Remember

Capítulo trinta e dois

Seis de abril, 5:30pm. Toronto, Canadá.

-Aqui é meu apartamento. Se lembra? Geralmente ficávamos aqui, sem fazer nada, ou fazendo tudo ao mesmo tempo. -Eu digo, ajudando e direcionando Shawn, para se sentar ao sofá.

-Não me lembro de tudo, mas boa parte sim. Jogávamos video-game aqui né? -Ele diz olhando cada detalhe.

-Sim... É... -Eu tento começar puxar o assunto da gravidez, mas nunca consigo falar em voz alta.

-Quer dizer algo? -Ele que estava sentado, puxa minha mão, para que eu possa me sentar ao seu lado.- Pode falar -Ele sorri.

-Shawn, eu não posso esperar mais um pouco, eu... Olha, eu não planejei isso, de verdade, mas é que... Eu sei que a Hailey está grávida, eu juro que não queria que acontecesse, de verdade mesmo. É que...

-Você está grávida? -Ele olha com um olhar maravilhado. Mas com um pouco de receio.

-É... Eu entendo... -Abaixo a cabeça, mas ele simplesmente me puxa para pertinho dele.

-Serei o melhor pai, para ambas as crianças. -E me beija. De um forma que nunca havia beijado, tão intensamente, tão apaixonado.

(...)

7:15pm

-Bom dia, flor do dia! -Vejo que Shawn acorda, com o rosto amassado, por ter dormido no sofá.- Você é a coisa mais linda quando acaba de acordar. -Digo indo até ele, e selando nossos lábios.

-Que cheiro... É esse? -Ele diz olhando para trás do balcão.

-Queimado. Eu não sou especialista na cozinha. Aí resolvi fazer uma comida para nós comemorarmos, só que não deu certo. -Nesse momento eu já havia caminhado até a cozinha, e levanto a assadeira para ele, que se encontrava com comida queimada.

-Meu Deus, amor! Por que não me esperou? -Ele caminha perfeitamente até mim.

-Relaxa nossos problemas estão resolvidos. Pedi uma comida japonesa! -Sorrio.

-Então podemos... Fazer alguma coisa, até a comida chegar? -Ele se aproxima cada vez mais, sorrindo com aqueles dentes perfeitos, que não aguento, de tanta beleza.

Sinto suas mãos passarem por minha cintura, me puxando para ele e consequentemente, me levantando até o balcão. Nossos lábios se encontram, e começamos a um dos beijos mais desejado que já havíamos tido. Já não sentia mais o frio de Toronto, e sim a temperatura quente que era transmitidas de nossos corpos. Quando finalmente, a campainha toca. Desço do balcão, e vou atender.

(...)

-Eu... Beijei o Zac... -Eu digo quando já estávamos deitados para dormir. Sinto seus braços se soltando de mim. Não sinto mais sua respiração em meu pescoço. Ele havia se levantado.

-Você o quê? -Ele se levanta vestindo a camisa.

-Não significou nada, Shawn! Você estava com a Hailey e...

-Eu havia perdido a memória! E você estava se agarrando com meu melhor amigo? -Ele saí pisando fundo, eu nunca havia visto ele com aquela furia.

-Por favor, me entend... -Vou atrás dele, mas ele já havia saído do apartamento e estava pedindo o elevador.

-Entender? Eu nunca pensei que você, vocês! Teriam coragem de fazer isso comigo! Sério, Catarina!

-Por favor, me perdoa! Eu cometo erros! Por favor, Shawn!! -Tento segurar seus braços, mas ele entra no elevador.

Desço as escadas correndo, em uma velocidade muito alta, as escadas não tinha luz, era um breu completo, mas conseguia sentir um pouco os degraus. Eu tropeço em um dos degrais, quase vou ao chão, mas sinto uma mão apertar meu braço direito. Havia alguém ali. Meu coração gela, tento me soltar, mas a pessoa não estava segurando apertado, estava segurando por ajuda. Naquele momento eu imaginei um pouco de coisas. Tento me soltar, até ouvir um voz conhecida.

-Cat? Catarina? O que está fazendo aqui? -Zac. Era Zac.

-Me solta! Eu preciso falar com Shawn! -Me solto e saío correndo.

-Catarina! Ele já deve ter ido! -Sinto sua mão novamente em mim, mas dessa vez, era uma abraço.

-Acabou tudo! -Eu digo entre as lágrimas.- Eu fui sincera com ele, mas Shawn não me ouviu, eu sou um burra! Não tenho ninguém! Eu estrago tudo, tudo que eu consig... -Sinto seu coração acelerado, pois estávamos abraçados.

-Me perdoe. É minha culpa. -Ele se solta do abraço, e começa a descer as escadas. Mas eu seguro sua mão.

-A culpa é minha. Eu te beijei. -Quando já estávamos perto o suficiente para sentirmos a respiração um do outro, eu pergunto. -O que está fazendo aqui? No meu prédio?

-Eu... Eu ia falar com você... Mas desisti... Quando ouvi a voz dele... -Ele estava olhando tão fixamente para mim, eu não pude me conter. Eu faço a besteira de quase beija-lo. Mas ao mesmo tempo penso no quão ruim eu sou, e me afasto.- Está tudo bem, eu... Já me conformei que você... Eu estou indo embora. -Ele se vira para continuar descendo as escadas.

-Não, não está tudo bem! Eu não quero te deixar, eu preciso de você! Mas eu também preciso dele... Eu preciso... Me desculpa! Por favor! Eu estou sendo a pessoa mais egoísta! Por favor! -Me viro e corro em direção da porta, para voltar ao apartamento, escuto ele vindo atrás de mim.

-Você não pode se culpar por gostar de duas pessoas ao mesmo tempo. - A forma em que ele falava, eu sentia como se aquilo não estava acontecendo. Mas ignoro isso, e foco nele, posso sentir sua respiração cada vez mais perto, meu coração estava acelerado. Eu não podia fazer aquilo, não podia, eu sei que não, mas aconteceu.

Nossos lábios se encontraram, as mãos de Zac estava deslizando sobre meu corpo, eu podia sentir que aquilo era o que nós queríamos. O certo e o errado talvez não seja traçado, quando se fala de sentimentos. Ele faz um caminho de beijos em meu pescoço, eu desejei muito que aquilo acontecesse.

Estávamos ao lado da porta, para irmos no corredor do meu andar. Interrompo o beijo, abro a porta e puxo-o pela mão até minha casa. Chegamos lá como se o mundo fosse acabar em beijos.

(...)

Senti meu corpo pesado demais, senti algumas coisas grudadas em mim, abro os olhos com uma certa dificuldade, quando consegui enxergar um pouco, vejo que não estava em casa e sim...

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