Nolan on
Ela tirou a blusa e eu me assustei um pouco, não imaginava que ela iria tirar a roupa na minha frente ou sei lá. Mas logo meus olhos focam em algumas cicatrizes no seu corpo. Não são muitas, acho que 5, olho pra ela e me aproximo após perguntar o que eram todas aquelas cicatrizes.
- O meu...- começa um pouco perdida nos pensamentos - meu pai, ele me batia as vezes.
- Ele o que? Porque não me contou naquele tempo?
- Essa foi quando minha mãe morreu - ela diz apontando para uma cicatriz na barriga e ignorando minha pergunta - foi nela que o idiota tocou, e doeu um pouco, todas elas ainda doem, a dor da lembrança é a pior de todas.
- A tia Bete era bem legal - sorrio fraco - nunca soube como tudo aconteceu.
- Estávamos no carro, eu e ela, estávamos voltando do parquinho e um cara bêbado bateu no carro - ela diz devagar - eu estava de cinto, mas ela não, e voou pelo vidro da frente. Um vidro grande entrou em mim e perfurou eu baço - a encaro, vendo a dor dela e olho para a cicatriz, onde ela passava o indicador levemente. - Viram o acidente e ligaram para o hospital e quando acordei, disseram que minha mãe havia falecido e que eu tinha feito uma cirurgia para retirar meu baço, afinal eu posso sobreviver sem um - ela ri um pouco sem ânimo e limpa algumas lágrimas que caíram.- e as outras, foi meu pai, ele me castigava as vezes, me quevou com cigarro, me furou com uma garrafa de vidro, e então eu liguei pra polícia e denunciei ele.
- Eu sinto muito - digo e tento abraçar ela, mas ela se afasta e segura forte a blusa nas mãos.
- Não...não chega perto - ela parece tão fraca que eu queria sim chegar pertinho e abraçar ela.
- Olivia... - tento, mas ela me interrompe.
- Não, Nolan, já te contei sobre as cicatrizes, agora que você sabe oque aconteceu, pode ir - diz áspera nas palavras e de cabeça baixa.
Ela coloca a blusa e eu chego perto dela, dou um beijo na sua testa e saio aos poucos, deixando ela confusa e confesso que não entendi meu ato também, eu só fiz e achei que aquela era a forma que eu tinha pra passar segurança pra ela, sem poder abraça-la.
Saio de la e vou até meu apartamento, jogo minha mochila no sofá e vou pro meu quarto, pego uma bermuda listrada e vou pro banheiro, tomo banho e visto, me jogo na minha cama e fecho os olhos um pouco.
A Olivia invade minha cabeça, como ela pode ser tão durona daquele jeito? Tão grossa com as pessoas e comigo, logo eu, que queria só ajudar. Como ela conseguiu me falar aquilo tudo e depois me mandar embora? Pessoas precisam de carinho e ela não, ela nega o carinho, parece que vive a base de dor e de se isolar, isolar o que sente.
Eu sei que ela tem todos os motivos pra me odiar. Eu irritava ela quando éramos menores, irritava muito, acho que até hoje, mas eu não consigo achar outra forma, ela me faz querer provocar ela, irritar, gosto de ver ela dando uma de debochada comigo.
Posso ser um galinha, mas me preocupo com ela as vezes, ela já passou por bastante coisa e segura essa barra praticamente sozinha.
Acabo dormindo enquanto penso nisso tudo e chego a conclusão que vou tentar me aproximar um pouco dela, eu sei que tem que ser aos pouquinhos, porque estamos falando de Olivia Blanchard né kkk, mas quero ser amigo. Acho que sendo amigo da Olivia eu possa, se lá, talvez ela me deixe cuidar mais dela, ou tentar.
Que garota complicada, até pra ser amigo dela, ela dá uma de difícil e sempre tenta se afastar de mim.
...
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Isso foi mais um bônus de 625 palavras, me desculpem, é que estou bem cansada esses dias e fazendo bastante coisa em casa, estou sem tempo, mas sempre que der estou postando.
Comentem, votem e acompanhem, por favor. Amo vocês, beijos ♥
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Girls can be difficult
Novela JuvenilDepois de alguns anos, Olivia decide voltar para Seattle, mas volta misteriosa e, totalmente disposta a esquecer seu passado. Ela tinha problemas com seus pais, cicatrizes de momentos difíceis e que fizeram ela ser o que ela é hoje! Mas com a volta...