Andei as pressas, sempre tomando cuidado aonde ia andando, sempre olhei pros lugares para depois prosseguir minha caminhada, fui até o último andar e por sorte não fui pega, mas ouvi gritos, de pessoas que já conhecia e jurava que ouvi o da minha filha também, corri super mais rápido e quando cheguei no lugar, quase quis voltar, encontrei o Abdul caído no chão baleado e o seu amigo quase morto apanhando de um cara mais violento e agressivo, fui caminhando lento o possível para não fazer barulho e peguei a arma mais próxima, mirei no cara e bati nele com todas minhas forças - que não sei da onde consegui tantas - bati em sua cabeça com a arma e o vi sagrar, ele se virou pra mim e por incrível que pareça ainda estava consciente - acho que minha força não adiantou de nada - peguei a arma e apontei pra ele.
- não acho que você vai atirar - disse rindo andando lento pra perto de mim
- por que duvida? - digo já irritada
- por que você é uma mulher, não tem direito na sociedade - disse rindo, como se o que acabara de dizer fosse a mais pura descoberta e revelação do século
- então está muito enganado - disse atirando em seu peito, o fazendo cair de joelhos - isso acontece no seu país, mas você está no meu e o seu país logo logo vai parar de agir de acordo com a antiguidade - dei um tapa em seu rosto e sai ainda com arma comigo, fui pra perto do Abdul e estanquei o sangue da ferida que a bala tinha feito na sua coxa com seu casaco, o seu amigo logo veio me ajudar
- o que vamos fazer com ele? - ele disse - ah, sou o Kaled, eu esqueci de me apresentar da última vez
- ah, sim - olhei pro outro cara, saí de perto deles, fui até o cara é dei um soco forte, o fazendo desmaiar - vamos prendê-lo e lá eu cuido do seu ferimento - peguei o cara que bati e o levei nas costas - ajude o Abdul e vamos logo antes que alguém nos encontre aqui
***
Corro o mais rápido que posso pra chegar ao lugar de encontro que marquei com o Jonas, meu coração não se acalma e sinto a leve impressão que o Jonas está numa situação pior que a minha, tenho medo do que pode acontecer com ele, mas uma coisa me alivia, agora sei que minha mãe está aqui, ela veio me buscar e ela vai nos levar daqui, sim, ela vai levar o Jonas também, não saio daqui sem ele, mas acho que agora eu tenho que primeiro encontrar ele e se tudo der certo, vamos sair daqui ainda hoje, não importa a hora, o que importa é que vamos vazar daqui logo.
***
Levei eles pro mesmo lugar que estava, pra sala de controle, coloquei aquele cara - ainda desacordado - no canto da sala e o Kaled colocou seu amigo Abdul no chão, tranquei a porta rápido e fui olhar a situação do meu amigo.
- eu não sei se ele vai sobreviver, o tiro foi forte, acertou bem na perna - Kaled falava, mas parecia mais medroso que uma criança, acho que ele tem medo de sangue, por que ao mesmo tempo que ele estava o sangue com a blusa, ele nem olhava pro lugar, pairava sua cabeça pra cima e nunca abaixava
- se acalma, vai dar tudo certo - disse pegando a blusa e estancado o sangue no lugar dele - agora vai procurar uma maleta de primeiros socorros logo - Kaled saiu em disparada pela sala, pra encontrar a maleta e em menos de 5 minutos ele já tinha achado uma - uau, que rápido
Rasguei com a tesoura - que achei na maleta - a calça do Abdul até a coxa, peguei o soro e passei na ferida e no seu redor.
- diga pro seu amigo aguentar firme, vai doer muito agora - disse e ele logo começou a falar baixinho com seu amigo, aquela amizade era muito forte mesmo
Peguei um pano limpo que encontrei no kit de primeiros socorros e saí limpando o redor da ferida, tentei passar de leve, mas mesmo assim ele sentia dor - e eu não podia reclamar - ele tinha sido baleado e eu ia tirar a bala sem nestesia, espero que ele consiga resistir a esse curativo, também espero que isso não cause hemorragia, se não a coisa vai ficar preta.
Com o local já limpo, consegui ver a bala, que era pequena, mas que estava um pouco distante, o único meio de tirá-la dali era com a mão, tentei limpar o máximo que pude os meus dedos, olhei pros meninos e os vi com maior cara de tentativa falha de segurar o choro, olhei pra cima e do nada senti que alguém estava ali comigo, aquilo me aliviou de tanta forma, que retirei a bala e não vi o Abdul chorar nem gemer de dor, foi tão rápido e perfeito, que deu tudo certo e o bom é que a bala não fez grande estrago, dali pra frente eu fiz um ótimo curativo e a perna dele já estava pronta e enfaixada, foi tudo tão tranquilo, que me fez rir, e aquela sensação de alguém presente ainda não passou, era como se ela quisesse ficar pra sempre comigo.
***
Cheguei no lugar de encontro e não o vi, meu coração acelerou ainda mais, ele não podia sumir assim, não sem me avisar, ele não pode ter sido pego, eu não posso acreditar nisso, não ele.
Vasculho todo o lugar e nada, nenhum sinal dele, jogo a mochila no chão e sento ali mesmo, junto da mochila, abro ela e logo me lembro dele, não posso perder mais uma pessoa nesse shopping, tenho que fazer algo.
Comi as batatas e alguns doces e bebi o refrigerante, não posso ficar sem comer, posso nem ter mais oportunidade pra comer depois.
Olho o relógio e as horas já estão passando rápido, eu tenho que fazer algo, o Jonas sumiu e não acho que esteja em um lugar de boas.
Decido ir atrás dele, pego a mochila, ainda com as coisas dentro e abro a porta, vejo o movimento - sem ninguém por perto, o que é bom - saio da sala, fecho a porta e respiro fundo, agora tenho que voltar pro último andar e achar o Jonas, só volto com ele.
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72 horas
Mystery / Thriller72 horas é o tempo máximo para o shopping ir ao chão junto com um grupo de reféns, onde Narcisa se encontra. O ataque é liderado por uma facção terrorista que coloca Deus como provedor e entendedor dos seus feitos de crueldade com as pessoas q...