Capítulo 44

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A conversa

Era difícil saber que voltaria para o lugar que tanto sofri durante tanto tempo se pudesse nunca estaria indo para Nova York novamente mas não tinha escolha.

Dentro do jatinho estava Gabriela deitada no ombro de Caio enquanto o mesmo passava a mão em seus cabelos em um assento afastado do meu, parecia que ele tinha um carinho imenso por ela e isso me agradava muito. As crianças dormiam tranquilas em seus assentos perto de mim, beijei as testas de cada um e vi quando Mário estava me olhando da poltrona em frente à minha.

-Precisa de algo, Mário?

- No momento, preciso de um boquete para aliviar a tensão, pode ajudar?

Mário continuava com as gracinhas, não eram com a mesma frequência de antes contudo de vez em quando ele começava com as palhaçadas.

- Não posso ajudar com isso, mas podemos conversar, serve?

- Não serve mas no momento é o que temos!

Precisava cortar as investidas sexuais dele.

- Por qual motivo está tenso?

- Na realidade, muitas coisas, o fato do meu pai não saber sobre nós e as crianças, a máfia, o conselho e principalmente nosso casamento.

Essas coisas tem me deixado aflita também contudo já sabia como agir para cada situação.

- Sobre seu pai, ele ficará sabendo sobre mim e às crianças pois farei questão de contar, não se preocupe com isso, em relação à máfia sei que Breno deve ter cuidado muito bem de tudo sempre foi muito competente e responsável pelo que lembro dele, sobre o conselho imagino ser interessante chamá-los para uma reunião até mesmo para contar sobre seus filhos isso não me agrada nem um pouco mas imagino que seja o certo à se fazer visto que todos imaginam que não tenha herdeiros para ocupar seu lugar peço que abstraia a parte do estupro não ficaria bem para sua imagem já tão ruim perante eles e sobre o nosso casamento fique tranquilo tudo dará certo temos muito tempo para planejar as coisas, será tudo da maneira que deseja, por mim apenas assinaria os papéis sem festa e nem espetáculos desnecessários, mas percebi que para você isso é importante.

Ele mudou a expressão quando comecei a falar do casamento.

- Toda mulher sonha no dia do seu casamento, você não?.

- Sonhava antes dos meus sonhos serem destruídos quando tinha 17 anos, agora meu sonho é ser mãe dos meus filhos e cuidar deles até quando Deus quiser.

Mário pareceu não gostar da resposta mas estou falando a verdade.

- Está infeliz em se casar comigo, Ana?

Não vou mentir para ele, para ser uma boa amiga, precisava ser sincera.

- Não estou feliz mas não tive opções, não irei causar constrangimentos na frente da máfia serei uma perfeita noiva vou sorrir, tirar muitas fotos e no final irei jogar o buquê contudo quando estivermos juntos iremos ficar longe um do outro terei meu próprio quarto e você o seu, já falei antes e reafirmo poderá ter as amantes que quiser. Se achar por bem na noite de núpcias pode levar alguma delas para lhe fazer cia, outro ponto importante, não quero lua de mel, não gosto de ficar longe dos meus filhos se estiver pensando em me levar para qualquer lugar e achar que assim ficará mais fácil tentar qualquer coisa comigo, sinto dizer que não irá acontecer.

Estava jogando limpo com ele, mesmo sabendo que poderia levar uma surra por isso.

- Parece que tem tudo planejado, não é mesmo, Ana? Acho bom não fazer nenhuma gracinha no dia do casamento, apesar de não ter gostado de nada que ouvi agora, não vou te dar a surra que merece por causa dos meus filhos contudo não se esqueça que é minha e não vou admitir que tenha outro homem já sabe que na máfia, vagabundas traidoras morrem não vou aceitar ser traído, em relação as amantes pode ter certeza que terei várias, já que deu a sugestão, pode escolher quais delas quer que passe a noite comigo já que se nega em cumprir com suas obrigações como minha esposa.

Entre Nós  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora