A segunda letra surgiu quando eu tinha dezesseis anos. Um I azul, e a primeira pessoa que o viu foi eu mesmo, após sentir um choque pelo meu corpo e então checar meu outro pulso, vendo-o ali.
Aquilo foi surreal. O meu pulso direito, que anteriormente era liso e branco como o resto do meu braço, agora possuía uma forma de um I contorcido em azul explodindo na minha cara. Mas mal tive tempo para pensar sobre a segunda marcação; o merda do Deku beijou Shouto na frente de todos, e mesmo que meu coração tivesse doído por aquilo, me deixei ser guiado quando ele veio para me beijar, e então quando percebi, estava no quarto de Todoroki. Estava na presença de quem eu mais amava e mais odiava.
Um silêncio vergonhoso pairou sobre nós três no cômodo, pensando nos acontecimentos. Entretanto novamente eu não tinha tempo suficiente para pensar em nada: Deku começou a tirar a roupa numa rapidez digna de quem está com fogo você-sabe-onde. Não satisfeito, Shouto foi seguindo ele. Quanta falta de decência! Meu rosto com certeza devia estar corado quando fui separar aqueles dois, que se olhavam com uma paixão invejável, antes que começassem a trepar na minha frente mesmo.
Porém o que veio a seguir foi o mais estranho daquele dia, e veio em dose dupla pro meu coração e cérebros já queimados de confusos: o de cabelos verdes e ex sem-individualidade virou-se de costas para nós dois, apontando para as duas letras na planície que era sua pele que alternavam entre azul, cinza e o preto das sardas.
O meio-à-meio, no entanto, apenas virou o ombro esquerdo para mim. Nele, pude ver a letra I em tom cinza, mexendo e tornando-se uma reta mais decente. Foi nesse momento que ergui meus pulsos, o esquerdo estampado por um S amarelo e o direito pelo novo I azul, ao passo de que murmurei descrente à ambos:
"Puta merda..."
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Cores
FanfictionQuando entramos na escola, a primeira matéria que estudamos é Biologia e História das Marcas de Nascimento. A marca é algo que você desenvolve durante sua vida, mas pode aparecer quando nasce. Tem tanto um peso histórico quanto no seu viver, bem ime...