Capítulo 3 - Pedido de Desculpas

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Pela tarde, Emma estava em seu quarto deitada de barriga para baixo em sua cama, abraçada em seu travesseiro, ela não entendia porque o fato de Clay não querer a sua ajuda lhe incomodava tanto, ela amava-o muito, mas a teimosia dele lhe irritava em um nível absurdo, já quase havia se ferrado da última vez por insistir em casar com Sam e que quem fizesse a cirurgia fosse o Dr. Harper, agora continuava com insistindo em seguir por situações que claramente iam lhe causar problemas futuros.

Ouve batidas na porta, não responde, queria ficar sozinha por mais um tempo antes de voltar a fazer as suas coisas, engoliu em seco um pouco angustiada por agir e pensar daquela maneira, talvez estivesse sendo infantil e tola, mas ainda assim, aquela discussão seguia lhe atormentando.

Clay bate na porta novamente sem obter respostas, respira fundo e abre-a lentamente, Emma estava deitada, ela ainda usava uma camiseta branca e a calça preta a qual estava vestindo pela manhã quando foi buscá-lo no Hospital, a jaqueta estava praticamente jogada em uma cadeira de escritório.

Aproxima-se de Emma, ainda caminhava com um pouco de dificuldades, senta-se na cama ao lado dela, acaricia o rosto da amiga, em seguida deitando-se ao lado.

-Me desculpe...-disse Clay-Acho que fui um pouco rude com você.

-É, um pouco...-Emma murmurou-Machucou, sabia?

-Você também foi ríspida comigo e eu não falei nada...-disse Clay-Só porque o seu tom de voz estava ameno, não significa que eu não tenha notado a tristeza e a raiva que estavam misturadas por trás dela.

-Olha só, presta atenção no que vou lhe falar...-disse Emma sentando-se na cama e olhando para ele-Você tem que parar de ser teimoso desse jeito, você quase se ferrou por causa disso, quis escolher o médico que queria, quis fazer o que queria e quase acabou morto.

-Eu sei, mas não é tão fácil mudar esse comportamento, não acontece da noite para o dia...-disse Clay-E eu tenho consciência de que foi graças a minha teimosia que perdi minha mãe, então realmente estou disposto a trabalhar nisso.

-Agora que parou para pensar nisso?-perguntou Emma-Ou precisou de quantos desenhos para entender?

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, Clay respirava fundo, sabia que não podia se estressar naquele momento, sua condição não lhe permitia, tinha que manter a calma, havia acabado de sair do Hospital e estava em recuperação, não queria ter que voltar para lá apenas por causa de uma discussão.

-Não vou brigar com você, não quero isso...-disse Clay sentando-se na cama e pondo a mão no peito, estava sentindo uma leve dor na qual ele já havia presenciado antes, estava com medo de que fosse alguma complicação, aquilo começou a preocupar Emma-Já discuti demais com pessoas importantes da minha vida, não quero que aconteça conosco também.

-Clay? Você está bem?-perguntou Emma aproximando-se dele rapidamente e segurando sua mão, esquecendo completamente sobre o que estavam falando-Está sentindo alguma coisa?

-Só está doendo um pouco...-disse Clay respirando fundo-Eu acho que vai ficar tudo bem, vai passar.

-Tomou o remédio das 15h?-perguntou Emma lembrando-se rapidamente de um medicamento receitado pelo Dr. Neyer e olhando para o seu relógio de pulso que já marcava 16h.

-Remédio das 15h?-perguntou Clay-Que remédio?

Emma sai correndo do quarto, indo até a sala, abre um armário onde havia uma bolsa grande e dentro dela, vários frascos de remédios, ela pega um deles, em seguida, pegando uma garrafa de água na geladeira e voltando ao cômodo onde Clay estava. Ela abre o frasco, pegando um comprimido, em seguida, abre a garrafa rapidamente.

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