Naquele sábado eu mesmo ligo para o número fornecido no book e posso apostar que reconheci aquela voz, chego a sentir meus pêlos se arrepiando, mas pedindo licença, ele sai do telefone e outra pessoa vem me atender.
- Gostaria de contratar os serviços do rapaz de nome Arthur, referência número tal, - digo excitado já.
- Hoje à tarde seria ótimo - digo respondendo à sua pergunta. Acho que pagamos sempre em cash, mas pode me informar o valor? Nunca tratei pessoalmente desses assuntos - completo. Fiquei surpreso quando escuto. É, cobram e cobram caro realmente, me lembro de suas palavras. Será que foi ele que me atendeu?
Ligo novamente, desta vez do meu celular, que não passa pelo controle dos seguranças, nem é gravado e é a mesma voz da primeira vez, tenho certeza... é a sua voz.
- Por favor, não sai do telefone não, esta linha é segura - eu digo.
- Deseja falar com quem?
Não há a menor dúvida, é a sua voz, penso sentindo meu coração palpitar mais forte.
- Acredito que com você mesmo, só queria dizer que estava completamente certo, sobre tudo. Ainda tenho muito a aprender, andei dando umas ordens meio idiotas, mas estou começando a gostar de ser o dono da minha vida.
- Que bom, a perfeição vem com a prática, e vai gostar do Arthur, mas deve estar me confundindo com alguém senhor.
- Acho que não, mas isso não interessa agora. Ah, aquela verdura verde escura que eu gostei, qual era mesmo o nome?
- Mostarda - ele diz depois de vários segundos, e dou uma risada nervosa.
- Essa você me pegou - ele diz rindo também.
- Não acredito, você caiu porque quis, teve até tempo para pensar.
- Entendi em quem posso confiar - ele diz tranquilamente.
- Você faz uma oferta especial para um cliente VIP?
- Qual a sua idéia?
- Se eu provar todos, posso ter o dono da casa?
- Você aprende rápido mesmo, meu príncipe - ele diz rindo. - Vou pensar. Vou te dar um tempo, para você aprender uma coisinha ou outra.
- Também prefiro assim, não quero fazer feio.
- Essa possibilidade não existe, meu príncipe.
- Sinto sua falta.
- Também sinto a sua, se cuida.
- Você também. Silvinha caprichou, obrigado. Ah, ontem pedi um avião, inventei na hora, o pai disse que o momento não é ideal. Já sei o que é querer e não ter.
Posso ouvir sua risada gostosa. Posso jurar que seu olho brilhou, quase posso ver.
- Então essa lição você já aprendeu - posso ouvi-lo dizer.
- Pois é.
- Vou pensar.
- Mas pensa com carinho...
- E seus seguranças?
- Tenho certeza que vamos pensar em alguma coisa, mas pode sempre trazer, pessoalmente, o novo book.
- Outro?
- Você esqueceu alguém importante.
- O dono, por exemplo?
- Só por exemplo.
- Vou pensar.
- Eu fui sequestrado, sofri tanto, até me bateram, preciso de um pouco de carinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Refém (livro gay)
RomanceMinha vida virou de cabeça para baixo quando fui sequestrado. Meu pai é um empresário de renome, que ganha muito dinheiro, e sempre fui obrigado a andar com um monte de seguranças. Mas naquele dia não adiantou. Estava na sorveteria quando eles chega...