Doeu, doeu muito.

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Chegamos no hospital e eu desci do carro correndo, já não via mais nada na minha frente. Fui direto para a recepção, eu só queria que o médico estivesse errado.

- O...Olá - eu não conseguia falar, só chorar - Eu preciso saber da minha mãe!

- Qual é o nome da sua mãe, jovem?

- Marry Graham - falei ofegante - Me...me fale por favor, onde está a minha mãe?

- Vou chamar o médico dela, se acalme querido!

E logo depois veio um senhor branco e alto falar comigo.

- Sinto pela perda! - Falou o médico com olhar de pena - Já estamos assinando o atestado de óbito. 

Yohan : Eu quero ver a minha mãe, me fale aonde ela está! - Nessa hora eu já estava gritando.

E ele simplesmente pediu para que o segui-se e eu fui, o Scoot estava sério atrás de mim.

E foi aí que entrei em um quarto todo branco e lá estava ela, deitada e tão frágil. E talvez a minha ficha ainda não tenha caído, pois eu estava lá conversando com ela, como se a qualquer minuto ela fosse acordar ou eu mesmo fosse acordar de um dos meus piores pesadelos, mas não é que era verdade? Só foi cair a ficha quando pediram para que saísse da sala depois de ficar lá por horas, esperando um sinal de que ela ainda estivesse ali, que fosse acordar sorrindo pra mim, há aquele sorriso, o que me ensinou e me aconselhou.

Foi difícil sair da sala, o Scoot ficava o tempo todo comigo, mas eu ainda me sentia tão só. Eu entendo a maior parte do meu coração acabou de ser partida, jogada fora, entenda como quiser.

Naquele dia eu fui pra casa e pedi para que o Scoot resolvesse as coisas do enterro e etc, e eu? Fui para casa, não banhei, não comi, eu apenas entrei, tranquei a porta e me joguei na cama. A única pessoa que eu gostaria de abraçar em situações de morte seria a minha mãe, mas dessa vez a vítima foi exatamente ela, quem diria não é mesmo? Agora sim sou um garotinho que não tem pai e muito menos mãe.

No outro dia acordei totalmente dolorido, olhos inchados, cabeça latejando. Somente banhei, coloquei um terno em respeito a minha mãe e fui para o enterro.

Talvez a minha ficha ainda não tenha caído, como assim? é a minha mãe.

Cheguei no cemitério e vi como minha mãe era querida e também quantas pessoas estavam ali fingindo que se importavam, eles acham o que? que sou idiota? Não consegui ir para o velório, não me julguem, é muito difícil.

Entrei e vi várias pessoas que não esperava, até a Melinda estava lá. Não olhei muito e logo fui ficar ao lado do caixão. Muitos vieram me abraçar e dizer "sinto muito", tentar me confortar e consolar, sabe? Mas essa foi umas das infinitas coisas que também não liguei ou até mesmo não dei atenção naquele dia.

Só despertei, quando colocaram o caixão da minha mãe dentro daquele buraco, e pediram para que eu jogasse a rosa, já que eu seria o último.

Doeu, Doeu muito. Quando tive que ver a cena em que jogavam a terra em cima dela, meu coração ficou lá, juntinho com o dela.

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