Cores voavam pelo ar. Dizer que o céu era cheio de arco-íris seria como chamar uma tempestade de garoa.
Lembrava um vitral, embora não houvesse figuras ou formas definidas. Eram simplesmente as cores, de aparência vaporizada, movendo-se continuamente. Por vezes, delineavam formas e objetos, que os alunos competiam tentando decifrar, só para depois dispersar-se novamente, sem nunca perder o caráter hipnotizador.
Não havia entrada. Nenhum lugar para se certificarem de quem entrava e saía. Os administradores de Nyhed confiavam muito em sua magia de proteção. Provavelmente confiavam em si mesmos também, para terem tanta certeza de que ninguém que entrasse lá iria sair por vontade própria.
Mas era perceptível a aproximação da escola. Os caminhos, antes tortuosos e cheios de areia, passavam a ser de pedra, tão lisos e brancos que passavam a impressão de serem escorregadios. As árvores passavam a ser mais verdes, e seus troncos começavam a fazer curvas impossíveis segundo a física.
Aos poucos, o matagal ia ganhando cor, e o céu não parecia mais tão peculiar. Mas a certeza de ter chegado se dava mesmo quando se via as pequenas plantações.
Talvez aquilo possa ser chamado de horta, se você achar que uma horta pode incluir plantas que desafiam tudo o que se aprende em biologia. Definitivamente, eram comestíveis. Folhas e frutos de todas as cores e formatos, formando desenhos harmoniosos e cativantes, nasciam na terra segurada pela união em formato de cálice de raízes e cipós.
As trilhas seguiam em direção ao principal ponto de encontro de todos os alunos, chamado de Grande Jardim. Não era o mais criativo dos nomes, entretanto nenhuma palavra descreveria-o melhor. Tudo ali era grande.
Não se via o começo ou o fim dos caules. Não se sabia de qual ramificação surgia cada folha. Cada fruto de cada árvore alimentaria facilmente cinco ou seis pessoas. Tudo isso coexistia sem que houvesse qualquer aparência de desordem. O topo das árvores não encobria totalmente o céu estonteante, e nada crescia aonde não devesse.
E ali, bem no centro do jardim, olhando para todos os lugares sem olhar direito para nenhum, estava exatamente o que eu procurava.
A primeira aluna nova que a escola tem em décadas.
Day 7: um lugar que só exista na sua mente.
Amei criar esse lugar. Embora não seja muito chegada à fantasia, é incrível deixar a imaginação ultrapassar os limites do existente.
Realmente espero que tenham gostado, e por favor cliquem na estrelinha! Até amanhã.
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30 Days Writing Challenge
Não Ficção30 desafios. 30 dias para cumpri-los. Uma escritora explorando as loucuras da própria mente.