CAPÍTULO V

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2 horas antes

- Ok... É o seguinte. Suas fichas estão praticamente em branco. Precisamos de algum contato, algum parente para notificarmos que estão bem e acordados. – olho em expectativa para eles – Lembram de alguém?

- Fichas? – pergunta Alexander.

Meu sorriso vai apagando. – Como assim? Fichas são onde todos os detalhes do paciente, sua identidade, onde mora, quem o hospital pode entrar em contato, estão escritos. São informações vitais para quando...

- Isso é insano. – diz Frederick se levantando da cama e perambula pelo quarto. Ele esfrega seu rosto, parecia a beira de um colapso.

- Em que período estamos?

Franzo o cenho. – Caramba, vocês ficaram muito tempo em coma. Por um momento... – balanço a cabeça – Estamos em 2017.

Vejo Alexander empalidecer. Rapidamente vou até ele. – Você está bem? Calma, vou chamar alguém e...

- 2017? – ruge Frederick. – Salomon me disse algo nesse sentido, mas não achei que fosse tanto tempo.

Alexander nega a cabeça para mim, dispensando minha ajuda. – Você sabia. Desde o começo que isso era loucura!

- Gente... – ergo a mão – Alguém me explica o que está acontecendo?

Os dois me encaram e ao mesmo tempo, tentam me explicar.

Algo relacionado a esposa de um, morte, sumiço, um mago...

Levanto de minha cadeira. – Acho que vocês estão um pouco loucos... – tapo a boca rapidamente com a mão livre – Caramba, isso foi antiprofissional, desculpem. Enfim... Isso é loucura.

Frederick se aproxima de mim, segura minhas mãos e me faz olhar em seus olhos.

- Você precisa nos ajudar. Me ajudar. – ele aperta suas mãos sobre as minhas, era reconfortante, instigando a confiar nele. Ele exalava isso. Confiança. Ou ele era bom nisso, ou era algum malandro. – Sim, parece loucura. Mas é isso. Preciso encontrar ela, saber o motivo de ter fugido. Porque não voltou para mim.

- Ela pode ter sido sequestrada, Frederick. Lembre-se disso.

Encaro os dois, de um para o outro. Suspiro.

- Como posso saber se isso que estão me contando, não passa de uma lorota, e estão tentando me enganar?

Frederick solta minhas mãos, parecendo ofendido. – Porque sou o rei Frederick Aires Bogdan, rei das terras de Warwich, rei Dimitri V, o herdeiro legitimo, o rei do povo, escolhido por Deus. E eu nunca minto.

Minha boca estava escancarada. – Aaaah... O que?

Ele franze a testa. – Nunca ouviu falar de mim?

Rio. – Warwich, onde fica? Certeza que não é do Brasil.

- Brasil? – pergunta Alexander. – É um país?

Não posso segurar a gargalhada que explode pela minha garganta. – Aah não, vocês estão brincando comigo?

Eles me encaram seriamente.

- Puta merda, sério?

Busco meu celular e tento digitar rapidamente os vários nomes do meu paciente no google. E abro o primeiro site, tem uma rápida biografia dele e...

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