Capítulo 14

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Naquele sábado eu mesmo ligo para o número fornecido no book e posso apostar que reconheci aquela voz, chego a sentir meus pêlos se arrepiando, mas pedindo licença, ele sai do telefone e outra pessoa vem me atender.

- Gostaria de contratar os serviços do rapaz de nome Arthur, referência número tal, - digo excitado já.

- Hoje à tarde seria ótimo - digo respondendo à sua pergunta. Acho que pagamos sempre em cash, mas pode me informar o valor? Nunca tratei pessoalmente desses assuntos - completo. Fiquei surpreso quando escuto. É, cobram e cobram caro realmente, me lembro de suas palavras. Será que foi ele que me atendeu?

Ligo novamente, desta vez do meu celular, que não passa pelo controle dos seguranças, nem é gravado e é a mesma voz da primeira vez, tenho certeza... é a sua voz.

- Por favor, não sai do telefone não, esta linha é segura - eu digo.

- Deseja falar com quem?

Não há a menor dúvida, é a sua voz, penso sentindo meu coração palpitar mais forte.

- Acredito que com você mesmo, só queria dizer que estava completamente certo, sobre tudo. Ainda tenho muito a aprender, andei dando umas ordens meio idiotas, mas estou começando a gostar de ser o dono da minha vida.

- Que bom, a perfeição vem com a prática, e vai gostar do Arthur, mas deve estar me confundindo com alguém senhor.

- Acho que não, mas isso não interessa agora. Ah, aquela verdura verde escura que eu gostei, qual era mesmo o nome?

- Mostarda - ele diz depois de vários segundos, e dou uma risada nervosa.

- Essa você me pegou - ele diz rindo também.

- Não acredito, você caiu porque quis, teve até tempo para pensar.

- Entendi em quem posso confiar - ele diz tranquilamente.

- Você faz uma oferta especial para um cliente VIP?

- Qual a sua idéia?

- Se eu provar todos, posso ter o dono da casa?

- Você aprende rápido mesmo, meu príncipe - ele diz rindo. - Vou pensar. Vou te dar um tempo, para você aprender uma coisinha ou outra.

- Também prefiro assim, não quero fazer feio.

- Essa possibilidade não existe, meu príncipe.

- Sinto sua falta.

- Também sinto a sua, se cuida.

- Você também. Silvinha caprichou, obrigado. Ah, ontem pedi um avião, inventei na hora, o pai disse que o momento não é ideal. Já sei o que é querer e não ter.

Posso ouvir sua risada gostosa. Posso jurar que seu olho brilhou, quase posso ver.

- Então essa lição você já aprendeu - posso ouvi-lo dizer.

- Pois é.

- Vou pensar.

- Mas pensa com carinho...

- E seus seguranças?

- Tenho certeza que vamos pensar em alguma coisa, mas pode sempre trazer, pessoalmente, o novo book.

- Outro?

- Você esqueceu alguém importante.

- O dono, por exemplo?

- Só por exemplo.

- Vou pensar.

- Eu fui sequestrado, sofri tanto, até me bateram, preciso de um pouco de carinho.

O Refém (livro gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora