01

11.8K 666 155
                                    


Numa época onde os híbridos começavam a ser aceites e integrados na sociedade, a família Mendes decidiu plantar a discórdia e pouco e pouco foi capturando todos os híbridos que encontrava. Inicialmente deram a desculpa de que os iam estudar e tentar identificar alguma doença que pudesse ser transmitida aos humanos "normais" mas na realidade eles arrancavam as orelhas, garras, caudas, membranas e barbatanas, limavam os dentes e aos que eram intersexuais era, no caso das garotas, cortado o pênis e, no caso dos garotos, era cortado o clitóris.

Aos poucos deixaram de se ver híbridos. Os poucos que sobraram viviam escondidos, com medo de serem descobertos. Alguns chegavam a optar pelo suicídio por não aguentarem terem que viver sempre com medo da própria sombra.

As pessoas, no geral, sentiam falta daquelas criaturas tão peculiares e belas que eram diferentes mas ao mesmo tempo tão iguais a elas. Mas ninguém ousava virar se contra a família Mendes, todos sabiam que o patriarca da família era um homem sem escrúpulos que não sentia remorsos ou piedade na hora de tirar a vida aqueles que o desafiavam.

Havia apenas um homem que não baixava a cabeça nunca e que tinha a coragem suficiente para lutar contra ele. Esse homem era Alejandro Cabello.

Depois do nascimento da sua primeira filha, Sofia Cabello, Alejandro viu se obrigado a escondê-la por causa dos Mendes. Sofia era uma híbrida de raposa, só a família e o casal de velhinhos, Sr. e Sra. Vives, é que sabiam da existência da pequena.

Os Vives eram híbridos, assim como Sofia, e tinham um esconderijo na floresta. O esconderijo não passava de uma linda cabana, bem cuidada e com tudo o necessário para sobreviver e protegerem se de possíveis ataques e era para lá que Sofia ia durante a semana enquanto Alejandro e a mulher, Sinuhe, tinham que trabalhar e não poderiam tomar conta dela.

Sofia adorava o casal mas tinha saudades dos pais durante o tempo que ficava escondida na floresta e tudo ficou ainda mais intenso para Sofi quando Sinuhe deu à luz a pequena Camila, sua irmã mais nova.

Na mesma floresta estava Lauren.

Lauren vivia sozinha, não tinha ninguém sem ser uma pequena alcateia que a acolheu quando a pequena híbrida foi abandonada. Apesar de ter crescido na floresta, Lauren sempre teve contacto com humanos. Ela recebia a visita de uma garota, também ela híbrido, que ensinou Lauren a andar, falar e principalmente a esconder-se e proteger-se de humanos como o Robert Mendes (mídia), o famoso caçador de híbridos.

(...)

-Então quer dizer que os Cabello's tiveram uma filha e ela é híbrido?- perguntou com um sorriso sádico no rosto.

-S-sim senhor.- respondeu nervoso- Agora já pode por favor soltar o meu menino? Ele tem só 5 anos, não tem culpa de ter nascido hibrido.

Robert pegou o revolver que estava na gaveta e caminhou até à jaula, onde mantinha a criança presa. Puxou Hugo pelos cabelos e empurrou-o na direção do pai, que o agarrou e avaliou o corpo do filho à procura de algum machucado.

Quando pai e filho se preparavam para sair, Mendes apontou o revovel e atirou na cabeça do pai, acertando em cheio e sorriu ao ver o corpo do homem cair sem vida no chão.

-Agora vamos tratar de negócios, pequena aberração.- caminhou até o rapaz puxando-o para cima.

Com a maior das facilidades guardou o revolver e tirou um canivete começando a cortar as pequenas orelhas de cão do menino. O garoto gritava e chorava até desmaiar tamanha era a dor que sentia. Robert não se podia importar menos, continuou o que fazia e assim que acabou voltou a agarrar no revolver e acertou uma bala bem no peito da criança.

Descontraidamente voltou a sentar-se na sua poltrona com as orelhas e cauda do pequeno garoto que acabára de matar. Deixou-os em cima da mesa e ligou para um dos capangas dele.

-Serviço de limpeza à minha sala, tenho dois corpos.- finalizou e pegou um frasco onde, depois de limpar, guardou as suas mais novas aquisições para a sua colecção.

Levantou-se, carregou num botão debaixo da sua mesa que abria uma porta para a sua sala de troféus. Deixou o frasco ao lado dos milhares que já tinha.

(...)

-Fernando e Hugo desapareceram vai fazer duas semanas. Donna está desesperada, Ale. Os Mendes estão a ficar ousados e a chantagear as pessoas em troca de informações. A mulher de Fernando mostrou-me um bilhete que lhes foi enviado a dizer que se eles não dessem informações sobre a pequena Sofia, era Hugo que iria sofrer.- disse um dos seguranças de Alejandro.

-Merda...- praguejou- Esse infeliz está conseguindo matar todos e ninguém faz nada!

-O senhor tem que pensar na sua filha. Ela não está segura aqui.

(...)

Alejandro acelarava o seu carro o máximo que lhe era permitida, já que a sua única filha estava com ele e por isso ele não se arriscaria a ter um acidente.

Ele iria levá-la para fora do perigo que era mate-la na cidade. A pequena criança iria ser deixada aos cuidados de um casal, velhos amigos da sua família. Viveria e cresceria longe dos país mas era o preço que a família Cabello estava disposta a pagar para que Sofia se mantivesse a salvo.

Entrou floresta a dentro com a filha nos braços caminhando na direção da cabana dos Vive's. O homem chorava como uma criança, externando toda a dor, tristeza e raiva que sentia por ter que simplesmente esconder e abandonar uma parte sua.

Sofia agarrava-se ao pai com a pouca força que uma criança de apenas 4 anos tinha, ela sabia que teria que dizer adeus ao seu pai, assim como já dissera à sua mãe mas ela não queria. Ela só queria ficar em sua casa com a sua mama e o seu papa à espera que a sua irmãzinha nascesse.

Assim que chegaram à cabana foram acolhidos por Rosa, a senhora estava com o coração partido ao ver aquela cena mas era melhor assim. Com os Mendes à solta todos os cuidados eram poucos e por mais que custasse era o certo a se fazer se não quisessem correr riscos.

Depois da despedida complicada e dolorosa, Alejandro pegou no carro e foi embora.

My wolf girlOnde histórias criam vida. Descubra agora