A Felicidade e a Tristeza, Andam Lado a Lado

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Flash Back

Era começo da manhã, e estava espetacularmente frio, como eu adorava. Enquanto caminhávamos, ela desviara novamente do caminho que deveríamos seguir e andava a esmo na tempestade, que ela ainda não entendia que tinha sido criada por nós mesmas.

-Socorro, alguém me ajude, estou perdida!

Aquela patética voz, suave e doce como de uma criança, ecoou pelo espaço vazio a sua frente, sendo engolida pela tempestade apesar de bem por pouco. Blue usava de todo o fôlego nos pulmões para clamar por ajuda, perdida e confusa, fazendo as cordas vocais doerem, mas isso não a impedia. Mas, com certeza, me irritava a ponto de querer, talvez pela trilhonésima vez no dia, enforca-la – ou no caso, me enforcar – com as próprias mãos.

Eu só queria que ela calasse a boca e parecia que Merlim havia ouvido meus pensamentos, pois em poucos momentos, uma figura andava na neve, em nossa direção.

Um rapaz alto, com cabelos negros que escorriam até os ombros, cobertos pelo capuz do casaco de neve.

-O que está fazendo nessa tempestade? Está perdida? – Perguntou ele.

-Idiota, foi o que ela acabou de gritar! Eu, do lado de dentro, já queria agredi-lo, idiotice me dava nos nervos.

Blue o olhava com certo medo e eu com ódio, de longe eu já pude perceber o que ele era, um Trouxa, e eu odiava Trouxas. Se eu estivesse no controle, puxaria a varinha - que estava presa no meu cabelo em coque – e o acertaria com um Avada. O rapaz segurou a mão dela e ela fez com que seus pés se mexessem, sem hesitar.

-Ah, um garoto estranho andando na tempestade de neve oferece ajuda para uma menina pelada e eu o sigo sem hesitarNaquele momento eu fiz um face palm de tão absurda que era a situação.Agora eu entendo por que os assassinos, preferem as mocinhas ingênuas, por que elas são idiotas! – Eu gritei a última palavra com tanta força, que chegou a me dar dor de cabeça.

O rapaz caminhou com ela até a cabana e entrou. Era bem simples a casinha de madeira, estava quente ali dentro. Blue não se incomodava com aquilo, mas eu odiava, o frio era meu acalento. Ao entrar, o rapaz retirou o capuz e nos deu um sorriso bonito, pude sentir o coração daquela paspalha bater mais rápido.

-Ai que idiota, se apaixonar pelo primeiro cara que conhece e... – E dentro daquela cabecinha eu comecei mais um dos meus maldosos planos. – Isso vai ser divertido! – Se eu estivesse com comando de meu corpo, estaria sorrindo naquele momento.

Blue

Eu estava confusa, aliais tudo na minha vida era confuso, desde o dia que eu acordei – que aliais parecia ter sido a primeira vez. Eu não me lembrava de nada, eu apenas tinha um nome em minha cabeça – que tinha certeza que não era o meu – sabia que era bruxa e que tinha um pai, mas não me lembrava sequer do nome dele. E toda vez que eu tentava me lembrar de mais algo eu tinha fortíssimas dores de cabeça e apagava. E ao acordar estava metida em alguma confusão ou coberta de sangue. Será que eu era louca e perigosa? Eu não sabia, só sabia que queria ajuda.

E naquele dia, que eu estava perdida, nua – não fazia ideia do porquê – em meio a uma tempestade de neve, ele apareceu. Como se atendesse meu chamado, ele apareceu do meio da neve. Fiquei tão pasma com sua beleza que não hesitei a segui-lo. Eu não sabia o porquê, mas eu sabia que ele não me faria mal.

Entramos na pequena cabaninha de madeira, aquecida por uma lareira no canto da sala, nunca gostei muito de calor, mas não era incomodo. A casinha era bem simples, mas bem decorada, eu olhava tudo em volta, quando uma voz feminina atingiu meus ouvidos.

A Oitava HorcruxOnde histórias criam vida. Descubra agora