Crazy in love

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Callie's PDV

Todo o jantar passou em siIêncio. Arizona nem sequer me deu a chance de falar que havia preparado algo para a gente em seu restaurante favorito. Eu não sei o que estava havendo comigo esta noite, mas as palavras não saiam eu não conseguia contestar ou proferir algo contrário do que ela dizia. Me sentia insegura. Me sentia impotente. Como nos velhos tempos. Lá estava eu a mercê dela, ela quem decidia se isso ia durar ela que iria tomar iniciativa, mas dessa vez eu não aguentaria a barra dela em cima de mim. Eu não reagiria ou brigaria. Eu esperaria. Eu me afastaria isso era o certo a se fazer. Não tenho mais forças. Soluçava no banheiro do hospital. A que ponto eu havia chego? Onde estaria minha autoestima? Eu precisava sair disso e logo. Ouvi umas batidas na porta. Sequei meu rosto molhado de lágrima e sai dali. Me deparando com minha irmã.

- Não sei porque nós temos essa mania de chorar no banheiro. - A mesma disse. -

- Como sabia que era eu?

- Eu não sabia. - A mesma afirmou com sinceridade. -

- Porque está chorando?

- Por onde esteve durante tipo um dia atrás? Minha amiga está morrendo lembra?

- Ah, claro que sei...ela precisa de um pulmão. Pierce disse.

- E você?

- Ah você sabe...

- Arizona?

- É...

- O que ela fez dessa vez? - Aria disse já sem paciência. -

- Deixa pra lá.

- Quer beber? 

- Mas e sua amiga?

- Eu...to fugindo da realidade sabe como é.

- Tudo bem vamos lá! - Assim que saímos do hospital fomos direto para o Joe's. As coisas ficaram meio embaralhadas após a quinta dose de tequila. Aria e eu nos divertimos muito dando em cima de pessoas aleatórias no bar, mas Joe insistiu que deixássemos as chaves do carro e pegamos um táxi, pois precisávamos descansar para o trabalho. Verdade...eu trabalho tinha me esquecido. Abri a porta devagar para que não acordasse Sofia. Meu deus! Minha filha! Eu esqueci de avisar a babá que ficaria fora durante a noite. Assim que entramos deparei-me com Arizona parada no sofá. Tipo aquelas cenas de filme em que a esposa fica a noite inteira plantada esperando e acende apenas a luz do abajur. Foi exatamente igual. A loira me encarava muito, mas muito séria. Isso energizou meu corpo de uma forma. Aquela cara séria e eu estar completamente embriagada me fizeram ter uma vontade de mandar minha irmã pra bem longe e transar com a loira, ali mesmo, mas como nada são flores especialmente eu e ela no presente momento isso não aconteceria. Afastei meus pensamentos inapropriados e tentei me concentrar nos passos e na minha respiração nervosa. -

- Aria, você pode subir um minuto? - Disse meio sussurrado para que minha irmã ouvisse e assim ela o fez. Ficamos eu e Arizona ali. Paradas. Olhando uma para outra sem dizer nem sequer uma palavra. -

- Calliope, qual o seu problema? - A mesma disse pausadamente. Podia ver as palavras saírem de seus lábios. Letra por letra. Eu reparei, pois eles estavam naturalmente rosados e muito apetitosos. Saiam pensamentos! Disse para minha própria mente. - Eu sinceramente pensei que você havia mudado sabe. Que você havia amadurecido, mas sua atitude hoje diz o contrário. - Eu espero que seja de ter esquecido uma única vez de avisar a babá que eu não voltaria o que ela acabava de mencionar. -

- Bom eu mudei, mas como qualquer ser humano cometi erros Arizona. Não pense que sou a única.

- O que quer dizer com isso?

- Quero dizer que você anda negligenciando este relacionamento o bastante para questionarmos se isso é mesmo a coisa certa a se fazer.

- Calliope, não mude de assunto vamos você sabe o que fez eu tive de sair do hospital. Alessia está por um fio Callie! E você fica reclamando e lamentando coisas que nem sequer existem, você inventou que eu não ligo mais pra essa relação onde a dias atrás estava tudo bem e porque de repente eu me tornei amiga de alguém e pronto eu vou trair você certo? Porque o que eu fiz com a Lauren me faz se capaz de fazer de novo ou não? Estou correta?

- Você tá mesmo me chamando de louca paranoica?

- Você é quem disse isso.

- É Arizona...porém fica meio dificil de confiar quando você começa a agir de maneira estranha e nem sequer me explica o que ta acontecendo. Do que se trata essa sua afeição por uma pessoa que acaba de conhecer em o que? Um dia? Dois? Não interessa. A questão toda é que você me deixou com cara de boba sem ao menos explicar. O que eu deveria pensar? Que ta tudo bem? Devido ao nosso histórico? Quando você passou a ser fria e se afastar eu pude notar que tinha dúvidas em relação a gente, mas Arizona você precisa me dizer, pois estou me comprometendo aqui lembra? Se você soltar minha mão agora eu caio num abismo e não sei se serei capaz de me reerguer. - Disse tudo num só fôlego. A mesma se calou. Eu também. Só se ouvia nossas respirações aceleradas. Eu tinha medo do que ela diria, confesso, mas eu enfrentaria. Eu não choraria, não agora. Não na frente dela. Vamos lá você consegue Calliope. Droga. Até meu próprio nome me dá um nó na garganta. Isso porque desde que Arizona passou a me chamar pelo nome que eu tanto odiava ele passou a ter um significado diferente. Ela fez com que eu amasse ouvi-lo. Principalmente quando era ela que dizia. E se ela disser que quer soltar minha mão? Ela faria isso? Me jogar num abismo onde ela sabe que não vou conseguir sair? Será que ela gosta de Alessia? Por isso o silêncio? De repente sua boca abriu, mas fechou. Eu esperei. -

- Callie...que tal nós conversarmos melhor amanhã?

- E porque amanhã? Porque não hoje? Porque nós não resolvemos e assim eu posso tomar seus lábios que estão particularmente convidativos essa noite? - Eu disse mesmo isso em voz alta? Sim Callie você disse. Pude notar que a mesma abriu um leve sorriso quase não deu pra notar, mas eu notei. Eu sempre noto. Seu rosto ficou no mesmo tom dos lábios. Eu a tinha atingido. Tenho certeza. Ao menos ela não iria dormir com raiva de mim. Pensando nos prós e contras de estar comigo. Chegando a conclusão de que ela deveria formar uma família com a Alessia se ela sobreviver, é claro. -

- Agradeço o elogio...mas eu ainda prefiro que seja amanha. Na hora do almoço.

- Tudo bem. Amanhã então. Combinado. - A mesma pegou sua bolsa e quando passou perto de mim ela parou. Para se despedir. Já era um começo não? Ela chegou tão perto de mim que eu me arrepiei. Ela chegou bem perto do meu rosto. E depositou os lábios ali na maçã do rosto. Eu nem respirava. Ou me mexia. Ela simplesmente fez isso e saiu. E eu fiquei ali. Parada como uma estátua. Depois de voltar a mim eu subi para o quarto notando que minha irmã dormia e Sofia dormia tranquila em seu quarto. Eu apenas coloquei uma blusa mais confortável e fiz o mesmo. 

Take me back to the startOnde histórias criam vida. Descubra agora