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Camila tinha saído com as amigas, Dinah e Ally.

Comemoravam o facto de a latina, mesmo ainda não ter terminado a faculdade, ter conseguido conquistar um lugar ao lado do seu pai na empresa e de ela ter, finalmente, conseguido abrir um restaurante em homenagem a Sofia.

Sofia desde pequena sempre desejou ser cozinheira assim como a sua mãe, aprendia tudo o que podia quando passava algum tempo em casa e com a sra. Vives.

Apesar de ir de encontra os planos que o pai tinha feito para a primogénita da família, Sofia nunca se importou. Ela só queria seguir os seus sonhos e ser livre para poder viver sem ter medo ou ter que se esconder.

No inicio foi difícil para Camila receber a noticia de que Sofia havia morrido, foi um choque e foram precisos meses de consultas com psicólogos e terapia em família para que a pequena Cabello conseguisse superar e lidar com a perda duma forma saudável.

Com o passar dos anos a latina tinha se tornado uma mulher forte e independente. Desde os seus dezasseis anos que trabalhava nas férias para ter o seu próprio dinheiro e não depender, completamente, da mesada alta que lhe era fornecida. 

Apesar de o seu desempenho no ensino médio não ter sido bom, agora que estava na faculdade a fazer e estudar algo que ela realmente gosta Camila era a melhor do seu curso.

Ela voltava agora para casa acompanhada das amigas, uma vez que elas iriam dormir com ela, quando já estavam na varanda, depois de darem uma pequena corrida do portão até à varanda, depararam-se com uma cena de cortar o coração.

Uma menina, que segundo a avaliação delas não deveria de ter mais do que meros quinze anos, estava encolhida no canto e cantarolava algo baixinho enquanto tapa as orelhas.

Dinah foi a primeira a aproximar-se para tentar perceber o que aquela garotinha fazia ali, quando se baixou para ficar do tamanho da garota reparou na sua nudez e então retirou o seu casaco e colocou à volta da desconhecida chamando a sua atenção, deixando-a hipnotizada quando viu os olhos verdes que a encaravam assustados e receosos.

Lauren olhava para a pessoa à sua frente com medo mas sentia-se feliz por parte do frio ter ido embora e então encolheu-se dentro do casaco, que dava duas dela, e esfregou o rosto no pelo fofinho do casaco assim como fazia quando estava com a mãe.

-Ei o que faz aqui pequena?- a loira perguntou baixinho para não assustar o ser à sua frente.

Imediatamente Lauren parou de se esfregar, olhou para o céu e apontou como se aquilo fosse uma resposta decente.

-Você não gosta da chuva?- a garota apenas negou- Então eu não estou entendendo. Você se perdeu? Quer que eu ligue para a sua mãe?- a pequena baixou a cabeça- Ei fale comigo, eu só quero ajudar.

-Lo sozinha.- sussurrou e encolheu-se ainda mais.

-Oh... E-eu- atrapalhou-se- Peço desculpe, eu não desconfiava. Você não tem casa?- a pequena negou- Você gostaria de entrar? Garanto que estará mais quente e eu arranjo uma roupa para você vestir.- disse puxando a garota para os seus braços e levantou-se com ela no colo- Walz sabe fazer um chocolate quente muito gostoso e Ally pode fazer um bolo delicioso para você comer.

Lauren ficou calada e simplesmente aconchegou-se nos braços da loira, enquanto a ouvia falar coisas que ela não entendia muito bem, deu um salto quando ouviu mais um trovão encolhendo-se e agarrou com mais força a mais alta que logo entendeu e tentou distrai-la enquanto pegava as chaves da mão de Camila e abria a porta logo em seguida entrando.

Camila e Ally olhavam sem reacção a cena à sua frente desacreditadas que Dinah estava a levar uma completa desconhecida para casa e o pior é que a casa nem era dela, o que fez Camila bufar enquanto entrava.

Lá dentro trataram de se secar e tomar banho, Dinah deu banho em Lauren que se divertia com as bolhas e se deliciava com as massagens que a outra fazia nas suas orelhas, no inicio tinha ficado surpresa ao perceber que a garota era um híbrido e ainda por cima tinha algo, que não era suposto estar lá, no meio das pernas mas depois não se importou fazendo algumas piadas para que Lauren relaxa-se e não temesse a sua presença ou reação. 

Era estranho mas as duas sentiam-se bem uma perto da outra, a de olhos verdes sentia-se protegida e segura e a loira tinha despertado um lado seu que nem ela conhecia, um lado protector e cuidadoso. 

Já de banho tomado e vestida com uma calça moletom e um casaco da polinésia, Lauren esperava sentada na cama como lhe tinha sido pedido. Ela estava tão distraída a abrir e fechar o fecho do casaco que não ouviu quando a porta foi aberta por alguém, olhou para a frente e viu alguém estranho ali ficando em alerta, inclinou a cabeça para o lado e analisou a mulher à sua frente.

Ela era bonita e, pelo cheiro que se instalou no quarto quando ela entrou, também era cheirosa. À medida que o medo foi passando ela foi se aproximando mais da latina, que não parava de a encarar com a boca levemente aberta, quando estava frente a frente com ela, a latina assustou-se ao ver duas orelhinhas surgirem no topo da cabeça da garota. Quando Lauren reparou encolheu-se e as orelhas voltaram a desaparecer enquanto ela dava passos para trás amedrontada com a possível reacção da mulher.

-V-você... Eu não acredito. Você é como... como.... Mas é impossível.- divagou ainda encarando a garota.

-Não machuca eu, por favor.- pediu baixinho revelando o seu medo.

A latina tentou aproximar-se mas Lauren encolhia-se mais a cada passo dado. Assim que a porta do banheiro foi aberta por Dinah, Lauren correu e escondeu-se atrás da maior tentando proteger-se dos olhares de Camila.

-Porque se esconde lobinha?- perguntou calma virando-se e pegando-a no colo- Walz não faz mal, porque está com medo?-a garota apontou para o topo da sua cabeça deixando as orelhas aparecerem- Oh ela viu?- assentiu escondendo o rosto no pescoço da loira- Saiba você que ela adoraaaa pessoas especiais como você, apesar de já não serem quase nenhumas, infelizmente.- a garota levantou o rosto olhando para a latina, que sorria deixando-a hipnotizada, e depois para a loira, que sorria sapeca piscando o olho fazendo-a corar- Own você é fofa demais.- disse apertando a bochecha da garota fazendo a mesma resmungar causando risos nas duas mulheres.

My wolf girlOnde histórias criam vida. Descubra agora