Azul

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A primeira letra surgiu quando eu tinha quatro anos. Um K azul, e a primeira pessoa que o viu foi minha mãe.


Mamãe lavava-me as costas quando noticiou a marca, e eu não sabia se ficava feliz ou espantado! No fim, tomei o resto do banho com um sorriso de orelha a orelha no rosto. Eu tinha uma marca!

É, eu tinha uma marca... Mas do que adiantava, se a pessoa a qual ela era designada me maltratava tanto?

Bakugou Katsuki, esse era o nome dele. Éramos amigos de infância, e isso não mudou até a época onde todas as individualidades ainda não mostradas começavam a aparecer.

Diferentemente dele, eu não tinha uma.

Passei por poucas e boas esses anos sem individualidade, até que finalmente, por uma série de encontros milagrosos, eu fui capaz de entrar na U.A., a escola mais prestigiada do Japão, e ainda na classe de heróis! A sorte realmente estava ao meu favor!

Mas ela não durou tanto em relação à pessoa que eu gostava... Kacchan continuava a gritar e tentar me por abaixo de si sempre, querendo que eu desistisse de meu sonho, e muitas das vezes eu pensei que isso seria o certo a se fazer.

Após uma série de desventuras e um novo relocamento, Kacchan e eu entramos num tipo de confronto noturno, onde ele tentava e tentava machucar meu ego e esperanças no propósito de descobrir mais sobre a individualidade que eu do nada, antes do exame de admissão, havia ganhado.

E ele conseguiu; All Might acabou por revelar aquele segredo, fazendo uma coisa de dois virar de três.

Mas eu não pude realmente culpá-lo por isso nunca; após nossa "briga" e suspensão, fomos capazes de ter diálogos decentes durante o tempo que limpávamos o dormitório.

Querendo ou não, eu vi o S amarelo em seu pulso, e aquilo doeu-me o coração mais do que toda surra concentrada que eu já havia levado na vida, seja por ser um sem individualidade ou por ser um herói em treinamento.

Naquele dia então eu decidi, à noite enquanto pensava sobre o traçar que todos possuíam quando nasciam, que iria desistir de Katsuki. Nunca me passou pela cabeça outra opção para o K azul que adornava minhas costas, e por isso eu deixei-me levar neste momento pelas lágrimas de um coração partido.

Eu só não sabia que não seria o único.


Estória praticamente terminada (7 capítulos de 8). Estarei atualizando diariamente até o capítulo já finalizado.

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