"O que é que ela queria?" Pergunta Niall quando desligo a chamada. Olho para ele.
"Falar comigo. E também pediu para tu ires." Respondo e ele abana a cabeça, negando.
"Não, tu não vais, não quero que vás para o meio daquele ambiente." Diz e eu suspiro.
"Niall, eu vou. Eu quero ouvir o que ela tem para dizer." Digo e ele suspira.
"Se não estiveres bem, eu arrasto-te para fora daquilo." Avisa e eu assinto.
"Está bem." Aceito.
"Estou a falar a sério." Diz e eu volto a assentir.
"Também eu." Aperto a sua perna e ele suspira, fazendo um desvio que percebo ser para a prisão.
Pouco tempo depois, estávamos a sair do carro para caminharmos para a entrada. Niall entrelaça os nossos dedos e entramos no estabelecimento, dirigindo-nos para o balcão.
"Boa tarde." O funcionário cumprimenta.
"Boa tarde." Eu e Niall cumprimentamos em uníssono.
"Nós queremos fazer uma visita, é possível?" Pergunta Niall.
"Claro, quem é o recluso?" Pergunta e a palavra que usa soa-me mal.
"Barbara Palvin." Responde o Niall e o homem olha para mim e para ele alternadamente.
"Agora é que os conheci." Diz e eu olho em volta. "Por aqui." Instrui e nós seguimo-lo pelo corredor, entrando numa sala com mesas e cadeiras. Não estava completamente vazia, tinha algumas pessoas. "Sentem-se aqui, a Miss Palvin chegará em breve." Diz-nos e abandona a sala.
Sento-me numa das cadeiras e Niall senta-se a meu lado. Engulo em seco.
"Estás bem?" Niall pergunta e eu assinto.
"Estou." Respondo e a porta da sala abre, o que me faz olhar para a mesma.
Barbara entra no meu campo de visão vestida de cor de laranja e mãos algemadas. Os seus olhos conectam-se com os meus e vejo os seus olhos demonstrarem confusão ao olharem para o meu gorro. É sentada à nossa frente e o guarda prisional fica de olhos postos em nós.
"O que é que te aconteceu?" Pergunta enquanto aponta para a minha cabeça.
"Não tens nada a ver com isso." Niall responde de forma bruta e ela suspira, assentindo e desviando o olhar para o tampo da mesa entre nós.
"Desculpa." Pede.
"O que é que queres falar connosco?" Vou direta ao assunto.
"Eu quero pedir-vos desculpa." Responde e eu franzo o sobrolho. "Quando fiz o contrato com a Modest para namorar com o Niall durante dois anos, não esperava apaixonar-me. Mas a verdade é que apaixonei-me por ele e isso cegou-me um pouco. Odiava-te desde sempre, porque apesar de o Niall já não estar contigo, tu eras a única pessoa em quem ele pensava. Ele estava comigo, mas imaginava que eras tu que estavas ali e não eu. Isso enraivecia-me muito. E quando vocês voltaram a estar juntos, eu passei-me e jurei vingar-me. Queria recuperar o Niall, custe o que custasse. E aproveitei o rancor da Perrie para isso. Ela nunca aceitou que a relação dela com o Zayn tivesse acabado por culpa dela, e escolheu pôr as culpas em cima de ti." Diz e eu aperto a mão de Niall em busca de conforto. Sinto algum alívio quando ele aperta a minha mão de volta.
"Estive estes anos todos a planear o plano perfeito." Conta. "E quando finalmente consegui, a polícia apareceu. Quando premi o gatilho, entrei em choque ao ver a maneira como tu te puseste à frente do Niall e sacrificaste a tua vida por ele. Ou, pelo menos, estavas disposta a fazê-lo. E ver o Niall desesperado quando percebeu que tinhas levado o tiro por ele, ver a maneira como ele se partiu ali mesmo, ver como a sua alma pareceu ter-lhe caído aos pés, fez-me perceber que eu queria algo que nunca tinha sido meu. Estou verdadeiramente arrependida por vos ter feito sofrer desta maneira. Peço imensa desculpa por ter usado as vossas filhas para tentar alcançar o meu objetivo." Pede e eu sinto que as suas palavras são sinceras.
"Então, e a Perrie?" Atrevo-me a perguntar.
"A Perrie..." Barbara divaga. "A Perrie continua furiosa e culpou-me por o plano ter saído furado. Ela está obcecada com a sua vingança. Mas eu vou fazê-la ver a verdade. Vou fazê-la ver que foi por causa dela que a relação dela e do Zayn não resultou. Porque foi mesmo, ela queria ser a única mulher na vida dele, e quando ele viu uma oportunidade de te encontrar, ela não aceitou o facto de deixar de ser a única. Ficou com ciúmes, e esses ciúmes cegaram-na." Conta e eu engulo em seco.
Que loucura.
"Obrigada por nos estares a contar tudo isto." Agradeço e ela encolhe os ombros.
"Explicar toda esta loucura minha era o mínimo que eu podia fazer, depois de vos ter feito sofrer da maneira que fiz." Diz e olha para o Niall com os olhos cheios de lágrimas. "Eu sei que nunca me amaste ou sentiste alguma coisa por mim, sequer, e que jamais irás sentir. Mas eu quero que saibas que gosto mesmo muito de ti, nunca senti nada assim. Apesar de teres olhado para mim e imaginado que era outra pessoa, eu gostava da tua presença e sentia-me amada. Acho que me apaixonei por ti pela forma como olhavas para mim quando imaginavas que era a Rita. E espero que algum dia possa encontrar uma pessoa que ame da forma como tu a amas, e que ela me ame também." Diz, as suas palavras fazem a minha visão ficar turva.
"Tu vais encontrar alguém." Garanto-lhe e ela olha para mim, sorrindo levemente e limpando as lágrimas que deslizavam pelo seu rosto.
"Obrigada." Agradece e eu balanço a cabeça, negando.
"Não, obrigada eu." Agradeço. "Obrigada por teres decidido contar-nos e por teres assumido o teu erro." Digo-lhe e ela assente, sorrindo.
"Obrigado." Niall agradece e a Barbara olha para ele, sorrindo.
"Espero que sejam felizes depois de tudo isto." Deseja e eu sorrio, vendo-a olhar novamente para a minha cabeça. "E espero que consigas vencer essa luta." Os meus olhos enchem-se de lágrimas e ela levanta-se, caminhando até ao guarda que abre a porta e a acompanha de volta à sua cela.
Sinto os braços de Niall envolverem-me e apertarem-me contra si. E eu choro, feliz por a Barbara estar arrependida e não ser mais uma ameaça.
Olá!! Espero que tenham gostado!
Beijinhos
Xx
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Tied Up |N.H| - Sequel of "A Concert Changed My Life"
FanfictionSete anos depois, a vida de Rita está diferente. Muito diferente... A sua relação com os rapazes continua ótima, mas o mesmo não se pode dizer do seu casamento... Estavam na crise dos treze anos. Será que não passa apenas de uma mera crise? "Eu nunc...