Capítulo 4 - Tourus

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Antes de irmos para a metrópole decidi visitar o túmulo de Jessica que ficava fora do nosso Salão, passando pelo corredor não muito extenso e iluminado com tochas, cheguei a porta velha e marrom. Abri e lá estava... A árvore grande e quase sem folhas, a esquerda o túmulo dela com o pingente esmeralda que usava constantemente em seu pescoço  e mais a frente a ponta da colina que a levava para um precipício. "Descanse em paz, Jessica Aureum"... Era isso o que estava escrito em sua lápide:

- Estou com saudades... - Disse eu me agachando, olhando para o pingente esmeralda, desejando voltar no tempo enquanto o vento bate no meu corpo e na árvore fazendo com que as folhas dançam. - Está sendo muito difícil sem você aqui, não estou pronto para tanta responsabilidade... Deveria ser você aqui. Sinto que Elena esconde algo de mim e ela não admite... Parece com medo de algo. Jessica... Eu quero matá-lo... Me ódio não vai cessar até que eu arranque o coração ainda batendo no peito dele... Ele precisa pagar pelo o que fez com você... Com a gente. Ninguém vai me impedir... E quem tentar, não vou hesitar em tirar do meu caminho. Eu te prometo.

Assim que terminei, fui ver se minha irmã estava pronta para viagem. Assim que sai vi ela parada do lado de fora com nossas malas.

Tourus é uma das grandes metrópoles de Andrômeda, além dela há Leona, Lurya, Saint Lenê e por último Paraleon. Demorou dois dias para chegarmos na cidade, a maneira mais rápida era pelo Trem Mercúrio e os seus trilhos altos. Pelo caminho era possível ver os pássaros voando para o lado oposto, enquanto meus pensamentos ruins fluiam pela minha mente, estava me perguntando “Será que ele realmente está na metrópole?”, “O que nos espera lá?”. Mal eu sabia que essas respostas seriam respondidas... Mas não no tempo que eu queria.

Demorou exato dois para chegarmos em Tourus, passamos por algumas estações e mal funcionamentos por isso a demora. Tourus é um lugar bem grande, com mais prédios do que casas e bem cinzenta, bem diferente de Zarmillion quase não tinha ruas para os carros passarem, as pessoas daqui tinham o costume de irem andando até o trabalho ou para casa. Já era hora de decidirmos se íamos ficar em um hotel ou em um dos apartamentos comprados pelo reino. A Família Howl decidiu compras casas e apartamentos em todas as metrópoles para missões como essa, geralmente são soldados que são designados para missões de reconhecimento, mas, isso era diferente... Alguém que tinha muita influência, simplesmente decidiu romper a confiança de todos no castelo:

- Finalmente chegamos nessa cidade feia. - Resmunguei

- Não é tão ruim assim. - respondeu Elena. - Você só não gosta daqui porque levou um fora de uma menina quando éramos crianças.

- Cale a boca! - disse.

Elena começa a dar risada, enquanto eu olho pra ela com raiva. Então tomamos a decisão de irmos para o apartamento, quando chegamos ficamos surpresos com o tamanho do lugar. Assim que entramos, ficamos de cara com as janelas (que mais pareciam paredes), do lado direito a sala, com dois sofás e a TV presa na parede. Do lado da sala tem a cozinha e logo atrás de tudo isso duas portas levando aos quartos:

- Não lembrava que aqui era tão grande! E que era tudo preto. - disse Elena.

- Eu também não... Faz muito tempo que não viemos aqui. - disse em voz baixa. – O quarto com a janela é meu!

- Idiota... – Resmungou Elena dando pequenas gargalhadas.

- Por que será que Bart está fazendo tudo isso ?

- Achei que nunca mais iria chama-lo assim. - retrucou Elena.

- Só estou pensando... Mas me responda, por favor.

- Eu não sei, Zack. Queria muito saber. - respondeu. – Irmão... Não sei você mas vou pegar informações, lembre-se toda informação é importante.

- Tudo bem, eu também vou.

Estávamos perdidos... Nós amávamos Bartolomeu, e em um piscar de olhos tudo vira de cabeça para baixo. Não sabia por onde começar, tudo era um tiro no escuro como se aquela informação fosse falsa. As pistas que tínhamos levavam para lugar nenhum, já estávamos perdendo as esperanças... Não tinha mais o que fazer, estamos perdidos, sem rumo nenhum, sem informações. Tudo isso foi em vão:

- Não acredito que viemos aqui para nada! - reclamei.

