Capítulo trinta e um

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Três de abril, 11:00am. Pickering, Canadá.

Uma semana depois...

Acordo passando muito mal, com tonturas e muita vontade de vomitar.

-John! -Dou um grito, não muito alto.

Ele logo chega, talvez sentiu o tom de minha voz. O grito soou como um pedido de socorro.

-Oi? O que aconteceu? -Ele me vê sentada na cama, vem até mim, e por muito pouco, não vomito em cima de suas roupas.- Merda. Você precisa ir ao médico.

-O quê? Não, eu só estou com uma virose.

-Virose? Desde a semana passada? Você precisa ir, de verdade.

-Tá que seja, me ajuda? Limpa aqui para mim, enquanto tomo banho, por favor.

(...)

15:30

-Oi doutor, estou aqui novamente. -Sorrio para o médico, enquanto entro no consultório.

-Catarina? -Ele fica boquiaberto, olhando para mim.

-Tem alguma coisa de errado? Minha roupa...

-Você disse que iria se alimentar, e só está... Por favor suba na balança! -Ele se levanta ao lado da balança.

-Não, não é esse o motivo que vim aqui. Eu só preciso...

-Suba, por favor. Depois eu te escuto. -Faço o que ele pediu.- 49 quilos? Com 1,78 de altura? Você está muito magra. Cat, sente-se aqui.

-Mas eu reparei que minha barriga cresceu, ela está... Redondinha. E eu não paro de vomitar, tenho vontades de comer por exemplo, abóbora com mostarda... -Ele me olha, eu sento em sua maca e me examina,

-Corações, ok, pulmão, ok. Olha, irei dar umas vitaminas para você comer, e uns exames, para semana que vêm. E hoje, iremos fazer um exame de... Gravidez!

-Gravidez? Não impossível, eu não... Tá tudo bem, vamos fazer, eu sei que não estou. 

O doutor me direciona a uma sala, ordena que me deite na maca e levante a blusa. Ele apalpa a região do útero, dá um sorriso, talvez ele já saiba o meu problema, mas diz que quer um ultra-som.

-Olhe aqui, está vendo? É uma cabecinha. -Ele sorri, com os olhos.- Parabéns mamãe! Quando você entrou por aquela porta, eu já sabia.

-G-Grávida? Eu? Ah doutor, me desculpa, mas é impossível! Como uma mulher desnutrida igual a mim, irá criar um filho aqui? -Eu não estava acreditando muito.

-É, olha só. -Ele aponta no visor.- O bebê está aproximadamente com 15 centímetros. Aqui está alegando, que é 4 meses.

Eu fico em choque, não sabia o que fazer. Eu estava grávida do Shawn. Não que eu não quisesse, mas ele irá ter outro filho, ela está de 7 meses já, e agora mais um? Como pode?

-Bom, eu adoraria conversar com você, mas infelizmente, tenho uma consulta daqui 30min, vamos agendar os exames para o bebê, ainda esta semana, não podemos demorar nem uma semana. Esses remédios, você precisará tomar certinho, se não, o bebê não terá forças, e por favor, se alimente. Eu imploro, pelo bebê, que você carrega no ventre. -Ele termina de escrever uma receita, que havia pelo menos, uns 8 remédios, entre eles, vitaminas...

Eu saío do consultório ainda em choque, John e Aaliyah que estavam me esperando do lado de fora, correm em minha direção:

-E aí? -Os dois dizem juntos.

-Estou grávida. -Eu digo paralisada, e olhando para o além. E lhes entrego o papel, escrito todos os detalhes do ultra-som.

-Sério?? Serei tia? Dos dois lados! -Aaliyah ri, e se emociona passando a mão em minha barriga. Mas faz uma careta, talvez ela sentiu minha costela.- Você irá se alimentar corretamente, agora? Por favor, pelo bebê.

-Eu... Não sei o que vou fazer...

-Cat! Você está carregando uma vida!! A mamãe ficaria tão orgulhosa. Por favor, pense bem nisso. É um filho.

-Exatamente, John! Um filho! Não é um brinquedo, ou um cachorro. É uma criança! -Me sento em uma poltrona. Logo Aaliyah senta-se, ao meu lado e segura minha mão.

-Iremos te apoiar, estamos aqui -John se senta ao meu lado, e segura a outra mão.- Quer ir para casa? Descansar, pensar...

-Vocês podem comprar estes remédios para mim? O bebê precisa de vitaminas. -Eu digo decidida, com a mão balançando o papel da receita.

-Isso!!! -Os dois me abraçam.- Você precisará contar ao meu irmão. Ele já está em casa, e está sentindo sua falta.

-É que... Ele dizia que não me queria por perto...

-Mas ele vive perguntando quando você vai vê-lo. -Aaliyah se levanta, e diz a John que ela iria buscar os remédios, e que era para ele me levar para casa. E assim foi.

No caminho, eu só fiquei pensando, quando contaria para Shawn sobre o bebê, e sobre o beijo... Não sei se irei contar, ele não estava comigo. Claro que estava, Catarina! Ele só não se lembrou ainda!

Eu sou realmente louca! Estou discutindo nos meus pensamentos. Sério, preciso para com isso.

(...)

-John, eu não posso ter esse filho... Hailey também está grávida...

-E o que é, que tem? Ele terá dois filhos, na mesma idade. -Ele estava jogando alguma coisa no celular.

-Eu sei, mas... É que... Eu fiquei com... -Paro de falar, não era a melhor coisa a fazer, eu podia simplesmente esquecer que Zac e eu, havíamos nos beijado.

-Ficou...?

-Com medo! Medo, isso... É... Eu vou... Tomar um banho, já volto.

(...)

-Eu fiz uma janta para você, Cat! Eu nunca cozinhei, mas ajudava a mamãe à fazer, Mac&Cheese! E estão uma delícia!! -Escuto o que John disse, e me emociono, isso foi muito bonito da parte dele, mostrou que se preocupa comigo.

-Obrigada, John! Você é um irmão muito bom! -Vou até ele, e abraço-o.- Eu não sei o que fazer, estou vivendo um caos, e você está me ajudando tanto! Eu te amo! -Eu nunca havia dito isso a ele.

-Puts, Cat! Eu também te amo, estarei sempre aqui! -Ele me dá outro abraço.- Experimente. -Ele estica os braços, segurando um garfo com um pouco de macarronada.

Eu olho para a comida, eu precisava. Eu sei que era preciso eu comer. É necessário pelo meu filho. Ele precisa de nutrientes, e eu preciso por mim também, estou tão abaixo do peso. Eu preciso começar me ajudar agora.

-Se não estiver bom, eu te bato! -Dou uma mordida, e sinto o gosto. Como senti falta disso. Viver só de cereais e melancia, é horrível. Vejo o sorriso no rosto de John, e por um momento pensei que estava delirando, mas era realmente o que ouvi. Era a voz de Shawn. 

-Cat!! Você está... Comendo? -Me viro para poder vê-lo, ele estava tão lindo e andando, com ajuda, mas andando. Vou até ele, olho naqueles olhos tão lindos, aquele sorriso tão apaixonante. E sinto nossos lábios se tocarem.- Eu me lembrei da nossa vida juntos! Eu te amo tanto, Cat!

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Eu sou a pessoa mais apaixonada do mundo :)

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