Where's My Love / Scalia (EM PAUSA)

Cap. 3 (Malia)

Eu não estou bem com isto, preciso sair daqui, não aguento mais tempo, sinto como se fosse desmoronar a qualquer momento, a única coisa que me ocorre é fugir. E é isso que faço, corri para longe dele, para longe dos meus problemas em direção ao penhasco ignorando os seus chamados, deixa-me em paz não me sigas, por favor não tornes isto mais difícil. Imploro-lhe mentalmente.

Quando cheguei ao topo desabei. Eu gosto deste lugar, é seguro, pacifico, ninguém cá vem, talvez por medo do que possa haver aqui. Permiti-me chorar enquanto as lembranças da nossa relação, de todos os nossos momentos me vinham à cabeça.

Não sei quanto tempo passou mas sinto-me mais calma agora, estou a ouvir passos vindos na minha direção, fico em alerta, pronta para atacar. Mas tranquilizo assim que, pelo cheiro, percebi que era o Scott.

Pensei que ele ia me dar um grande sermão por estar transformada, mas não, ele simplesmente sentou-se ao meu lado. Percebi que ele pretendia me dar um abraço mas recuou por eu estar transformada.

-Podes te destransformar, trouxe roupa para ti. -Ele preocupa-se mesmo comigo, ele é mesmo o melhor amigo de sempre. Voltei ao normal, vesti-me, e voltei a encarar a paisagem que era Beacon Hills, a refletir sobre tudo, como se agora duvidasse de toda a existência.

-Como é que sabias que eu estava aqui? Ele contou-te?

-Não, quando eu e a Alisson acabamos e eu perdi a minha âncora, vinha para aqui, para poder ficar sozinho. -Disse, e logo após baixou o olhar triste, ainda lhe dói falar dela. -Então achei que pudesses estar aqui, é um lugar realmente mágico.

-Obrigado por vires e por te preocupares comigo.

-És a minha melhor amiga e fazes parte do bando, é o meu dever como teu amigo e teu alfa preocupar-me contigo. - Disse dando um dos seus sorrisos que transmitem paz e conforto. Ou como eu lhe chamo "Sorriso perfeito"

-Como é que soubeste?

-Eu já sabia a algum tempo, sobre ele e a Lydia, fui eu que o forcei a contar, ele só me pediu para ver se estavas bem, mas sabes que eu viria mesmo que ele não pedisse. -O Scott é mesmo a pessoa mais especial do mundo. É tão fácil gostar dele.

-Não sei o que fazer. Sabes, acho que o que mais dói não é termos acabado, é ele ter me traído com aquela que eu considerava como minha melhor amiga durante sabe-se lá quanto tempo e continuarem a agir como se não se passasse nada.

-Eu quis dizer-te, tantas vezes, mas estavas tão feliz com ele, e eu não tinha o direito de acabar com isso. -Ele está mesmo arrependido por não me ter dito, mas não precisa a culpa não é dele. - Peço muitas desculpas.

-Não precisas de ficar assim, tens razão, não era a tua função contar-me, a culpa não é tua. Não ligues se eles disserem que é, porque eu digo que não e eu é que mando. -Ele riu-se. -Na verdade és tu, mas ninguém precisa de saber que eu disse isto.

-Não é normal, qualquer outra rapariga estaria neste momento no quarto a ver filmes românticos e a deprimir.

-Talvez, mas, por enquanto preferia estar aqui com o meu melhor amigo a apreciar esta vista e a divertir-me antes de me dar a crise e começar a perder o controlo, mas se quiseres muito posso ir fazer isso, mas só se vieres comigo. Não dispenso da tua boa companhia.

-Não, prefiro ficar aqui do que ir ver esses filmes horríveis. Aquilo é tanto mel que até fico assustado. - A única reação que tive foi começar a rir. -E Lia, no que depender de mim nunca vais perder o controlo, vou estar sempre contigo para te impedir de matares alguém... -Agora lembrei-me de quando ia matando a professora de matemática. - Como quando ias matando a professora de matemática. - Outra coisa incrível no Scott é que ele consegue perceber no que é que estou a pensar.

-Pensando melhor, nós devíamos ir para casa ver os filmes.

-Por mim, sim, desde que não sejam de romance.

-Não te preocupes não serão.