As Crônicas De Línis - O Progenitor (EM REVISÃO)

Capítulo 2 - O começo de uma guerra

Passaram-se alguns meses depois daquela noite, nós nunca fomos os mesmos desde então. Todas as brincadeiras que outrora fazíamos, agora são apenas lembranças. A única coisa em minha mente era o desejo de vingança contra o traidor. Muitos sentimentos decidi guardar apenas em meus pensamentos, quero me mostrar maduro o bastante para não acharem que ainda sou apenas um garoto... Raiva, tristeza, solidão... Sentimentos predominantes que a cada dia toma conta da minha alma. Nós sabíamos que ficaríamos desprotegidos sem a Jessica aqui, éramos jovens, não tínhamos disciplina e os outros são ocupados demais para nos ajudar. Mesmo com o treinamento básico de luta, ainda não era o suficiente. Bartolomeu era o 4° Progenitor e provavelmente a pessoa com mais força bruta no grupo, ele era amado e respeitado e agora é só um inimigo do reino.

Eu adorava a cidade de noite... Era calma e iluminada, nas histórias dizem que nossa tecnologia é muito mais avançada que o outro mundo. Elena de repente me surpreende com uma pergunta:

- Ei! Você está...

- Sim, não se preocupe. – Respondi interrompendo-a.

- Para onde nós estamos indo afinal? – Perguntei.

- Recebemos informações diretas do rei, há um informante capaz de nos revelar algo sobre o Bart.

- Não diga o nome dele desse jeito... – Retruquei com um olhar sério para Elena.

- Me desculpe... É o costume. – Respondeu com um olhar de chateada.

Quando pequenos costumávamos chamar Bartolomeu de tio Bart. Ele era como uma figura paterna para gente, ajudava no treinamento, tratava a gente bem, Elena e eu achávamos que rolava um clima entre ele e Jessica. E ele foi um dos únicos Progenitores que víamos. Os únicos Progenitores que não vimos até agora foi o primeiro e o segundo, Jessica sempre falou que não gostavam muito de contato humano:

- O que você quer fazer hoje à noite? – Fiz uma pergunta para cortar o clima.

- Como assim?

- É seu aniversário esqueceu? Não acredito que não vai comemorar seu aniversário de 21 anos!

- Depois pensamos nisso, precisamos nos concentrar na missão. – Disse Elena tentando desviar do assunto.

- Você que manda.

Passamos um tempo percorrendo a cidade, "Queria saber o motivo dessa sensação estranha" fiquei pensando por alguns instantes. Quando minha irmã me alerta dizendo:

- Encontrei o informante do Bart... Quer dizer Bartolomeu. – Ela se corrigiu rapidamente.

Fomos para cima com tudo, quando de repente aparece muitos aliados do inimigo. Para acabar com eles de uma vez lancei meu trunfo. Minha mão direita fica da cor preta com linhas vermelhas e saindo uma fumaça da mesma cor. Depois disso estufando o meu peito com todo o ar que consigo puxar eu grito o nome do meu Familiar:

- ALBA LUPUS!!

As nuvens começaram a ficar carregadas e traziam consigo raios e trovões. Uma explosão de raios saiam do meu corpo e o Familiar aos poucos se revelava. Quando apareceu era um lobo gigante feito de raios azuis, com uma tiara de ouro e encrustados de rubis. A sensação de conforto, de poder... Vai aos poucos me dominando e fazendo com que meu orgulho quase inexistente, fosse comparado com a de um leão - Se for parar para pensar, é um pouco contraditório -. Percebendo as circunstâncias da batalha eu grito:

- ELENA... – Ela rapidamente entendeu o que eu quis dizer e foi pra cima do informante bem rápida em um piscar de olhos.

Enquanto Lupus atacava uns, eu atacava outros. Fazendo com que rajadas elétricas e socos rápidos acertasse o inimigo, comparados a mim o poder deles é fraco. Toda vez que usava Lupus eu me perguntava "Então esse é o poder de um Progenitor". Quando me dou conta o perigo já passou e vejo minha irmã imobilizando o alvo, porém, ela parecia hesitar para tirar as informações. Como se ela o conhecesse:

- Onde ele está? O que ele pretende fazer? Por que ele matou a antiga Progenitora Jessica? Responda todas essas perguntas ou você morre. – Disse eu enchendo-o com perguntas.

- Vá com calma, Zack.

- Não preciso ir com calma, ele vai falar tudo o que a gente precisa.

- Eu não sei de nada eu juro, não me machuca por favor! – Disse o alvo com medo.

- Fale agora.

- A única coisa que sei... É que ele não está em Zarmillion, porém continua em Andrômeda. Ele está em umas das grandes metrópoles, tentando reunir um exército e está quase conseguindo. – Disse com medo.

- E o que mais? – Perguntei.

- Nada... Eu juro que é tudo o que eu sei... Por favor não me machuque. PELO AMOR DE LINÍS!!

- Linís? – Perguntei com um olhar confuso. Rapidamente Elena nocauteia o informante.

- Não precisamos ouvir o resto... – Disse ela.

- Por que fez isso? É bem provável que ainda guardava informações! – Disse um pouco irritado com a situação.

- Não podemos confiar totalmente nessas informações. E provavelmente é só um bandido qualquer. – Disse ela justificando a interrupção.

Linís... Esse nome não saía da minha cabeça, estava com um pressentimento de que de alguma forma esse nome fosse parte de mim. E eu estava certo... Mau sabia eu que essa palavra em específico iria me assombrar para o resto da minha vida.

Quando voltamos para relatar a missão, demoramos um pouco para achar outro Progenitor que fosse mais experiente que eu, o castelo em si era gigante. Os quartos dos Sete Magos fazem parte do castelo a única coisa que os separa é um pequeno jardim, o nosso era um pouquinho maior... Possuía uma colina onde Jessica adorava sentar com a gente e admirar o pôr do sol. Depois de um tempo achamos o 6° Progenitor Finn... O sobrinho de Bartolomeu. Ele estava lendo um livro, mas não parecia muito concentrado na leitura, nós percebemos que apesar de Bartolomeu Black ter escapado... Ele ainda era o seu tio. Chegamos um pouco mais perto interrompendo sua "leitura" e explicamos a situação:

- Essa é uma informação e tanto não acham?! – Disse ele soltando pequenas gargalhadas.

- Não podemos confiar totalmente no que aquele cara disse. – Respondeu Elena friamente.

- Você tem razão, querida... – Respondeu com um tom de tristeza.

- E agora Finn? – Perguntei para quebrar o silêncio que se instalou na sala.

- Agora vamos para a guerra.