As Crônicas De Línis - O Progenitor (EM REVISÃO)

Capítulo 5 - Promessas

- IRRESPONSÁVEIS... ISSO QUE VOCÊS SÃO!! - gritou Willians.

- Não foi nossa culpa.

- TEM RAZÃO, FOI SUA CULPA. - resmungou. - Você sabe quem está naquele quarto desacordada ? A sua irmã, Zack.

- Eu sei...

- Você tem sorte que o Dominic não está aqui, ele teria te matado... Você sabe que ele é apaixonado pela sua irmã. - Disse ele.

- Se você está tão preocupado com Elena, por que você não me treina para ser um Progenitor melhor ? - perguntei furioso.

- Isso não seria necessário para você...

Depois que me deu o sermão ele saiu andando, parou na porta e disse:

- Uma última coisa, Zack... Um Familiar foi avistado nos arredores da cidade e principalmente no centro, vá lá checar.

- É do Bartolomeu ? - perguntou.

- Não... Você saberá o que fazer quando o vir. - disse Willians.
Eu não entendi o que ele quis dizer com aquilo mas ordens são ordens - mesmo eu sendo o 3° Progenitor -.

Quando Willians saiu entrou uma mulher, eu acho que é uma das enfermeiras cuidando da minha irmã... Mas ela não entrou no quarto de Elena. A enfermeira tinha cabelos vermelhos, pareciam fogo, olhos cor de esmeralda. Nunca vi ninguém parecida, além do mais ela era bem familiar. Ela parou na minha frente.

- Você não mudou nada; os mesmos cabelos brancos e os mesmos olhos vermelhos como se fossem os olhos de um animal. - disse a garota misteriosa. - As ataduras e os medicamentos estão funcionando.

- Eu te conheço ? - perguntei.

- Isso não é jeito de tratar uma conhecida, Zack. Muito menos a pessoa que te salvou.

- Então foi você ? - perguntei mais uma vez. - Obrigado...

- Você realmente não lembra quem eu sou. - disse ela. - Sou Ignis lembra ?

Eu olho para ela com cara de surpreso e me recordo. Essa era a garota que um dia fui apaixonado, porém, não fui correspondido na época.

- Ignis... Meu deus, não acredito que é você. - disse surpreso.

Ela deu um sorriso de canto e me abraçou.

- Acredito que sua irmã não melhorou. - disse Iginis.

- Eu ainda não entendo o motivo de ela ainda estar dormindo...

- Mas você ouviu o Senhor Willians, você precisa ir atrás desse familiar. Não se preocupe, eu vou com você.

- Para você é muito perigoso, pode deixar que eu vou sozinho. - disse. -
Eu preciso ficar mais forte.

- Você já é bem forte... - disse ela rapidamente.

- Se eu fosse tão forte... Minha irmã não estaria em coma e Bartolomeu já estaria morto.

- Eu ainda vou com você, Zack. - disse ela com um sorriso no rosto.

Depois de um silêncio tremendo eu levanto da cama e vou em direção à janela.

- Eu nunca mais vou perder...

Mesmo que meu braço seja arrancado, mesmo que eu esteja na beira da morte... Nunca mais vou perder uma batalha e nem ninguém. Isso é uma promessa. - disse com uma voz determinada.

- Eu nunca mais vou te deixar sozinho... Isso é uma promessa. - disse Ignis.

Nos olhamos por um tempo em silêncio - foi bem constrangedor por que não sabia o que falar - e então decidi que estava na hora de ir. E é lógico que Ignis me seguiu, paramos no prédio mais alto da cidade (iríamos ter uma visão melhor da cidade do que lá embaixo com as pessoas); ficamos esperando por um bom tempo e na maioria das vezes Ignis me encarava de uma maneira estranha.

- Meus cabelos brancos e olhos vermelhos são tão interessantes assim para você ? - perguntei.

- Na verdade sim... Mas é que você mudou bastante desde a última vez que nos vimos. - respondeu com um sorriso inocente.

