Capítulo 15 - Fast food

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- então...quer comer o que hoje? - Jonas olhava pra mim perguntando

- hum... hambúrguer ou pizza? - perguntei

- nunca comi um hambúrguer - ele respondeu

- então vamos comer um! - disse me levantando do chão - vamos? - digo estendendo a mão para ele que segura e se levanta

- a praça de alimentação fica no último andar - diz - é o lugar mais vigiado, temos que tomar muito cuidado, vamos pela escada e vamos se esconder pra pegar a comida, depois nos juntamos e voltamos pra cá, pra juntar o que pegamos

- então ok, mas vamos nos separar lá em cima? - pergunto ainda confusa

- sim, se estivermos juntos vai ser mais perigoso - me responde

- mas e se um de nós for pego? - pergunto

- am... vamos fazer um sinal, que tal assim, se eu estiver em perigo eu faço o som de um pássaro e se eu conseguir ficar salvo e estiver voltando eu faço som de macaco

- não vão perceber?

- claro que não, mas e você? - pergunta

- ah! Não sei ainda, deixa eu pensar, acho que...se eu ficar em perigo eu faço também o som de pássaro que sei e se eu ficar salva eu faço um som de apito, tudo ok?

- sim, ótimo, tá pronta? - diz indo pra porta

- sim, vamos nessa - digo e ele abre a porta analisa o corredor e vamos correndo pra escada, subimos que nem um furacão, chegamos no último andar, o mesmo que estava da última vez, o mesmo que tem o cinema, aquele lugar estava cheio de terroristas, com muitas armas, eles estavam aglomerados perto do cinema e então tínhamos que ir pro lado oposto, mas devíamos tomar cuidado pra não sermos vistos

- tá vendo ali? - diz apontando pro monte de pessoas e eu balanço a cabeça afirmando - essas pessoas estão ocupadas demais com o que está acontecendo ali que não vão perceber o que vai acontecer ali - diz apontando pro caminho pra praça de alimentação - então estamos com sorte, mas temos que tomar cuidado, ok - diz e eu fico tremendo

- acho que vamos conseguir - digo engolindo em seco

- sim, preparada? - pergunta segurando minha mão - vamos - diz e sai correndo pra esquerda e eu saio em disparada pra direita, caminhos diferentes, mas ainda o mesmo objetivo, achar a comida

     Corro muito, entro na primeira loja de comida e me escondo no chão, tento me acalmar um pouco, por que fico sempre ofegante quando corro muito, fico ali respirando devagar por 2 minutos, quando estou estável eu levanto devagar e vejo um completo silêncio na loja, ela não era muito grande, mas tinha muita comida, fui pra prateleira de salgados e pequei alguma s salgadinhos e batatas palhas, coloquei em uma mochila que encontrei no meio dali e peguei refrigerante e sai dali, fui devagar pra frente da loja e encontrei outras 3 lojas com portas escancaradas, acho muito suspeito e não quero ir, olho se o caminho está livre e saio correndo, me abaixo atrás de um carro que estava em exposição para um sorteio e fico ali olhando pra ver se não tinha ninguém por perto, um barulho veio muito forte e quando virei pro lado eram 2 caras em cima de patinetes elétricos, vindo pra perto de onde eu estava, me agachei de vez, tirei a mochila das costas, deitei no chão e rolei pra debaixo do carro, puxei a mochila e a agarrei, fiquei ali parada, tentando respirar o mais lento possível pra não levantar suspeitas, mas mesmo assim eles pararam ali naquela exposição.

- olha Kaled, esse carro é novinho, quanto deve ser um desses? - um dos caras, digamos que o mais próximo do carro falava

- deve ser bem caro, vamos ver se ele é bom? - o outro disse rindo

- vamos explodir? - juro que meu coração acelerou ali de vez, nunca que eu vou querer morrer logo queimada ou carbonizada, prefiro morrer de morte natural mesmo

- não, vamos apenas testar os bancos - o Kaled disse e isso me aliviou tanto que quase deixei escapar um ufa! Os dois entraram no carro e aquilo o fez rebaixar um pouco que quase apertou minha barriga, ainda bem que eu estava com fome e ela estava vazia, por que pelo jeito eles pesavam muito

- hum, parece ser ótimo, vamos poder ficar com ele? - o outro cara disse

- claro que não Youssef, viemos aqui pra ser homens bombas - o
Kaled falava com o cara que agora sabia que se chamava Youssef

- por um momento esqueci desse detalhe - pela voz ele estava triste - mas vamos logo, quero ainda ir na piscina de bolinhas antes de morrer amanhã

- verdade, vamos logo aproveitar o máximo - os dois saíram do carro e foram com os patinetes elétricos pra longe dali, eles parecem ser bem novos, eles estão meio felizes e meio tristes , mas não posso fazer nada com isso

     Ali debaixo do carro olhei para todos os lados, saí devagar do carro e olhei de novo aquele território, sai correndo de novo, bem pra longe, até chegar na praça de alimentação e vê que a movimentação estava zero, por milagre não tinha ninguém, acho que o Jonas ainda não chegou aqui ou foi pra outras lojas, mas mesmo assim continuei com minha missão, tinha muitas lojas de fast food e eu fui na primeira que tinha hambúrguer, entrei nela e procurei por hambúrgueres prontos, mas não tinha nenhum.

- droga, agora vou ter que fazer um - falei baixinho fazendo careta

     Peguei 3 carnes de hambúrguer, coloquei pra fritar na assadeira gigante, que quase fez a carne se partir, peguei os pães, coloquei a salada, o queijo coloquei em cima da carne de hambúrguer e depois coloquei nos pães, coloquei molho, peguei outros molhos e coloquei na mochila, peguei os hambúrgueres que tinha acabado de fazer e coloquei nas caixas próprias para hambúrgueres, as fechei bem fechado e coloquei na mochila, o que me traz uma grande possibilidade daquilo se remexer todo, mesmo assim continuei com a outra parte, dessa vez achei batata já frita e coloquei na caixa tamanho família própria para batatas fritas, coloquei elas em um saco para não cair e coloquei na mochila, agora eu só precisava voltar para o nosso esconderijo.

     Saio da cozinha do fast food e analiso a praça de alimentação, quando percebo que está tudo ok eu corro muito rápido pra tentar encontrar a escada mais próxima, parei na mesma exposição do carro, sento ali mesmo e me acalmo lentamente, olho as placas ao redor e encontro uma falando de escadas, vou pra lá e viro a primeira curva que tinha e me deparo com quatro caras fortes e altos armados, agora acho que não tenho mais saída, agora é game over e a única coisa que consigo fazer é um grito de pássaro.

72 horasOnde histórias criam vida. Descubra agora