Quatro de janeiro, 8:45 A.M. Pickering.
Ainda estava dormindo, mas mesmo assim, sinto um pequena dor em minhas veias, que se localizam em meu braço. Quando abro os olhos com dificuldades, vejo que havia uma enfermeira, tirando sangue, para alguns exames.
-Bom dia, srt. Miller! Precisamos de mais um exame. Desculpe te acordar, mas precisamos deste exame o quanto antes. Incrível ter acordado, os remédios que você tomou, eram para te dar sono até a tarde.
-Estranho... -Ainda estava um pouco sonolenta, mas não deixo de responder. Olho aos redores, e não vejo Shawn.- Você viu o rapaz que estava aqui comigo ontem?
-Ele pediu para avisa-lá, que virá daqui a pouquinho. Ele não saiu do seu lado esta noite, nem pregou os olhos. Talvez tenha ido se trocar. -Ela diz calmamente, terminando de remover a agulha, das minhas veias.
-Ah... Obrigada! -Ela sorri, e se retira da sala.
Fico observando a sala, estava tão quieta. Era uma sala muito clara, as vezes até doía os olhos. Só de imaginar, que minha mãe ficou aqui, neste mesmo hospital, antes de virar uma bela estrela, me dá calafrios. Se eu tivesse chego, minutos antes...
Meus pensamentos são interrompidos, com a presença "inusitada" de Will. Ele estava diferente. Muito diferente. Estava com roupas mais formais, havia feito a barba, o cabelo estava em um corte bom.
-Oi... Posso entrar? -Ele diz batendo na porta, que estava aberta.
-Will...? É... Pode... -Ele entra, e se assusta, não sei bem o motivo.- Então você aceitou minha recomendação...? -Ele assenti com a cabeça.- Que bom... Você está... Diferente, melhor.
-Quando soube que estava aqui, eu saí de Toronto correndo, eu sei que você não quer mais nada comigo, tudo bem, caiu a ficha, mas sério, estou tentando melhorar, por mim. Eu vi que nada vai me fazer mudar, a não ser, se eu quiser. Por mim! Obrigado, sério, obrigado mesmo!
-Eu fico feliz por você, Will. Você está tentando mudar, isso é bom. Muito bom. Não deixe que te abalem, ok? Se tiver alguma recaída, levante-se. Sem ficar se lamentando. Eu acredito em você, tá?
-Obrigado mesmo! Me perdoe, sério. Me perdoe mesmo! Por tudo que te fiz passar. Se você está aqui agora... É culpa minha...
-Quem.. Quem te contou que estou aqui? Ou quem contou o porque estou aqui? -Digo curiosa, em partes sim, a culpa era dele. Mas eu que acabei me abalando. Não ele.
-É... Na verdade, eu fui em sua casa, John disse que estava no hospital. Fui em todos os hospitais de Toronto, não estava em nenhum. Então, só podia ser aqui. Me informei o que estava acontecendo lá na recepção. Me desculpe, invadir sua privacidade.
-É... Tudo bem. O que eles disseram? Que eu tenho o quê? -Fico um pouco sem entender, o que de fato, que eu estava "passando".
-Dis... -Ele para de falar.- Acho que confundiram as Catarinas... Era apenas isso, vou deixar você em paz, sério. Não irei mais te perturbar. Prometo -Ele sorri, não espera eu me despedir, dá meia-volta. E se retira do pequeno quarto.
O tempo foi passando, Shawn não chegava nunca. Olho para o relógio, eram exatamente 11:30 da manhã. O horário que iriam trazer o meu delicioso almoço. Vulgo, sopa de vegetais. Estava no cardápio, à direita da maca.
Não demorou dois minutos, a mesma enfermeira que vinha me atender trouxe, a bandeja com a comida.
-Você não vai ser forçada a comer, mas eu espero que coma, pelo menos essa sopinha. -Ela sorri, um sorriso de pena. Todos me tratam como uma verdadeira doente. Sendo que, eu só havia tido um desmaio!!
[...]
Duas e meia da tarde. Ainda no hospital.
A enfermeira, me recomendou dar uma volta. Ela desconectou tudo. Até o soro. Para que eu pudesse respirar um ar. Resolvi entrar em uma sala, cuja, era de psicologia.
