7. Cemetery pt. 2

355 50 83
                                    

Heeey!
Eu quero dedicar esse capítulo pra uma pessoa muito especial, Linda Way Iero (jfkahdksjs). Esse capítulo não existiria assim se não fosse por você, honey. Aimez-vous.
E agradecer imensamente à silveralleyw. Eu AMEI as capas, você é incrível 💜
Explico o resto lá embaixo, sem mais demoras, boa leitura!

***


"É aqui." A voz do fantasma soou desolada. Ele se ajoelhou diante da lápide e uma lágrima escorreu. "Olá, Bert."

E a resposta foi o vento ainda mais forte.

Frank engasgou com um ar que não existia em seu corpo e então entrou numa espécie de agonia. Seu corpo espectral começou a tremer e ele caiu de joelhos, Gerard pôde vê-lo soluçar silenciosamente e então percebeu que ele na verdade chorava enquanto murmurava coisas incoerentes. As árvores liberavam folhas, estas que instalavam em seu casaco preto e nos cabelos que nessa altura já voavam em todas as direções possíveis. Sem saber o que fazer com o pequeno caído derrubando lágrimas sobre o túmulo do amigo, o Way apenas pôs sua mão em seu ombro e afagou suavemente, tentando apaziguar a dor do fantasma.

Gerard começou a tremer levemente, seu emocional já não estava bom pela noite passada e ver aquilo só o tornava mais frágil. Ele se ajoelhou no chão e, num impulso, abraçou Frank. O fantasma quase atravessou Gerard, já que sua dor o fazia sentir como se fosse desaparecer completamente e lançou os braços pelos ombros do maior, se agarrando ali enquanto ainda chorava.

Sem saber o certo o que fazer, Gerard apenas continuou abraçado em Frank e então rezou para que aquilo o fizesse parar de agoniza-lo. O fantasma estava praticamente no colo do mais velho, triste e vulnerável. Ele tinha se silenciado e o vento também. O silêncio se tornou torturantemente insuportável.

"Eu só queria poder morrer", suspirou. "Mas não se mata o que já está morto."

"Mas eu posso sentir você, ouvir você e te tocar. Você é real pra mim, Frank." A voz de Gerard se manteve firme, embora ele estivesse em ruínas por dentro.

Frank riu seco, um tanto sarcástico e fitou as orbes esverdeadas com certa irônia. "Eu não sou real, eu sou um espírito e isso é macabro. Você não sabe. Você não sabe o que é passar por cada pessoa sem que te enxerguem, não sabe o que é ser totalmente incapaz de conquistar qualquer coisa e não sabe o que foi ficar a porra de dez anos querendo vir ver um amigo que já descansa em paz. E também não sabe o quanto eu queria estar no mesmo lugar que ele. Mas, eu sou um fodido de merda até mesmo depois da morte."

A enxurrada de palavras carregadas de ressentimento e amargura atravessou Gerard como uma facada e ele apenas manteve-se calado, decidindo que era impossível rebater sobre o assunto porque tudo ali não passava da própria verdade. Frank fungou e esfregou o rosto no ombro de Gerard e fez aqueles sons estranhos, como se tentasse vomitar aquela agonia que transbordava seu interior, sentindo cada vez mais os pensamentos o levarem até aquela dor de saber que nunca poderia amar Gerard como uma pessoa viva faria.

E aquilo doía como o Inferno.

E ele nem ao menos tinha como se livrar daquele sentimento. Ele tentou matar a tristeza uma vez, no chão do apartamento que não mais o pertencia e de nada adiantou. O que matou ele, o manteve vivo. E o que matava Gerard todos os dias era a mesma sensação que Frank havia tentado libertar-se naquela infeliz e mórbida noite de seu suicídio.

A questão de ambos era: qual poderia ser chave para se livrar de toda essa dor?

Frank escondeu seu rosto choroso no casaco de Gerard em silêncio, sentindo o cheiro tão suave e peculiar. O maior levou as mãos para os cabelos de Frank, acariciando-os com certo cuidado e lentidão, fazendo talvez ele se acalmar parcialmente. As flores continuaram deixadas ao lado dos dois, ignoradas. Frank encostou a ponta do nariz gélido no pescoço de Gerard e tocou seus braços com mãos pequenas e inquietas, erguendo o rosto lentamente e fazendo uma sequência de arrepios involuntários no maior quando ajeitou-se melhor em seu colo. Suas mãos foram para os cabelos de Gerard, os arrumando disfarçadamente e então seus olhos se fixaram, um conhecendo a alma do outro, desvendando segredos e sentimentos que palavras sequer descreveriam...

If I Should Go Before You • FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora