Depois dos quinze anos você acaba percebendo como o tempo se torna célere. Como sentimentos se tornam mais intensos. Num dia você está discutindo com seu primo qual o melhor desenho animado, e no outro acorda se questionando qual curso deveria fazer, em qual faculdade deveria entrar, se deve começar a trabalhar. Tudo de repente vira um bolo de decisões. E nem sempre essas decisões vêm com um temporizador. Na maioria das vezes é preciso decidir rapidamente qual é a melhor escolha a se fazer e se você não saber, por um alumbramento rápido, pode acabar escolhendo uma terrível decisão que magoará alguém, ou você, profundamente. Tudo é ligeiro. Quando você conseguiu responder a primeira pergunta, a quinta questão já foi feita.
Estar no ensino médio é mais nocivo do que se parece. Tudo se torna diferente do que era no fundamental. Você está sozinho. Não existe mais colo dos pais e os professores se importam menos com você porque ambos esperam que você haja como um adulto. Mesmo que ás vezes nem eles mesmos saibam como. Eu detesto esse novo mundo. No ensino médio os relacionamentos amorosos começam a ser uma grande pressão mais do que nunca. Eu nunca namorei, muito menos beijei alguém pra valer. Porém como a maioria das adolescentes eu fui extremamente apaixonada pelo meu melhor amigo. É, e como eu disse: por uma rápida ilusão eu acabei quebrando minha cara. Eu fiz a escolha de contar para ele e tudo desandou como um trem descarrilhado. Abri meu coração e o deixei falar, diferente de Jackson que ficou mudo e se fechou para mim.
De todas as coisas banais que eu poderia ter guardado da minha adolescência, guardei logo uma forte desilusão amorosa. Confesso que aquele sentimento por ele não se apagou totalmente. Obviamente fiquei magoada por ele não ter dito nada e eu não esperava que dissesse, mas ele ter se afastado aos poucos de mim foi uma perda mais dolorosa do que uma paixão, eu perdi meu melhor amigo. Fiquei triste no inicio, porém hoje é só uma pequena ferida que não se fechou. Não posso mentir e dizer que me curei quando todos os dias o vejo saindo de casa e vejo seu rosto pelo colégio e me lembro de tudo aquilo. Mesmo depois de um ano, ainda me dói porque sinto a falta do meu melhor amigo e me sinto idiota por isso. É impossível esquecer alguém que é seu vizinho desde os seus três anos de idade.
Mas a vida nem sempre é toda feita de espinhos. Apesar de ter perdido um melhor amigo, ganhei outro logo em seguida. Yugyeom e eu estudamos juntos pela primeira vez no jardim de infância, nunca pensei que um dia iriamos ser tão próximos como hoje somos. Começamos a conversar na aula de química do ano passado quando o professor nos obrigou a fazer dupla. Digo obrigou pelo fato de que não queríamos ser a dupla um do outro. Eu queria que minha dupla fosse uma garota e ele queria que fosse um garoto, mas até hoje eu agradeço a insistência do professor. Yugyeom era o melhor amigo que alguém poderia ter. Ele fez mais do que apenas preencher um espaço vazio em mim, ele me ajudou a olhar a vida de outra forma. Gosto de quem eu sou quando estou com ele.
O vejo atravessar o corredor acenando com um belo sorriso no rosto, vindo em minha direção. Ele ganha outros olhares além do meu quando passa. Devo confessar que ele é um dos garotos mais bonitos da escola. Mesmo sendo tímido, ele fazia bastante sucesso com as garotas.
Ainda sorrindo, ele bagunça meu cabelo quando chega ao armário.
— Bom dia! Por que está com essa cara de poucos amigos?
— Além de você ter bagunçado meu cabelo, que já não estava lá grande coisa, agora é aula de história.
— Me desculpe. — Ele faz de novo. — Eu adoro sua cara de irritada. É tão fofa! — Suas mãos vão em direção a minha bochecha, mas as detenho com um tapa. — Ai! Mas espera, você ama história.
Arrumando outra vez meu cabelo com o humor ainda pior que antes, digo:
— Mas eu odeio aquele professor. E vou odiar você se tocar no meu cabelo de novo — ameacei.
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Meu (ex)melhor amigo | Imagine Jackson Wang & Kim Yugyeom.
Teen Fiction!!!EM REVISÃO FUTURAMENTE!!! V O L U M E I A vida de uma adolescente não é nada fácil. Ainda mais com toda pressão psicológica que o ensino médio trás. E em meio a toda essa confusão de hormônios a flor da pele e sentimentos bagunçados, S/n não e...