Um dia após o outro...

Capítulo 8

--Você acredita que três crianças estavam batendo nessas coisas lindas? - falei com indignação alizando o pelo da cadela na minha frente, nesse momento eu percebi que duas lágrimas rolavam dos meus olhos abaixo e as limpei rapidamente antes que Pedro percebesse.

--Que absurdo - ele disse pegando o filhotinho no colo.

--Eu vou levar eles

--Que? - ele disse virando para mim, mas pareceu que ele iria dar um giro 360° .

--Não posso deixa-los aqui - falei cutucando o segundo filhote que não se mexia, coloquei a mão no seu pescoço e ele estava sem respiração - Está morto - abaxei a cabeça - Não posso deixa-los - falei olhando para dentro dos olhos de Pedro que se comoveu.

--Ta bom - ele afirmou - Te apresento Fred - falou me suspendendo um filhote e eu ri.

-- Te apresento...amh...Lua.

--Ótima escolha - sorriu

Cheguei em casa e liguei para Seu Lineu avisando que eu iria me atrasar mas que iria, ele não reclamou.
Dei um banho neles e descobri que por baixo de toda aquela sujeira estava uma cadelinha e um filhote de Shih tzu brancos com duas bolas pretas ao redor dos olhos.

--Como alguém pode ser tão cruel com vocês - balencei a cabeça em negativa e sequei uma lágrima que descia.

--Nossa que coisas mais lindas - Lay chegou que eu nem percebi,quando dei por mim ela já estava babando meus filhos.

--Lua e Fred - falei divertida apontando para os animais na minha frente.

--Ain môu dezu mamãe, ti coza mair linda - ela falou com aquela voz que as pessoas loucas fazem quando veêm um bebêzinho fofo - Agora a Kath vai ter compania - ela falou olhando para mim e ei percebi que ainda não tinha visto minha cachorrinha.

--Falando dela Lay, cadê  a Kath?

--No petshop

--Mais hoje não é o dia de banho - falei meio confusa.

--Digamos que uma jarra de suco de tamarino virou em cima dela - ela disse como se estivesse com medo da minha reação,  e eu ri.

Cheguei em no espaço e estava morta, depois de pegar dois ônibus lotados, nessas horas eu sinto falta da carona de Pedro.

--Nossa garota você ta só o bagaço - Malu falou olhando para mim.

--Obrigado pelo elogio - sorri passando por ela e indo direto para o fundo me trocar e me preparar para mais uma luta.
Cheguei no espaço  e tudo estava absolutamente normal, o movimento estava lento, deu até tempo para eu e Malu sentarmos e lancharmos como duas adolescentes.

--Olha Lay tem um cliente novo ali, atende ele lá por que eu tenho que terminar de fechar a conta de Dona Tereza...por que essa mulher demora de pagar tanto.

Eu ri da reclamação  de Malu e segui para mesa onde estava sentado um homem, com a cabeça baixa.

--Senhor! O que vai querer? - falei pegando minha caneta do bolso e o bloco de anotações pronto para notar o seu pedido, notei que ele levantou a cabeça mas estava muito concentrada em anotar seu pedido.

--Bem...O que temos aqui? - ele perguntou com uma voz grave, me fazendo olha-lo.

Nesse exato momento meu corpo todo se arrepiou e eu fiquei paralisada em seus olhos, que também não se desgrudavam dos meus. Ele não era um homem prefeito, ou talvez que fosse desejado por todas as mulheres, porém era lindo do jeito dele, com os cabelos de anjo totalmente preto, os olhos fundos e castanhos, o nariz era meio estranho - parecia um sobre cu de galinha, mais era lindo - e os lábios carnudos e uma pele morena, o seu olhar sedutor que fazia qualquer mulher se paralizar, ele vestia uma camisa rosa claro, uma calça preta jeans, ele era lindo.

--Senhora? Senhora? Ta tudo bem? - ele balançava a mão na frente do meu rosto.

-Ah...É claro, desculpe você me lembra alguém - "nossa que desculpa bosta" , pensei - Então o que vai querer?

--O que temos aqui? - ele perguntou pacientemente e eu apontei para o cardápio - Não...digo o prato da casa, o de hoje.

--Hoje te-temos...ahm...batata frita aos quatro queijos.

--Pode ser, e traz uma Coca-Cola também - ele sorriu, meu Deus que sorriso.

--Claro - virei e segui para o balcão.

--Menina pensei que você iria desmaiar na frente do deus grego ali.

--Eu também.

Depois que ele terminou o lanche fez um sinal e eu fui até sua mesa.

--A conta por favor.

--Claro - falei anotando o valor da sua compra e entregando-o.

--Sabe - ele começou a falar e eu fiquei trêmula, que estava acontecendo comigo - quando eu fico muito nervoso, eu canto músicas aleatórias na minha mente, me ajuda a relaxar.

--Por que esta dizendo isso? - perguntei sem entender, será que eu deixei muito a  perceber meu nervosismo sem motivo?

--Nada... - ele levantou a cabeça e olhou dentro dos meus olhos - É só que quando eu te vi, cantei Oh meu Deus-Projota.

Pera, foi isso mesmo que eu entendi, ele ficou nervoso ao me ver.

--Ahm...Eu..E-eu ...

--Tudo bem - ele sorriu dinovo e eu me perdi naquelas covinhas - Aqui esta - falou colocando o dinheiro em cima da mesa e levantou ficando de frente comigo - Eu gostei do prato do dia, mas acho que terei que voltar para provar o de amanhã.Tenha uma boa noite senhora...- ele falou lendo o meu nome na plaquinha dourada em formato de broche pregada no meu uniforme - Senhora Lenna.

Depois que ele saiu fiquei um tempinho parada tentando digerir aquilo, o que foi isso? Eu não demonstro emoção por nenhum cliente mesmo sendo ele um Arthur Aguiar da vida, e esse cara me fez paralisar mesmo sem conhece-lo,eu eih.
Balancei a cabeça afastando esses pensamentos e peguei o dinheiro indo para o caixa.

--O que foi aquilo mu...

--Quieta - a interrompir - Nada, não foi nada.

Terminei o meu turno e sai do espaço o mais rapidamente possível. Cheguei em casa e Lay estava brincando com meus amores.
Quando Kath percebeu minha presença começou a latir e pular e eu a peguei no colo que lambeu meu rosto e eu fiz uma careta.

--Mamãe tava com saudades de você  minha princesa - falei dando beijos na sua cabeça.

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Eitah chegou gente nova hahae ai? O que vocês acham? Tô ansiosaa👏
Bjs😘