titanic 📼 [10]

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boa leitura, este é o último capítulo! :)


O menor mordeu o lábio inferior com receio, ainda sentindo o gosto de Namjoon. Sabia que suas bochechas estavam coradas, porque com o calor que sentia era humanamente impossível que sua pele não lhe entregasse.

Estava com vergonha. Gostava de beijar Namjoon e não queria parar, mesmo que sentisse o ar entrar pesadamente nos pulmões agora, e o bem-estar que isso trazia junto.

— Não... — disse, tapando o rosto com uma das mãos por alguns segundos. — Eu só gosto muito de... te beijar. — E, caramba, como era vergonhoso dizer isso! Mesmo assim, Yoongi não conseguia parar de falar. — E daqui a pouco vamos ser obrigados a parar, já que o trem não enguiçou, então eu... Ah, caramba. Namjoon-ssi, eu estou envergonhado.

Namjoon permaneceu com o olhar preso a ele, atento as mínimas coisinhas e também encantado por ele num modo geral.

— Você fala muitas coisas ao mesmo tempo — resolveu dizer, ignorando por um momento o fato de que em breve o trem chegaria na estação. — Sendo assim, eu tenho que escolher o que respondo primeiro ou devo seguir a ordem?

E apanhou a mão pálida e de veias salientes, acariciando, sorriu fracamente aproximando-se, beijou a bochecha rosada, e encostou sua cabeça na dele, a boca perto de seu ouvido. — Você não precisa ter vergonha. Vergonha devem ter aqueles que não falam o que sentem, que não fazem o que querem...
Namjoon definitivamente sabia como fazer Min se sentir melhor. Tinha conseguido no beijinho que deixou em seu rosto, e foi mais longe ainda com as suas palavras.

Yoongi percebeu que gostava de ser mimado desse jeito pelo outro. Por mais que seu rosto ainda estivesse da cor de morangos silvestres, ele estava mais assustado em, de repente, parar de sentir o que estava sentindo.

As mãos de Namjoon eram quentes como ele, e, ao ouvir aquelas palavras, seu corpo não pensou duas vezes em reagir com um suspiro vergonhoso — entenda como quiser.

— Bom, então eu ainda tenho o direito de ter vergonha. — Respondeu, brincando com os diminutos fios da nuca de Namjoon novamente. — Se eu dissesse tudo o que eu quero agora... você sairia correndo. — Riu baixinho, com medo de que aquilo realmente acontecesse.

De que Namjoon sumisse hoje e nunca mais aparecesse.

Sabe aquele sentimento que você tem, quando percebe que perdeu sua fita do Blur? Era pior ainda.

Yoongi tinha um jeitinho preocupado, e tenso, mas também tinha segurança o suficiente pra se envolver com Namjoon. Porque Namjoon amava deixar as pessoas desconcertadas, tanto que as mais inseguras apenas desistiam, mas Yoongi não voltava sequer um de seus pés pra trás.
Puta merda, como Namjoon adora caras que se entregam. Porque ele também se entrega.

E depois daquilo, ficou curioso, se ajeitando, tomou uma postura mais atenta. — Então me diga tudo o que quer, antes que o trem pare e eu possa correr.

Eles estavam perto.

Tanto da estação, quanto de decidirem... decidirem o que quer que fosse acontecer dali pra frente.
Yoongi se sentiu infinito, e pequeno demais ao mesmo tempo. Quem era ele, pra despejar suas vontades em Namjoon? Quantas possibilidades aquele momento tinha?

Ele só conseguia pensar, pensar e pensar.

Queria ver Jackie Brown com Namjoon, e ver se conseguia fazer ele curtir um pouco de Radiohead. Queria aprender a pronunciar as palavras difíceis em inglês que saíam dele com tanta facilidade. Queria assistir um jogo do Haitai Tigers com o boné de Namjoon, enquanto ele vestia a camiseta original do pai.
Tudo o que podia ou não acontecer... era regido àquele único momento entre duas estações de trem.

a film by quentin tarantino {sugamon}Onde histórias criam vida. Descubra agora