Capítulo 18

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Não preciso descrever o final de semana que meu colegas vieram em casa. Curtimos muito, nadamos, tomamos sauna, bebemos muito, ficamos um tempão brincando no forte. Fernanda achou uma fantasia de índia, trouxe e nos divertimos muito. No final, estávamos todos fazendo um lanche na casinha da árvore. Vi que não sou só eu que tenho saudades da infância.

Mamãe parecia encantada em cuidar dos meus convidados. Até cancelou um jantar beneficente, só para estar lá e acompanhar tudo. Caprichou no almoço e nos lanchinhos na beira da piscina. Ficamos todos no meu banheiro no sábado à noite, e ela mandou servir um jantar delicioso no meu quarto.

Fernanda deu mole e dormiu comigo no sábado. Foi bom, sexo é sempre bom, mas ela parecia deslumbrada. Muito mais com a casa do que comigo. Acredito que teria gozado simplesmente se soubesse o preço do quadro que ela gostou, que ficava ao lado da cama

Pietro pediu para ver as Ferraris, e até saímos passeando com elas pela propriedade. Todos dirigiram, tiraram retratos, Fernanda não disfarçava, parecia hipnotizada.

Domingo, quando todos vão embora, estou voltando para meu quarto, quando o Tomás me chama.

- Senhor, posso lhe falar um momento?

- Claro, Tomás, e obrigado pela sua ajuda, meus colegas gostaram de tudo, e os seguranças não incomodaram em nada.

- Que bom senhor, são jovens simpáticos e nenhum deu problema, ninguém entrou onde não podia, então, não tivemos nenhum trabalho. Na verdade, queria lhe falar sobre a garota que ficou com o senhor.

- A Fernanda?

- Sim.

- Que tem ela?

- Pudemos ouvir uma conversa dela com a namorada do Pietro. Ela não sabe que temos câmeras gravando as áreas externas. Gostaria que ouvisse senhor.

- Não, Tomás, não precisa, diga o que preciso saber.

- Ela comentou que ganharia na mega sena se te fisgasse.

- É, eu percebi que ela ficou deslumbrada. Obrigado, Tomás, é mais justo me prevenir que me impedir de viver não é? - E fico encarando-o.

Vejo que ele fica completamente branco.

- O que o senhor sabe?

- Sei de tudo e não pense que te recrimino, você não trabalha para mim, mas para eles, e estava recebendo ordens, eles não precisam saber que eu sei. Não vai mudar meu passado, mas pode tornar meu presente um inferno. Quanto à Fernanda, vamos ser só colegas. Logo me formo e não vou dar nenhuma chance para ela achar que tem qualquer cartão dessa loteria aqui.

- Não sei exatamente o que te contaram, senhor...

- Tomás, isso não importa. Por sinal, gostaria de começar a treinar alguém para ser meu chefe de segurança. Alguém como você é para meus pais. Gostaria de ter alguém trabalhando para mim com a sua competência, sua lealdade.

- Ela também se aplica ao senhor.

- Não se entrar em conflito com eles, você trabalha para eles. Quero alguém em quem possa confiar, que abra meus olhos quando notar que mesmo aqueles que me amam estão, de alguma forma, me enganando.

- Como o senhor soube?

- Como eu nunca duvidei, é que importa Tomás. Por isso não quero escutar nenhuma gravação. Será que a mãe não mandou que a manipulassem?

- Não precisa dizer nada - digo quando ele tenta falar. - Nesse caso, eu mesmo vi que a Fernanda estava interessada em meu dinheiro. Eu não sou idiota e nem quero ser tratado com um novamente, mas agradeço sua preocupação.

O Refém (livro gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora