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Anthony a observava atentamente, como se ela fosse uma criminosa sobre tribunal, pelo menos era bem assim que ela se sentia

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Anthony a observava atentamente, como se ela fosse uma criminosa sobre tribunal, pelo menos era bem assim que ela se sentia. Ele não acreditava na garota, tinha certeza que uma dama desacompanhada em um cavalo não se chocaria a uma carruagem de um duque, sem ter algum plano planejado. O duque já viveu diversas situações em que as pessoas se jogavam aos seus pés em busca de dinheiro ou status, desmascarou vários ingleses que tentavam lhe fazer de palhaço. Então, por enquanto, ele acreditava que aquela garota tinha algum plano oculto.

Mas sua duquesa, por outra lado, parecia acreditar fielmente na moça, e se tinha uma coisa que Anthony bem sabia, era que, sua amada sempre tinha razão. Porém, ele não se deixaria enganar pela boa cara da dama, iria fazer suas perguntas assim que chegasse ao seu destino e tomaria a decisão se deveria confiar nela ou não.

Ainda faltava algumas horas de viagem, o duque se ocupou em cuidar do braço da jovem que ainda sangrava. O corte era no braço direito, e devia ter em torno de sete centímetros, não parecia muito profundo e ele apostou que não seria necessário pontos, mas a jovem não conseguiria escapar de uma cicatriz. Lavou o machucado da moça com água, desejou ter uma garrafa de qualquer tipo de bebida alcoólica que pudesse usar para desinfectar o corte, mas ele não costumava viajar com bebidas, aliás Anthony ficava atendo ao percurso, preparado para qualquer tipo de acidente ou roubo. Arrancou um pedaço de sua blusa feita pelo alfaiate mais recorrido de Londres, e tentou enrolar no braço da menina fazendo um curativo.

Freyja o observou um pouco receosa, ela tinha acabado de se dar conta do corte no braço. A dor no tornozelo e o susto de estar em uma carruagem com um duque e uma duquesa ocultou qualquer outra sensação do corpo dela.

- Calma, tenho que estancar esse sangramento.

Ela se perguntou se tinha alguma outra parte do corpo machucado. Pelo o que parecia era apenas o corte no braço e o tornozelo, e isso já era demais! Ela não fazia ideia de como conseguiria seguir viagem machucada.

- Querida, nosso filho mais velho é médico – A duquesa comentou. – É uma pena que está em Londres participando da temporada. No entanto, ele nos ensinou alguns primeiros socorros. - Ela sorriu docilmente - Quando chegarmos em casa, Kate vai lhe ajudar com esse ferimento, não deve precisar de pontos, não é mesmo Anthony?

Freyja não soube dizer se ela estava dizendo aquilo para conforta-la ou se a duquesa realmente acreditava que não precisaria de pontos, no entanto seu marido concordou com a cabeça. Mas a dama não estava preocupada em levar pontos e sim em fugir daquela carruagem, que a cada minuto parecia estar mais perto da propriedade do casal e ela não sabia por quanto tempo conseguiria manter a farsa de sua perda de memória. No entanto, Freyja não conseguia pensar em nenhuma forma de escapar dali, não por agora.

A duquesa estava bastante preocupada com estado da moça, não deixou Freyja dormir, ou se quer, piscar um pouco mais lento. Alegou que muita gente morria dormindo, logo depois de sofrer algum acidente. A sugestão da duquesa para distrair a dama foi as perguntas, perguntou como ela estava se sentindo a princípio, mas as questões mudaram de rumo e começaram a lhe perguntar sobre o que ela lembrava.

Sabe onde mora? Não. Quantos anos tem? Vinte, eu acho. Se lembra de algum parente? Não. Não recorda do seu sobrenome? Não, me desculpe.

O duque não parecia convencido com as respostas negativas, mas deixou passar e permitiu que sua mulher lhe contasse como era sua casa e o lugar onde a garota sem nome passaria alguns dias, a garota tentou se fazer de interessada em tudo que a Duquesa dizia. A expressão de Freyja tremia toda vez que Marieta mencionava sua imensa propriedade, toda vez se lembrando que precisava pensar, arrumar um jeito de escapar.

Anthony percebeu na hora que tinha algo de errado, e seu palpite era que a garota estava mentindo, mas ela não parecia ter a intenção de enganar alguém ali dentro.

O duque não era burro, estudou em Oxford e, desde que se formou nunca parou de estudar e analisar a sociedade, era um homem que pegava os mínimos detalhes: a postura, os olhos, as mãos. Ele costuma querer trabalhar como detetive quando mais novo, mas seus deveres como duque sobrepuseram seus desejos de menino.

Ele sabia que ela estava mentindo, mas qual era o motivo? Ao analisar os modos da menina, ele se lembrou de Marieta quando se conheceram. Sua mulher não teve uma vida fácil, ela nasceu manca e por isso ela foi terrivelmente abusada fisicamente e mentalmente pela sua família. Foram grandes anos para que sua esposa pudesse ter uma noite de sono sem pesadelos, ele não desejava aquela vida nem para seus piores inimigos. Então algo apitou em sua mente, a dama estava fugindo de alguma coisa, ou de alguém.

Então, decidiu não incomodar mais a moça com olhares acusadores, até se culpou por isso. Agora estava nítido que a garota estava com medo, ela não tinha intenção de enganar ninguém. Deixou sua mulher distrair a garota em paz.

Olá pessoas, estão gostando? Hoje vou indicar o livro Uma noite para se entregar é o primeiro livro da série Spindle Cove da Tessa Dare, é bem legal e divertido e tem um dos meus crushs literários que é o Bram

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Brilhos de estrelas pra vocês!


O conde solitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora