Capítulo 3

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Era a mulher mais linda que já vi na vida. Alto, morena, corpo escultural, não parecia ser
desse mundo. Com jeans justo e blusa preta, ela parecia o sonho secreto de qualquer mulher. E eu não pude tirar os olhos dela, maravilhada.
- Olha aquela morena de blusa preta. Ela existe mesmo? – Murmurou Beatriz, como se lesse meus pensamentos.
- Puro sangue. – Concordou Ally. – Eu deixaria ela usar e abusar de mim!
- E eu!
Eu as ouvia, mas não tirei os olhos dela. Fiquei encantada com seu sorriso, que expunha dentes
brancos perfeitos e uma covinha na face. Seus cabelos eram escuros e longos, o rosto aparentava ter sido esculpido pelos melhores pintores do mundo, a boca carnuda e sensual. Suas sobrancelhas eram pretas, marcando olhos
profundos e claros. A cor não era visível de onde eu estava, mas acho que eram verdes. Límpidos emaravilhosos olhos verde- claros.

A blusa decotada dava uma bela noção dos seios perfeitos que tinha. Suas pernas
eram longas e grossas e seu bumbum perfeito.Eu nunca imaginei que pudesse existir uma mulher assim.

- A Camila está até babando! – Riu Beatriz

- Parece que ela quer comer um pedaço dela. – Ally também riu.

Senti meu rosto pegar fogo e desviei os olhos dela rapidamente, olhando-as um tanto encabulada, o que as fez rir ainda mais. Mas a imagem dela parecia gravada em minha mente. Senti uma grande vontade de olhá-la de novo, mas a custo me controlei.

- Fique tranquila, Mila. –  Ally deu um tapinha de leve em minha mão. – Qualquer mulher
aqui hoje deve estar tendo pensamentos eróticos com a sua morena.

- Ela não é minha. – Falei, sem graça.

- Nossa, que calor! Dancei como uma louca! – Normani se aproximou afobada da gente, suada, se inclinando para pegar seu copo e beber todo chope de uma vez. – Vamos dançar!

- Depois. Olha aquela mesa ali, Mani. O que me diz? – Perguntou Ally.

- Que mesa? – Ainda de pé e segurando o copo vazio,Normani nem disfarçou e olhou direto para a mesa com as cinco mulheres, agora todos sentados.
A morena linda fazia o pedido ao garçom, afastando uma mecha do cabelo preto que caía em
sua testa. Era charmosa e exalava sensualidade . Observei seu braço tatuado, uma grande flor vermelha destacava todo seu braço.  As mãos eram grandes e ao mesmo tempo delicadas, e seu relógio parecia de ouro. Voltei a olhar seu rosto marcante,
ainda mais fascinada por ela.

- Só tem gata ali. Cada uma de vocês fica com uma. Deixa que eu cuido de duas. - Normani riu. Depois assoviou, chamando atenção de algumas pessoas. – E aquela ali de blusa preta... caralho!

- Fale baixo, maluca! – Ally a puxou para a cadeira, fazendo-a sentar. Mas Normani se levantou logo.

- Quero aquela pra mim.

- Vai lá pegar. – Debochou Beatriz.

- Vou mesmo.- E ela foi.
Fiquei olhando-a, sem acreditar que ela ia mesmo falar com a morena. Acho que até Beatriz e
Ally ficaram surpresas.

As mulheres conversavam animadamente, enquanto o garçom trazia mais copos e cervejas. Normani parou ao lado da mesa delas, alta e sensual na sua mini saia com blusinha colada, sorrindo e falando algo com aquele seu jeito dengoso quando queria algo ou alguem . Elas pararam de falar e a
olharam, inclusive a morena, para quem Normani se dirigia. Até o garçom parou para prestar atenção nela.
- Ela não tem jeito. – Ally balançou a cabeça, mas acabou rindo.

Eu mal pude respirar, meu olhar se alternando para o rosto inescrutável da morena e para o
sedutor de Normani. Algo que ela disse fez com que todas rissem na mesa e a morena pareceu se divertir. Retrucou algo e Normani caiu na gargalhada.

- É uma puta de primeira. Já ganhou a gostosa

As palavras de Ally me afetaram sem que eu pudesse controlar. Senti uma decepção enorme dentro de mim, ao imaginá-la com Normani. Era loucura, já que ela não era nada minha. Na verdade, era uma completa estranha. Mas eu nunca me senti afetada daquele jeito por ninguém. Não era só a beleza estonteante dela. Algo mais me atraía terrivelmente.
Normani continuou falando e apontou para nossa mesa. Todas olharam em nossa direção. Meu coração passou a bater como um louco quando os olhos verdes intensos dela fixaram-se nos meus. Meus sentidos sofreram um baque. Ela olhou diretamente para mim. Meu corpo ficou totalmente descontrolado.

Desviei o olhar na hora, abalada, nervosa, trêmula. Olhei para Ally , tentando pensar racionalmente, mas ela sorria cheia de charme para as garotas  da outra mesa. Para ela.

- O que aquela louca deve estar falando da gente? – Perguntou Ally.

- Que somos suas amigas e que ficaríamos muito felizes em sentar com elas. – Respondeu
Beatriz.

– Se ela conseguir isso, juro que lavo as roupas dela todos os dias que acamparmos.

Eu não teria coragem de sentar na mesma mesa que ela. Eu me transformaria em uma massa
trêmula, até ter um colapso. Deus do céu, o que estava acontecendo comigo? Criei coragem e olhei para ela novamente, disfarçando. Ela olhava e falava com Normani, interessada, levemente divertida. Por fim ela riu, acenou para elas e voltou para nossa mesa. Pegueieu chope e o bebi sofregamente, olhando para o copo.

E aí? – Beatriz indagou na expectativa, enquanto Normani se sentava calmamente.

- E aí, o quê? Vocês não viram? Só me apresentei.

- E falou o quê?

- Ah, Ally, só fui simpática e elas gostaram de mim. Me convidaram para sentar com elas, mas mostrei vocês e falei que estávamos juntas. Elas nos convidaram para ficarmos todos em uma mesa só.

- E então? – Beatriz estava com olhos brilhantes.

Olhei para Normani na expectativa.

- Eu agradeci, mas recusei, é claro.

Ally e Beatriz ficaram olhando-a sem acreditar. Ela caiu na gargalhada.

- Claro que aceitei, suas lerdinhas! Vamos logo! Vocês precisam ouvir a voz daquela morena! Fiquei até molhadinha!

- Ai, Mani, eu te amo! – Beatriz riu. – Essa noite promete!

- Eu... – Olhei-as. – Não acho boa ideia.

- O quê? – Ally riu. – Meu bem, é uma ótima ideia!

- Mas nós nem conhecemos essas garotas e...

- Vamos conhecer agora! – Interrompeu Beatriz, me olhando.

– Milla, você não é desse mundo!Coragem, menina!

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