Cap 1 - O sonho

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-Onde estou?
Eu estava em uma floresta, e perto tinha uma cabana. Escutei gritos vindos da cabana, automaticamente, fui ver o que era para ajudar. Quando ia bater na porta, minha mão passou direto. Como fiz isso?  Então passei pela porta, e vi uma mulher, era linda. Tinha os cabelos ruivos, olhos claros, verdes, era muito parecida comigo. Ela estava dando a luz, eu tentava falar com ela, mas era como se eu não estivesse ali.

-Está quase nascendo, mais um pouco! - Disse uma mulher que parecia ser mais velha, uns 60 anos, acreditei ser a parteira.
-Aaaaah - A mulher gritava, eu tentava acalma-la, mais ela não escutava.
-Se acalme, está quase! - eu gritava mais ela nem olhava pra mim. -Se acalme, está quase l... - os gritos cessaram, e se ouvia apenas o choro de uma menininha, que estava nos braços da parteira.

-É uma menina. - Disse ela emocionada.
A mulher que deu luz, chorava de emoção, chorou ainda mais quando a pegou nos braços.
-Ela é linda. Se chamará Camille, em homenagem a minha mãe.
É o meu nome! Será que ela sabia? Não impossível... será? Ela nem ao menos me via ou escutava!
Acordei com o despertador marcando 06:15, era hora de ir pra escola Westphalen. Tomo um banho rápido, pego qualquer roupa no armário, pego minha mochila, e vou para escola. Sou do terceiro ano, pulei o segundo por que os professores acharam que eu não  precisaria pelos meus conhecimentos.
Chego na escola e vou direto pra sala, infelizmente não tem ninguém me esperando, sento na última carteira, ainda não tinha ninguém, apenas eu, e começo a me lembrar do sonho... o que será? Coincidência demais... Não! Impossível... devo ter visto ou assistido em algum lugar...
O sinal bate, deixo os pensamentos de lado...

Quando estavamos na segunda aula, o zelador trouxe um menino novo, disse alguma coisa pro professor, e então o garoto entrou junto com o professor:

-Pessoal, esse é o novo aluno, Gustavo Jones, ele veio da Espanha, tem 18 anos e...
-Quer contar o número do meu CPF também? - ele disse irônico, todos riram, inclusive eu.
-Bom, como o senhor é novo, vou pedir pra representante, a Sra. Turner para acompanhá-lo para um tour pela escola.

Nesse momento eu me sinto um pimentão, mais ele olha e sorri, sorrio de volta, me levanto, vou até ele e digo:
-Vamos?
-Claro - ele sorri. E que sorriso. (Foto na multimídia)

Saímos e entramos em um dos corredores, então vou explicando e quebrando o silencio:

-Bom, aqui é a sala de sala de história, aquela de inglês, essa de biologia...
-Está tudo bem? Parece meio nervosa-ele disse meio sem jeito.
-Tá tudo bem. - Me sinti um pimentão ali de tanta vergonha.
-Então... você vem de onde?
-Do Brasil. Vim pra cá por causa dos problemas dos meus tios. - achei que não haveria nada demais contar esses tipos de coisa à ele.
-Sério? E os seus pais?
-É... Eles morreram... quando eu nasci... - doía um pouco falar deles.
-Ah! Me desculpe... Não sabia...
-Não tem problema... - dessa vez eu fiquei sem jeito.

Terminei de mostrar a escola à ele e voltamos pra sala. A carteira da frente sempre estava vazia, ninguém queria se misturar. Pra minha surpresa ele se sentou na minha frente. Deu hora do intervalo e fomos pro pátio, como sempre, me sentei sozinha embaixo de uma árvore do Jardim da escola. Gustavo se sentou do meu lado.

-Desculpa a pergunta, mais por que você está sempre sozinha?
-Por que ninguém quer se misturar comigo. - isso me irritava, mais depois percebi que era só não dar bola.
-Que pena, você é muito simpática. - falando isso ele olha nos meus olhos e sorri.
-Trocamos algumas palavras e eu já sou simpática? Justifique sua resposta. - rimos e terminamos o lanche, voltamos pra sala e terminamos as aulas. Deu o sinal e fomos imbora.
Quando chego em casa vejo que a casa do lado já está ocupada com vizinhos novos.
-Ótimo! - falei com raiva, os últimos vizinhos eram fofoqueiros, e falavam pra toda vizinhança que eu era uma bruxa e fazia as coisas levitarem enquanto dormia. Sério? E os vizinhos desde então me olham de cara feia.

Vou pro meu quarto, jogo a mochila em qualquer canto e me jogo na cama.
-Finalmente. Paz!
Por que fui abrir a boca. Minha tia entra, se senta nos pés da minha cama.
-Querida, hoje cedo convidamos os vizinhos novos para jantar aqui, então vá se arrumar.
-Aaaah maaeee! - chamo ela de mãe, é como se fosse, ela me cria desde bebê, considero ela uma segunda mãe.
-Aah maae que nada! Vamos tente se animar! Já não basta os antigos vizinhos... - Ela me lança um olhar triste, e um biquinho tentando me convencer.
-Não faz essa carinha que não aguento - rimos e ela desceu se arrumar.
-Que ótimo!

Camille: A Escolhida Onde histórias criam vida. Descubra agora