A segunda letra surgiu quando eu tinha dezesseis anos. Um S cinza, e a primeira pessoa que o viu foi All Might, durante um treino vespertino.
Eu estava fazendo uma série de abdominais quando o herói número um chamou por meu nome, quase que demonstrando um espanto em sua face. Eu olhei-o confuso nesta hora, e ele suspirou como que para pôr os pensamentos em ordem antes de me falar da segunda marca.
E por alguns segundos, eu me desesperei. Perguntei uma série de vezes ao meu tutor se aquilo era normal, e ele me respondia apenas que nunca havia visto um caso parecido antes.
Pelo choque que aquilo tinha sido tanto pra mim quanto pra ele, suspendemos os treinamentos por aquele dia. Logo voltei para o dormitório, as costas onde residiam ambos um K e agora um S cobertas pelo meu uniforme de educação física.
Eu quase não consegui esconder a preocupação que me assolava quando pisei dentro do hall. Iida e Uraraka vieram até mim pensando e perguntando se eu havia me machucado, e com uma série de sorrisos amarelos eu desviei das perguntas e fui passando pelo resto do cômodo, e só então percebi que todos estavam ali e olhavam fixamente para mim, tentando entender o que diabos tinha acontecido que eu sequer abria a boca.
E quando eu iria o fazer na intenção de fazê-los ignorar minha presença novamente, foi quando percebi o olhar de meu colega de classe, Shouto, sobre mim.
Mamãe havia me dito uma vez que não importasse quem fosse, se esta pessoa tivesse a conexão que uma alma gêmea proporciona, eu deveria correr por aquilo. E esta conexão ocorreu na forma mística de um arrepio pela minha coluna, mas eu não parecia o único que havia sentido isso; Bakugou e Todoroki derem um mini pulo em suas cadeiras, tremendo um pouco antes de nós três ficarmos nos encarando sem entender nada do que havia acontecido.
Uraraka como a boa amiga que era tentou quebrar aquele gelo que havia se formado entre mim, meu amor de infância e agora o garoto que, após eu ter sobreposto meu olhar nele, sentia uma grande paixão fluindo, tão intensa quanto a que eu sentira — ainda sinto — por Kacchan durante dez ou onze anos.
E como se eu realmente fosse ser correspondido eu corri aonde Todoroki-kun se sentava, vendo ele se levantar de imediato, e beijei-lhe como se fôssemos tão apaixonados quanto um casal que há anos reside juntos.
Naquele momento não percebi, porém praticamente fora possível ouvir a quebra de dois corações naquela sala-cozinha.
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FanfictionQuando entramos na escola, a primeira matéria que estudamos é Biologia e História das Marcas de Nascimento. A marca é algo que você desenvolve durante sua vida, mas pode aparecer quando nasce. Tem tanto um peso histórico quanto no seu viver, bem ime...