Capítulo 13 - Encontro

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     Jonas continuou afirmando que o que acabou de ocorrer comigo foi um tremendo milagre, ainda não sei reagir direito a isso tudo, só sei que me trouxe uma paz imensa saber que foi Deus, que foi ele que cuidou de mim, não sou apegada a ele, nem sou muito a favor dos seus atos, mas se ele confia em mim e me ama, por que eu não posso confiar mais nele a amá-lo também?
     Acho que nesse mundo em que vivemos devemos ser mais gratos e ter mais empatia, entender o que se passa um com o outro e amar mais as pessoas.

- e o encontro? - Jonas me tira dos meus pensamentos

- ahm? - fico tentando perceber o que era - Ah! Sim! Verdade - tinha me esquecido de leve, apenas de leve sobre o encontro, nada de ter me esquecido por completo, apenas uma parte, na verdade toda boa parte

- e então? Como ele é? - ele diz e acho que nunca esteve tão curioso pra saber algo

- ah! É feito geralmente por casais, eles saem pra passear e ficar um tempo juntos e sozinhos, é onde na maioria das vezes eles contam segredos e falam um do outro, dos planos pro futuro e esses tipos de coisas, mas sabe? Não precisa só ser namorados pra fazer encontros, até casado mesmo, mas também tem os encontros de família, aquele encontrão que junta a família toda pra fazer um churrasco ou um jantar, vai da pessoa, mas também tem os encontros de trabalhos, geralmente pra coisas formais e também tem encontros entre amigos, que são sempre mais alegres, por que os amigos fazem a diferença, e acho que é só isso mesmo, esses são os tipos de encontros mais comuns - digo sorrindo e o vejo ficar confuso com o tanto de coisas que falei

- e qual desses encontros vamos ter agora? - diz ainda mais confuso

- o de amigos, por que já te considero um amigo - digo e vejo sua face ficar diferente - isso é...se você também me acha uma amiga - digo desmanchando o sorriso, será que ele não me considera uma amiga depois de todo esse tempo? Mesmo que tenha sido pouquíssimo tempo

- se eu não te acho amiga? Claro que não te acho minha amiga - ele fala e isso me deixa parada ali feito estátua na sua frente - na verdade te acho minha melhor amiga, você foi a primeira pessoa que se tornou minha amiga depois de 5 anos

- em falar nisso, quantos anos você tem? - pergunto

- por que mudou de assunto tão rápido? - diz estranhando minha pergunta repentina

- melhores amigos sabem muito bem um do outro e se eu sou sua melhor amiga quero saber o máximo de coisas sobre você, então vamos começar nosso encontro com perguntas e vamos ganhar mais intimidade e mais amizade - o respondo de forma tranquila e calma, quero que ele entenda de boas

- ah! Entendi, respondendo sua pergunta então, eu tenho 17 e você? - responde

- eu tenho 15 - digo sorrindo - o que seus pais trabalham aqui?

- eh! Acho melhor a gente sair daqui, tá vendo tudo isso? Lembra do aviso que os caras falaram? Vamos se esconder e ficar de boas e de noite voltamos , vamos fazer silêncio ok? - sorrio de lado

- bem, acho que não sou muito boa em fazer silêncio - ele faz uma careta

- então hoje você vai aprender, vamos logo, vamos sair daqui - diz andando e eu vou o seguindo, viramos pra direita e avistamos vários daqueles caras armados, paramos ali mesmo e fomos ao contrário daqueles terroristas, encontramos uma única porta aberta e entramos, era uma pequena livraria, bem simples, parecia mais um sebo, mas era aconchegante, Jonas trancou a porta e nos acomodamos, sentei no chão e fiquei ali

- caso eles descubram da gente, vamos se esconder aqui - diz apontando para um dos bancos que era também um baú portátil

- ok, deve ser bem confortável - fiz sem querer uma carer logo depois do meu comentário

- tá legal - ri da minha cara - mas vamos voltar pro nosso encontro, então, qual era sua pergunta mesmo? - diz se sentando na minha frente no chão

- o que seus pais fazem? Do que eles trabalham? - retomo a pergunta de outra forma, mais clara

- ah! Meu pai é empresário, mas ele quase não fica aqui, ele quase sempre vai pra outro país e minha mãe, bem, minha mãe não tem profissão, ela só vive em casa cuidando de mim e da minha irmã que agora tá casada, então ela só ficou esse tempo todo cuidando de mim e me ensinando as aulas em casa nos últimos 5 anos, foi assim que conclui o colegial

- ah! Nossa, não sente falta da escola?

- espera, agora é minha vez de perguntar, mas não, não sinto falta

- por incrível que pareça, eu vou sentir muita falta quando a minha escola acabar - digo

- vai por mim, a única coisa que vai sentir falta são dos amigos e foi por isso que nunca senti falta da escola, não tive amigos como você - disse sorrindo pra mim e eu retribui

- agora é sua vez, faça a pergunta - disse

- então, e seus pais? - ele deve estar fazendo a mesma pergunta que fiz, mas vamo lá

- bem, meu pai trabalha numa empresa, ele é advogado do presidente da empresa é minha mãe também não faz nada - ri do meu comentário - ela também sempre cuidou de mim, por isso que ela era sempre severa comigo

- mas ela te ama - ele disse com um riso fofo

- sim, apesar de tudo ela me ama - concordei com seu comentário - agora sou eu, qual foi a maior loucura que seus pais fizeram com você?

- acho que foi me levar para a festa da minha família e me deixar escolher uma mulher no meio de várias mulheres para ser minha esposa, literalmente foi muito engraçado, eu só tinha 13 anos, mas ainda bem que não quis escolher ninguém - ele ria com cada palavra que falava e eu ficava imóvel, questionando o porquê daquela situação, a família deve é bem extravagante pelo jeito - e você?

- am? Ah, sim, é...a coisa mais louca que minha mãe fez por mim foi me salvar de um incêndio que estava tendo na minha escola, eu tinha ficado presa nela, já a coisa mais louca que meu pai fez por mim...foi... deixar eu dirigir seu carro sem ele no carro, foi a coisa mais louca mesmo, depois disso, ele recebeu uma multa alta porque me barraram e eu não tinha carteira - sorri tentando não ri, mas foi em vão e ri demais

- você é doida - disse rindo comigo, mas acho que ele estava rindo mais era da minha idiotice em ser pega - eu, uma coisa, acho que não comemos nada hoje

- ah, é? Nem percebi - desde quando eu não percebo que fiquei sem comer, acho que estou ficando doente nesse lugar - o que vamos fazer pra achar comida sem ser pego?

- vamos pegar alguma coisa em alguma loja - não é roubo?

- isso não, isso é roubo, de qualquer forma não devemos roubar essas pessoas - digo

- então vamos ficar sem comer?

- não, mas...a gente pode pagar - dou uma sugestão

- não estou com dinheiro - diz

- também não - respondo - mas...podemos pagar depois

- é, acho que não será injusto - diz

72 horasOnde histórias criam vida. Descubra agora