- Como você sabia que estávamos aqui em Tourus ?

- Eu soube de duas pessoas procurando por informações pela cidade inteira. - disse Ignis. - Aqui as notícias se espalham rápido e vocês não são muito discretos.

De repente um barulho interrompeu ela, senti uma magia bem grande vinda de alguns quilômetros adiante.

- Deve ser o Familiar que Willians falou! - disse eu com um olhar preocupado. - Vamos até lá.

Chegamos e as pessoas estavam correndo de medo, quando vimos seu formato ficamos assustados... Era um dragão imenso da cor negra; com asas enormes, dentes afiados, chifres pontiagudos e olhos assustadores. Percebi que não havia tempo para pensar e resolvi ir para cima.

- IGINIS SE PROTEJA!! - gritei desesperadamente. - ALBA LUPUS.

Em um piscar de olhos Lupus surge e vai direto no dragão. De repente o Familiar some e aparece atrás do meu lobo, tento defende-lo fazendo um arco de raios e lançando projéteis em direção ao dragão, porém, ele virou para mim e cuspiu uma bola de magia da cor negra e os projéteis sumiram... Me movi rapidamente para não ser atingido e enquanto o Familiar desconhecido estava distraído comigo, Lupus mordeu o pescoço dele. Percebi a oportunidade e resolvi pular em cima para da um soco com toda a minha força em sua cabeça, entretanto quando estou perto de acerta-lo minha mão fica do mesmo jeito quando minha magia é ativada. Uma explosão de luz acontece.

- ZAAACK!! - gritou Ignis.

Quando abro meus olhos me encontro em uma completa escuridão e parecia que eu estava pisando em uma poça d'água.

- O que está acontecendo ? Onde estou ? - perguntei.

- Então você quer fazer um contrato comigo, Progenitor...

Quando eu me viro, vejo o mesmo dragão que estava atacando a cidade.

- Como você fala ? Familiares não falam. - eu disse com medo em meus olhos.

- Sim, nós falamos assim como vocês humanos.

- O que está acontecendo ? - perguntei mais uma vez.

- Você deve ser novo... Vejamos, você sabe como a magia de um Progenitor funciona não é ? - disse o dragão.

- Mais ou menos. A magia de um Progenitor não é algo natural, ela é herdada de seus antecessores. - respondi. - Para manifesta-lá, você precisa canaliza-lá dentro de si e expulsar. Quando isso é feito o Familiar é revelado, com forma e poder aleatórios. Geralmente os Familiares são os mesmos do antecessor.

O dragão olha para mim e começa a dar risada.

- A primeira parte está meio certa, o resto está errado.

- Como assim ? - perguntei confuso.

- Pense que a magia dos sete magos fosse uma centelha de luz, capaz de passa-lá para outras pessoas. Essa centelha serve como um gatilho, conectando seus sentimentos com a magia. - respondeu. - Todos os Familiares estão dentro de você e quando um sentimento ou sensação forte florescem... O familiar é revelado e invocado em qualquer parte da região que o portador esteja.

- Isso não faz sentido... - disse confuso.

- Como conseguiu Fogarium ? - perguntou o dragão.

E em um piscar de olhos, Fogarium aparece atrás de mim.

- Foi um acidente... Eu, Elena, Ignis e mais algumas crianças estávamos brincando, mas, não faz sentido. Só virei progenitor há alguns meses.

- Continue...

- Tinha decidido me declarar para Ignis, porém, ela disse não. - terminei.

- Depois um touro feito de chamas apareceu duas quadras de onde estávamos... Mas depois ele sumiu.

- O que você sentiu ou sentia naquele exato momento ? - perguntou mais uma vez.

- Eu não sei direito... Paixão misturado com raiva, eu não sei. - respondi mais uma pergunta.

- Agora você entende. Sentimentos são poderosos, Zack. - concluiu. - Você quer fazer o contrato ? Quanto mais você passa por isso, mais poderoso você fica.

- Sim, eu quero fazer o contrato.

- Que assim seja, Progenitor.