Capítulo 11

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Acordei olhando para um teto branco. Estranho. O teto do apartamento não era branco assim. Onde é que eu estava?

Olhei para o lado e foi aí que tudo me veio na cabeça. Lissa e Dimitri no apartamento. Eu penteando o cabelo de Lyanna. A dor de cabeça. Meus gritos. Os gritos de Lyanna. E por fim a escuridão.

Tentei me levantar, mas parecia que meus músculos pesavam uma tonelada. Tudo doía. Me acalmei. Respirei fundo e tentei mais uma vez me mexer. Dessa vez sem muitas dores. E até que consegui algum progresso.

Ouvi a porta se abrir e de lá entrou a médica que eu havia falado no quarto da minha mãe. Ela soltou um sorriso gentil e respirou aliviada.

— Ah, que bom que acordou Rosemarie. Estávamos todos preocupados. Como você se sente? – Ela veio até a cama e ligou um luzinha e jogou no meu olho. – Sem danos cerebrais. Ótimo.

— Me sinto como se eu estivesse sido jogada de um prédio. – A médica de cabelos castanhos sorriu e a preocupação com Lyanna me dominou mais uma vez. – Onde está minha filha? Meu Deus, ela deve estar com tanto medo.

Tentei mais uma vez me levantar, mas a médica me impediu.

— Calma senhorita Hathaway. Não sabemos o que aconteceu com você, então vamos com mais calma. Sua filha está bem. Está na creche da Corte, com o pai. O senhor Mazur está lá fora, quer que eu o chame?

Com o pai? Ah, ela deve estar achando que Andrew é pai de Lyanna. Bom, não era muito difícil deduzir aquilo. Andrew veio comigo e Lyanna era a minha cara. O tratamento dele com minha filha realmente era digno de pai e filha, então sim, não muito difícil deduzir aquilo.

Assenti e a médica saiu do quarto. Dentro de instantes meu baba entrou no quarto com aquela cara de preocupação e quando me viu acordada pareceu estar aliviado.

— Eu fiquei tão preocupado Rose. - Ele beijou minha testa e eu aproveitei o carinho. – Eu ouvi seus gritos e depois os da Lya, pensei que tinham sido atacadas... e quando eu cheguei no quarto e te vi no chão senti como se estivesse perdendo tudo o que eu amo...

Ele deixou a voz morrer e eu senti meu coração afundar.

—Oh baba... – Tentei levantar meus braços para abraça-lo, mas eu não consegui. – Eu estou com tanto sono.

Abe se sentou em uma poltrona ao lado da minha cama e segurou minha mão.

— Durma Rose. Você deve estar cansada. Eu não vou sair do seu lado.

— Mas e Lyanna, ela...

— Ela está bem, está com o Andrew. Quando você acordar eu a chamo, ok? Agora durma.

Tentei protestar mas o sono me venceu e mais uma vez eu vi a escuridão me rodear.

Quando eu acordei novamente, Abe ainda estava sentado ao meu lado, mas estava dormindo.

Não quis acorda-lo, mas ao tentar me levantar, soltei um gemido de dor e ele despertou. Se levantou mais rápido do que um velho da idade dele pudesse se movimentar e me ajudou a me sentar na cama.

— Como se sente kiz?

— Pronta pra outra. – Ele gargalhou baixinho e passou as mãos nos meus cabelos. – O que aconteceu comigo Abe?

Ele pareceu não querer responder, mas por fim cedeu.

— Não sabemos Rose. Quando chegamos no quarto você já estava desmaiada e quando a trouxemos pro hospital os médicos disseram que não tinha nada de anormal, que seu corpo estava somente muito cansado.

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