the fifth element 📼 [4]

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Min Yoongi procurou o banco mais próximo. Ele se sentou e respirou fundo. Apertou as mãos contra os objetos que segurava, que não possuíam valor nenhum no momento.

Sua respiração começava a ficar rarefeita. Ele precisava controlar. Mas tudo o que conseguia pensar era na senhorinha sentada, esperançosa, esperando o momento que seu único neto surgiria pela porta e lhe daria um abraço apertado.

Ali perto, Namjoon soltou mais um suspiro, e deixou os braços penderem ao lado do corpo, os olhos desapontados mirando os trilhos do trem.

Nada nunca dava certo. E o que já não tinha emoção, agora estava completamente morto. Não poderia nem ligar para Hoseok, porque não haveria um telefone por perto.

Estaria completamente sozinho, e literalmente, porque a estação estava vazia, o guarda parecia mal encarado, a senhora em um banca de doces estava quase dormindo e o rapaz de óculos, sentado no banco, era um completo desconhecido.

Lamentável. A vida de Kim Namjoon é lamentável.

Yoongi se perguntava o que havia com datas comemorativas que deixava a cabeça das pessoas – incluindo si mesmo – desse jeito?

As coisas poderiam dar errado o ano todo e a maioria não daria a mínima. Mas quando o ano estava acabando e milhares de wons foram gastos em presentes e decorações bobas, tudo parecia triste demais para se suportar.

Era como se o Grand Finale não pudesse ser estragado. A felicidade depositada naqueles dias, que passavam tão rápidos quanto qualquer outro dia era diferente.

Min Yoongi realmente tinha muita coisa em sua cabeça agora. E todas as vezes em que tentava parar de pensar nelas, outro pensamento escravizava o anterior e ele nunca conseguia sair disso.

Qualquer um poderia escutar sua respiração alta e ofegante. Provavelmente o único que escutaria seria o rapaz que também perdera o trem; mas ele provavelmente nem se importaria com ele. Yoongi precisava lidar com isso. Respirar direito e nos momentos certos. Apaziguar seus pensamentos.

Mas porque eles continuavam a se atropelar dentro da sua mente? Ele só queria parar de pensar por um instante e respirar o suficiente.

Aceitando a realidade, drástica esta, aliás, Namjoon caminhou até um pilar e se encostou, mantendo os olhos perdidos no céu pouco encoberto por nuvens e tampouco por estrelas.

Ele odiava quando as coisas davam errado, mesmo isso sendo recorrente, ele ainda ficava irado e se sentindo incapaz de dar um passo sem tropeçar.

Sua mãe tinha razão. Ele não conseguiu passar no vestibular, seus namorados não deram certo, o dinheiro que investiu em uma demo de rap foi pelo ralo, e seu trabalho era ridículo.

Nem pegar um trem ele conseguia. Era patético.

Ele moveu a cabeça e bateu a parte traseira dela no pilar, de propósito, fechando os olhos e respirando fundo.

Estava cada dia mais desesperado para fugir daquilo, daquela realidade, do emprego injusto, do rancor que seus fracassos traziam, da droga do trem perdido, da merda da virada de ano, que não devia ser tão importante assim, já que era apenas uma forma simplesmente de contar os dias, de tudo, de tudo, de cada parede de concreto que o encurrala noite e dia. Estava cansado de ser aquela Namjoon e viver com o que lhe é dado.

E agora tem esse cara sentado no banco que parece estar tendo uma porra de crise de asma, fazendo o som da sua respiração entre cortada entrar pelos ouvidos de Namjoon e o deixando nervoso, em estado de alerta, quando tu que ele quer é se desligar desse plano, e ir pra puta que pariu!

a film by quentin tarantino {sugamon}Onde histórias criam vida. Descubra agora