer algo comigo eu vou gri... — Antes que pudesse terminar, fui interrompida.

— Calma. Meu nome é Benjamin. Eu estou aqui para ajudar.

Parte 4- Morgana.

As vezes me pegava pensando como seguiram sem mim. Quando minha mãe havia aceitado que estava morta. Tirado as coisas do meu quarto, doado minhas roupas. Me perguntava se meu irmão agora estaria casado. Será que ele havia nomeado sua primeira filha a mim? E a mãe de Leonardo? O que será que aconteceu com ela? Teria ela, passado o resto do seus dias esperando a volta de um filho morto?

Era tortura. Não o fato de ficar presa. Isso também era ruim, mas o que realmente me destruía diariamente era minha própria cabeça. Meus pensamentos cheios de "e se". Horas pensando como poderia ter mudado as coisas.

Me despertei de meus pensamentos quando Mike foi trazido de volta ao quarto. Ele estava cabisbaixo, como de costume. Já havia tentado perguntar o que faziam com ele durante os treinamentos, mas ele sempre se recusava em responder. Não conversávamos. Nossas interações envolviam sempre diálogos monossílabos. Estávamos muito exaustos para se quer tentar qualquer coisa além.
Na hora de dormir, sempre ia dormir em sua cama. Não era um ato romântico. Nem perto disso. Só sentia que precisava, e ele nunca se opôs. Parecíamos robôs, agindo sempre no automático.

Parte 5- Margarida

Hoje (21/04/2024) eu fui abrir minha conta no wattpad pra procurar algo e achei esse rascunho. Quem sabe algum dia eu finalizo a história

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 21 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Os Seis ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora