8. Prédio abandonado

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TAEHYUNG

—Hoseok, isso não tem graça!—eu disse andando pelo prédio escuro tentando achar o balconista salafrário.—Hoseok, aparece logo!

Depois de mais alguns segundos olhando para o escuro eu senti alguém atrás de mim, e quando olhei a pessoa sem graça apenas gritou "Booh"

—Nossa Hoseok, que engraçado.—eu disse com o meu sarcasmo nas alturas.

—Deixa de ser mal humorado.—riu.—Vem.

Hoseok começou a andar pela escuridão daquele lugar, como se soubesse exatamente onde estava pisando e o que estava fazendo.

Hoseok parecia conhecer aquele lugar.

Depois de um tempo apenas o seguindo na escuridão eu pisei em algo que fez um barulho quebradiço, o que me fez apertar com força a cintura do Hoseok com as minhas duas mãos.

Jung apenas olhou para mim e sorriu, com aquele sorrisinho de lado sacana e sujo, então ele subiu umas escadas.

Eu subi com ele e chegamos ao terraço do prédio, que era muito, muito alto por sinal. Aquele lugar não tinha muros nem um telhado, não tinha nada, nada que nos garantisse segurança.
Hoseok se aproximou da ponta me fazendo ficar assustado, então ele se sentou balançando os seus pés no ar calmamente, como se não tivesse prestes a cair de uma altura absurda, em um abismo.

—Senta aqui, senhor camisinha.—deu tapinhas no chão ao seu lado, me pedindo para sentar consigo.

Eu andei devagar e sentei ao seu lado, olhando para baixo e vendo o quão alto nós estávamos.

—Wow, isso é muito alto.—eu disse vendo Hoseok abrir a Vodka e me olhar.

—Tem medo de altura, senhor Kim?

—Não, eu acho.—eu disse olhando para baixo e vendo o quanto o chão estava longe.

—As coisas ficam mais bonitas quando você olha para o lado bom, e não para o lado ruim.—disse e eu o olhei sem entender.

Então Jung apenas pegou levemente no meu queixo e virou meu rosto me fazendo olhar à vista. De fato, muito linda.

Eu via a cidade toda dali, pois parecia ser o prédio mais alto. A vista me mostrava casas com luzes acesas e um céu escuro e estrelado.

—Não é lindo?—perguntou Hoseok, me fazendo o olhar.

Como estávamos no alto, a brisa era bem forte, então batia no cabelo de Hoseok fazendo seus fios negros voarem. Seu rosto pálido se sobressaia na noite escura de tal forma que o deixava lindo, tirando o fato da lua iluminar seu rosto com um brilho único, e as estrelas refletirem seu olhar. Mais lindo do que aquela vista, apenas Jung Hoseok.

—Sim, lindo...—eu disse baixo ainda encarando cada detalhe seu, não referindo minha resposta ao céu, mas Hoseok não pareceu entender isso.

—É fraco para bebidas, Kim?—disse levantando a garrafa de Vodka aberta.

—Nem um pouco.—sorri ladino.

—Então vamos beber.—disse calmo levando a garrava até a boca e tomando goles atrás de goles como se fosse água, sem fazer uma careta sequer depois de tirar a garrafa da boca, me dando a Vodka logo depois.

Hoseok bebia Vodka pura como se não houvesse amanhã.

Eu peguei a garrafa de sua mão e bebi também, a mesma quantidade que ele, e quando terminei de beber senti o líquido rasgar a minha garganta com ardência, o que me fez fazer uma mínima careta e balançar a cabeça de um lado para o outro.

Hoseok riu da minha cara e pegou a garrafa de mim.

—Você não é forte para bebidas?—disse sarcástico.

—Sou, mais não bebo as coisas como se fossem água igual a você.—passei a mão pelos meus fios vermelhos e vi Jung rir novamente.—Onde aprendeu a beber assim?

—Eu comecei a beber na adolescência depois da escola com uns amigos. Com o tempo me acostumei.—disse simplista bebendo mais uns goles.

—Agora eu entendi o que você quis dizer com ser um adolescente rebelde.

—Eu era um demônio, mas era um demônio assumido.—disse olhando para o céu parecendo lembrar de algo.—Eu saía para beber com os amigos, matava aula na biblioteca, respondia as professoras e beijava incontáveis garotos na porta de casa. Nunca pude orgulhar meus pais antes deles morrerem, eu fazia merda atrás de merda.

—Você era jovem Hoseok, até eu fazia isso. Seus pais que morreram muito cedo. Não se culpe por nada.—eu disse e ele me olhou sorrindo, um sorriso bem fechado. Decidi dizer algo para quebrar o clima de tensão que Hoseok tivera criado em volta de si.—Então quer dizer que senhor Jung Hoseok beijava várias bocas?

—Mas é claro.—riu.—Meus beijos são os melhores. Eu era o mais pegador da escola. Ou como diziam as garotas, a mais vadia.

—Bom, eu não posso concordar com isso. Não posso dizer que seus beijos são os melhores se eu nunca provei.—eu disse dando de ombros e olhando para umas casas pequenas que pareciam estar longe.

Após dizer isso o moreno colocou sua mãozinha em meu rosto e virou para si de maneira bruta, quebrando todo o nosso espaço e beijando-me de maneira nada calma.

Hoseok sugava meus lábios como se fossem uma bala. Ele alternava entre chupar minha boca ou morder meu lábio inferior, e eu estava amando.

Eu senti sua mão deslizar por meu pescoço e chegar a minha nuca, puxando meus fios vermelhos.
Eu passei minha língua pelo seu lábio pedindo passagem, que foi cedida por Hoseok, que abriu a boca devagar.

Eu senti sua língua aveludada e quente imaginando os lugares impróprios onde ela poderia estar. Nossas línguas se enroscavam me fazendo sentir o gosto do álcool que ingerimos a minutos atrás.
Passei minha mão pela suas costas tateando seu corpo e finalmente achando sua cintura, onde pousei minhas mãos e apertei fraco, apenas para aproximar seu corpo do meu, me lembrando que estávamos sentados na ponta de um prédio, mas também querendo sentir mais de seu corpo.

Em um momento no nosso beijo, minha língua foi inserida lentamente em sua boca e o balconista a chupou como se estivesse com um pirulito ou querendo sentir bem o gosto do álcool em meu membro aveludado e molhado. Ele chupou diversas e diversas vezes e soltou pequenos sons abafados como gemidos contidos, me fazendo ficar emotivo, até de mais.

Hoseok separou o beijo bruscamente soltando minha língua e fazendo um pequeno som de estalo por conta de parar a sucção e riu.

—Não vamos nos comer na beira do abismo.—disse ele tentando se levantar, mas eu apertei forte sua cintura e Hoseok arfou.—Seria uma maneira bem louca e prazeirosa de morrer, mas hoje não.—se levantou e pegou a garrafa que estava ao seu lado.

Como uma pessoa tinha a capacidade de interromper um beijo em uma parte quente daquelas?

Eu me levantei com o moreno e o vi jogar a garrafa longe, vendo a mesma se quebrar na parede do prédio ao lado.

Louco. Era assim que eu definia Hoseok

[...]

Eu cheguei em casa por volta de duas e cinquenta da manhã, cansado.

Depois de interromper aquele maravilhoso beijo, eu e Hoseok descemos as escadas do prédio e pulamos a grade, indo para a casa de Hoseok enquanto ele fumava no caminho.

Depois de deixar Jung em casa eu apenas vim para a casa cansado, querendo minha cama.

Eu provavelmente acordaria tarde nesse sábado, e demoraria para processar tudo o que aconteceu nessa madrugada.

A melhor madrugada da minha vida, por sinal.

Senhor Camisinha ⁺ vhope (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora