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Os machucados de Lauren estavam cicatrizando e o meu bebezinho já não sentia dores, sem  ser quando algo tocava diretamente neles. 

Eu tinha ficado a semana toda a trabalhar em casa para cuidar dela e garantir que ela ficava boa logo mas nem foi preciso fazer quase nada pois tinha funcionários bastante competentes em quem confiava de olhos fechados. Tudo o que tive que fazer foi analisar alguns contratos e depois pude desfrutar da companhia da minha garota mesmo que de longe na maior parte do tempo. 

Lauren por sua vez andava mais manhosa que o normal e isso geralmente não era um bom sinal pois significava que algo a incomodava ou deixava triste e apreensiva, então quando conversei com ela a resposta que obtive surpreendeu-me e fez-me sentir me a pessoa mais idiota do mundo.

Lauren tinha visto nos desenhos animados as crianças a irem para a escolinha e os pais a irem trabalhar e ela queria saber porquê que ela não podia fazer nem uma coisa e nem outra. 

Eu não tinha resposta para aquilo! Como é que eu poderia explicar-lhe que ela não tinha idade para ir para a escolinha mas também não tinha qualificação para trabalhar?

Ocorreu-me pô-la a trabalhar no restaurante mas ela é só um bebé e não pode estar na cozinha pois é perigoso demais e também não pode ficar a atender as pessoas por causa da maneira que fala. 

Era um dilema arranjar uma solução. 

Falei com Dinah e ela deu a sugestão de eu ir apresentando várias formas de arte porque era uma coisa que, se Lauren gostasse e tivesse talento, poderia ser feita a partir de casa e não precisava de frequentar a escola.

Eu nem precisei de me esforçar quase nada, assim que comprei tintas e telas Lauren não quis saber de mais nada.

Foi lindo vê-la toda animada enquanto molhava os dedinhos um em cada cor e passava pela tela, as risadas que saiam da sua boca ao acabar de fazer um caminho de tinta com os dedos enchia o meu coração de amor por ela.

Difícil era fazê-la parar um segundo sequer, ela só parava se eu exigisse atenção ou para mamar.

 Ela era preciosa demais para este mundo e eu tinha tido muita sorte por ela ter vindo para logo em frente à minha casa naquela noite.

Ela era tudo para mim e disso ninguém tinha duvidas e eu sabia que nada nos iria separar, eu a amava demais para deixar que isso acontecesse e sentia esse mesmo amor vindo dela. 

Apesar de não termos a relação mais 'normal' do mundo pois não existe muita safadeza ou encontros e grandes declarações, nós tínhamos o essencial, amor, companheirismo e comunicação, era tudo o que nós precisávamos para fazer tudo resultar.

E mesmo que pareça chato e tudo igual, não era! Todos os dias nós duas descobríamos a demonstrar o nosso amor de formas diferentes. 

Lauren, por exemplo, surpreendeu-me com um retrato nosso que fez num papel antigo de jornal como forma de me mostrar que era uma coisa que ela apreciava e queria.

Era um gesto pequeno mas tão mais significativo que todos os presentes caros que casais 'normais' trocam. Joias, flores e chocolates eu podia comprar a qualquer hora mas um gesto de amor, admiração e gratidão é algo que não tem preço.

Tudo o que eu queria fazer na vida era ficar ao lado dela, ao lado de quem me faz sentir amada e segura, mesmo sendo uma criatura frágil, quem me faz sentir acarinhada e cuidada, mesmo que quem precise de cuidados seja ela.

Ela se supera e superou todas as barreiras que existiam dentro de mim logo na primeira noite em que nos conhecemos.

Eu não tinha duvidas de que eu a amo e nem que ela me ama. 

My wolf girlOnde histórias criam vida. Descubra agora