Capítulo dezessete

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-O que? Ah merda! Devia ter desconfiado! John que trouxe ele, não foi? -Ele coloca a mão na cabeça, como se estivesse desapontado com ele mesmo.

-É...Pera aí, você sabia que ele ia trazer esse...esse... Homem de volta?

-John me perguntou "ah Shawn, o que você acha que a Cat faria se nosso pai voltasse?" -Ele imita a voz de John. Foi engraçado, e solto um pequeno riso.

-Você é tonto! Mas o que respondeu? Que eu iria odiar, né?

-Tipo isso. "Jonathan, sua irmã é meio esquentadinha, acho melhor conversar com sua linda e doce irmana, não faça nada que eu não faria" -Ele faz um sotaque, que não faço a mínima idéia de onde seja.

-Eu não sou esquentadinha, tá! Eu só gosto das coisas do meu jeitinho. -Dou um selinho nele.

-Humm... Já esqueceu que estava furiosa? -Ele ri, me puxando para um beijo.

-Ei ei ei! Eu ainda estou puta, ouviu? -Digo me jogando no sofá.

-Calma, olha, faz assim: você trata ele educadamente, e vê se ele melhorou mesmo. Se não manda ele embora e já era. "Fechô?"

-Onde o princeso está aprendendo essas gírias, hein? E não! Não fechô nada! Eu quero... Não quero na verdade, ver ele. -a porta se abre, John entra sozinho.

-E aí galer...

-Jonathan!!! Eu vou matar você!! Como você ousa trazê-lo de volta a nossa vida?

-Olha só, Catarina! Você está se fazendo de vítima, desde quando o seu babaca de namorado, fez sei lá o quê. Você é a rainha do drama! Tudo tem que ser do seu jeito, ou você para de comer! Isso é um saco! Não sei como falar com você, ou brincar com você! Nunca sei se está no seu dia "Bem" ou no seu dia "Mal". EU NUNCA SEI! Eu só queria ter alguém para poder conversar, sem trazer os problemas dela, para mostrar que são piores. Você é um egoísta! Tudo gira a seu redor! Nada nunca, NUNCA ESTÁ BOM PARA A SENHORITA CATA... -Shawn interrompe ele.

-Cara, na boa, não sei o que você tomou, ou usou. Mas você não está bem, vamos dar uma volta? Ou sei lá, toma um banho gostoso lá, e depois volta aqui, pra gente terminar essa conversa? Pode ser?

-Ele traiu a mamãe! Ela era violentada por ele! Você era pequeno demais para notar. -Saío da sala, sem derrubar uma gota de lágrima, cabeça erguida, não iria chorar na frente deles.

Antes que pudessem vir atrás de mim, tranco a porta do meu quarto, entro no banheiro que havia nele e ligo o chuveiro, para abafar os ruídos do meu choro, que já havia acostumado a chorar em silêncio. Mas ainda consigo ouvir da sala, eles conversando:

-Ei, você pode ter calma com sua irmã, por favor? Ela não está bem, eu acho que estou com medo dela poder entrar em um tipo de... Estado emocional tão denso, e não conseguir mais sair. Estou tentando ajuda-lá. Você também pode fazer isso? Por favor? -Não escuto a resposta de John. Um silêncio percorreu a casa, somente ficando o som do chuveiro, p sentimento da água escorrendo por todo meu corpo, e eu apenas parada pensando. 

Nunca pensei que ouviria tanta coisa do meu irmão, ele sempre foi tão compreensível, mas era a verdade. Eu sou uma garota estúpida, egoísta, não consigo dar conselhos sem jogar o meu problema para a pessoa, estou afetando todos a minha volta. Chega não quero mais ser esse tipo de irmã, chega de ser a rainha do drama! Chega! Vou ver a vida como ela é, eu perdi minha mãe? Sim! Meu ex-namorado era um cretino que me fez ficar na pior? Sim! Eu tenho a chance de poder esquecer o passado e ter um pai novamente. E o que eu faço? Drama! Chega não quero mais me vitimizar!

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