- Isso não pode ter sido em vão... Sinto que há alguma coisa aqui. Por favor não perca as esperanças meu irmão. - disse Elena.

- Estamos aqui a semanas e não descobrimos nada. - disse. - Tudo que sei é de uma igreja antiga que talvez tenha alguma informação.

- Quem te falou isso ? - perguntou minha irmã.

- Um velho bêbado...

- Você está confiando em um bêbado? – Perguntou Elena em espanto.

- Ouvi alguém dizer que qualquer informação é importante. – Disse esbanjando um sorriso no rosto.

- Então é para lá que nós vamos!
Passamos pela cidade inteira até achar essa tal igreja, tentamos localiza-la pelos prédios até que vimos que estava localizada em uma colina; toda arruinada, cheia de cupins e eu tinha um péssimo pressentimento sobre isso. A porta estava trancada então tínhamos que quebra-la para poder entrar. O interior da igreja era muito estranho, tinha umas escrituras que eram familiar para nós. Estava com um ar horrível, como se algo de ruim fosse acontecer. Percebemos um altar no fundo da igreja e vimos pinturas estranhas, chegamos perto para ver o que é e tinha duas pessoas; pareciam divinas, um homem e uma mulher, sentia uma presença que me fazia bem:

- Rose... Linís. - disse Elena.

- Você entende o que são as escrituras ? E essas duas pessoas ? - perguntei.

- Não faço ideia... Mas sinto que os conheço. Pelo jeito são deuses, eles criaram o nosso mundo. - respondeu

- Que estranho. Tenho a mesma sensação... E esses outros aqui em baixo ?

- Não sei. - disse Elena.

- Duvido que tenha relação com o Bartolomeu.

- Eu também mas tudo é possível. - disse minha irmã

Se passou semanas desde que fomos pra igreja, mesmo assim sem informações sobre o traidor... Nos enganaram, ele não estava em Tourus e nós sabíamos disso.

Até que bateram em nossa porta e Elena atendeu:

- Zack está ai ? - perguntou um homem grande de sobre-tudo e chapéu.

- E quem quer saber ?

- Responda minha pergunta! - exclamou o homem misterioso.
- Elena quem é ? - pergunto de longe.

Minha irmã olha pro rosto do homem com cara de preocupada e de repente sua mão começa a ficar negra igual quando um progenitor ativa a magia, ela percebeu na hora.

- ZACK CUIDADO!! - gritou desesperada.

O apartamento inteiro foi destruído pela explosão e eu e minha irmã fomos lançados pra fora do prédio, quando caímos no chão no meio das pessoas vimos o homem cair na nossa frente.

- Continuam fracos... Não esperava muito. - disse ele tirando o chapéu e abrindo o sobre-tudo preto e vendo o homem por trás. Um homem muito alto; cabelos curtos e negros como os de Finn, olhos castanhos com uma cicatriz enorme no olho direito, botas e calças pretas como a noite e o suor escorrendo pelo seu peito musculoso:

- BARTOLOMEU!! - gritou minha irmã indo pra cima dele com tudo junto com a sua katana.

- ELENA NÃO FAÇA ISSO! - enquanto grito pra ela, vou atrás dela para impedi-la mas o Familiar de Bartolomeu chega antes e atingiu minha irmã. - NÃÃÃOO!!

Com muita raiva vou pra cima dele, consegui desviar do Familiar mas não fui rápido o bastante e então ele me acerta com uma magia poderosa.
Quando vejo estou no chão; Elena desmaiada e com sangue escorrendo de seu braço, as pessoas correndo com medo e eu deitado em uma poça de sangue - e vi que fui atingido no estômago -, quando olho para frente vejo um Familiar negro e de olhos vermelhos. Era assustador e parecia um demônio... Não, era um demônio.

- Da próxima vez, não se metam no meu caminho ou eu os mato. - disse Bartolomeu.

Quando percebo já era tarde demais, ele fugiu e nós fomos humilhados... Não tínhamos o que fazer.

Ele era forte demais.

As Crônicas De Línis - O Progenitor (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora