Observei todos os movimentos do Harry, desde que saímos de casa, até termos chegado à sua mota. Vejo-o enquanto este levanta o assento e tira de lá dois capacetes, um todo preto e outro era preto com uns designs coloridos. Ele estica-me o simples e de seguida coloca o dele na sua cabeça. Esperei que ele pusesse o motor a funcionar e que a tirasse da garagem para poder subir para ela.
Acho que nunca tinha perdido tanto tempo da minha vida para observar o Harry na mota dele. God, ele é um gato. É incrível como tudo nele parece assentar-lhe na perfeição. Desde as jeans escuras justas às suas pernas e a t-shirt cinza com uma camisa aos quadrados azuis-roxos por cima, até à maneira como ele combina com a mota.
“Vais demorar?” Falou o Harry despertando-me dos meus pensamentos. Eu não perdi mais tempo e coloquei o meu capacete. Passei uma perna para o outro lado e sentei-me atrás do Harry, mesmo colada a ele. Respirei fundo ao sentir o aroma do seu perfume. Ele cheirava mesmo bem, quase que dava vontade de despejar o perfume na banheira para poder tomar banho com ele. Mas o Harry não exagerava, ele sabia qual era a quantidade exata de que precisava para ficar assim tão bem cheiroso. “Agarra-te bem.”
Fiz o que ele mandou e agarrei-me ao tronco forte e duro dele. Ainda está mais tonificado do que da última que o toquei. Nota-se que ele tem usufruído das aulas de boxe que o meu pai lhe ofereceu no natal passado. Acho que não me importava de assistir a uma aula; ver o Harry sem camisola a transpirar enquanto usa toda a sua força para mover o pesado saco de boxe ou então a “combater” com outro aluno, mas isso já é mais violento. Também não me importava de participar. Já ando há algum tempo a acumular raiva; raiva do Harry, raiva da faculdade, raiva de mim mesma. Só queria ter o privilégio de mandar uns socos e uns pontapés no saco de boxe, só mesmo para me libertar. E acreditem que se o Harry estivesse lá, a aula ia correr muito melhor para os meus lados.
Não é que eu o odeie ao ponto de trocar o saco de boxe pela cara dele. Ok, talvez um bocadinho. Mas não tenho razões para isso, eu é que sou a culpada, eu é que sou a idiota. Não ele.
E a verdade é que eu o adoro…
Fechei os meus olhos e encostei a cabeça as costas do Harry. Fechei os olhos durante a viagem que parecia demorar horas. Só queria que esta acabasse para que eu me pudesse libertar dele. Afastar estes pensamentos que teimam em passar na minha cabeça vezes sem conta. Todos eles com o mesmo final; abraçar o Harry e beijá-lo como se não houvesse amanhã, como se não houvesse nada que nos impedisse de namorar, estávamos sozinhos neste mundo e não havia nada nem ninguém que nos ia separar. No final de contas, ele amava-me e eu amava-o a ele.
O seu peito subia e descia lentamente, ao contrário do meu que eu sentia como se pudesse saltar a qualquer momento. Já era um bocado difícil para mim de respirar, e com o capacete ainda se tornava mais complicado. Estamos quase a chegar Pippa, aguenta-te.
Ao fim de mais umas curvas e uns semáforos, chegamos à faculdade. Ele estacionou a moto e eu apressei-me a largá-lo e sair de cima dela. Exatamente ao mesmo tempo que o fiz, um carro preto estacionou ao nosso lado. Escondi-me atrás do Harry quando reparei no condutor. Era o Zayn. Não posso deixar que ele me veja depois do que aconteceu ontem.
“Que foi?” Perguntou o Harry confuso com o meu comportamento.
“Ahm… nada,” respondi. “Vou indo para dentro.”
Tarde de mais. O Zayn já tinha visto o Harry e já estava a caminhar na nossa direção. Shit. “Hey Styles!” Eles cumprimentaram-se. Estiveste desaparecido ontem, a tua-” O Zayn calou-se quando olhou para mim. A tua o quê? Ou, a tua quem? Ele hesitou um bocado antes de me dirigir a palavra. “Olá…”
“Pippa,” completei-o. Não me acredito que não se lembrou do meu nome. Wow. Fiz mesmo uma tempestade num copo de água, ele nem sequer se lembra de mim, não havia razão para ficar com tanta vergonha. Acho que devia ter vergonha é do que acabou de acontecer. Quero sair daqui. “Levas-me a casa no fim das aulas?” Perguntei ao Harry.
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Stay away please... (parada)
FanfictionPippa, 19 anos, é uma simples rapariga que se apaixona por quem não devia mas que de tudo vai fazer para que o consiga esquecer de vez. Será que vai resultar? Para isso ela terá de superar muitos desafios. Descobre mais ao ler a história...