Havia várias meninas, muito magras. Extremamente magras. Estavam em uma roda, cantando uma canção. Muito bonita, a propósito."Às vezes tudo fica um pouco demais, mas você pode perceber que, logo, a névoa vai clarear"
Me aproximo um pouco da porta, pois escuto alguns acordes no violão, parecidos com que o Shawn, tocava para mim. Me aproximo, me aproximo. Até entrar na sala.
Não era ele. Mas a música sim, era dele.
As garotas estavam felizes. Até a moça responsável pela roda, me chamar.
-Ei... Moça bonita...? Quer participar, de nossa cantoria? -Fico um pouco insegura, mas acabo aceitando, quando as garotas contentes, ficam acenando para eu me adentrar ao local.- Qual seu nome?
-Catarina.
-Que nome bonito. Vamos nos apresentar? Eu sou a Diana. Psicóloga e amiga destas maravilhosas meninas. Vamos , se apresentem, se quiserem dizer o que vocês tem ou o que estão sentindo, podem dizer também.
-Oi Catarina! Sou a Lu, eu estou melhorando de uma anorexia nervosa, já engordei 2,5 kg. -Ela sorri.
-Oi, somos xarás. Também sou Catarina -Ela sorri.- Eu passei por alguns problemas alimentares e psicológicos, mas estou digamos que 98% melhor. -Ela sorri novamente. E eu sorrio de volta.
-Me chamo Bethany, eu tive uma depressão. Na verdade estou me recuperando, graças a ajuda desta maravilhosa profissional, e dessas meninas. -Ela sorri, e segura a mão das meninas que estavam ao seu lado. Mais umas três meninas se apresentaram. Então Diama começa a dizer, várias citações de alguns escritores.
Observo as meninas, elas estavam com roupas bem largas, moletons. Mesmo estando frio, estavam com casacos extremamente quentes. Os tênis eram todos iguais, sem cadarços. O ambiente era todo azulado. Com algumas mesas com papéis para desenhos, lápis... Várias outras coisas para pintura. Haviam jogos, entre outras coisas. Após as garotas se retirarem do local, a profissional, vem até mim.
-Essas garotas, são muito sensíveis, sabe? -Ela faz uma pergunta retórica.- A mídia, a sociedade em um todo, implacam tantos "padrões de beleza" que afetam tantas garotas jovens. Auto-estima baixa. Excesso em ter o famoso corpo perfeito. Tantas consequências isso trás para as jovens de agora, não? -Ela diz para mim, como se soubesse que eu não me sentia bem com meu corpo, foi extremamente estranho.- Mas se esquecem, que elas são lindas, saudáveis...
-Elas ficam em algum tipo se clínica? -Digo após ela ter parado de se pronunciar.
-Sim. Hoje viemos aqui, pois, é a consulta com os médicos. Eu devo ter um papel aqui comigo. -Ela coloca as mãos no bolso, e tira um cartão de visita.- Se quiser, ou precisar... -Ela sorri colocando a mão sobre meu ombro.- Ficarei feliz. Eu preciso mesmo ir, as meninas não ficam muito tempo sozinhas. -Ela sorri, e dá meia volta.
Fico andando pelos corredores, extensos. Parecem que nunca teria um fim. Chego até a porta, que conseguia visualizar o hall de entrada. Conseguia ver pessoas entrando, saindo. A recepção. Mas não podia sair, precisava do cartão. Não me interesso em sair mesmo. Quando estava quase voltando, vejo que vários médicos estavam correndo para pegar uma pessoa, que estava saindo da ambulância. Colocaram em uma maca, e estavam vindo em minha direção, no caso, em direção à porta, quando se aproximaram, pude reconhecer a pessoa. Reconheci aquela vestimenta. As tatuagens, nos braços, e em suas mãos. Por um momento tento não acreditar. Mas sim, era realmente...
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Meu Deus, quem é??
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Remember
FanfictionCatarina, reencontra o seu primeiro amor: Shawn Mendes, após 10 anos distantes, mas será que mesmo depois de toda sua fama, ele ainda irá trata-lá como antes? Parte I Iniciada em: 18 de novembro de 2017. Finalizada em: 1 de maio de 2018.