Capítulo 5

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Um mundo branco se descortina a frente de Natalia enquanto escuta "Você não deveria mandá-la vir aqui! Eles vão pegá-la também" A voz estava enfraquecida.

"Por favor, se apresse, ela não agüentará por muito mais tempo" A última voz era masculina, mas ainda tinha um "q" juvenil e era muito parecida com a que esteve em sua cabeça até pouco tempo atrás, lhe incentivando a crescer forte, a buscar todas as formas possíveis de auto defesa.

"Porque não quer que eu vá até você?" Pergunta Natalia olhando ao redor. A imagem translucida de uma menina surge a sua frente. Essa era a segunda vez que a via em seus sonhos. O cabelo estava sem vida, a pele tinha uma aparência macilenta.

"Estou condenada, você deve ir para onde ainda pode fazer a diferença, não sei como você se conectou a nos, mas não devia ter feito isso". Engolindo em seco, Natalia dá alguns passos em direção a menina.

"Não posso deixá-la, você parece doente e creio que tem me deixado doente também, preciso tentar..."

"Não pode me salvar! E ele precisará de você" A menina a interrompe com lágrimas nos olhos.

"Quem precisará de mim?"

"Você o conhece a muito tempo, não o sente em seu interior?"

"Agni! Guarde suas forças, eu protegerei Natalia!" A segunda voz faz Natalia se virar para trás imaginando que encontraria o dono dela ali também, mas apenas a imensidão branca a saúda.

"Você ainda não é forte para isso! Ainda não controla direito nem sua própria temperatura!"

"Sim, eu sei! Mas não deixarei que nada aconteça a ela, não posso deixar! Ele nunca me perdoaria e muitos sofreriam, sabe o que somos"

"A quem vocês se referem?" Natalia pergunta sem obter resposta.

Um som forte faz a menina tremer de medo, ela olha para trás rapidamente e se vira novamente para Natalia "Tome cuidado!" recomenda e desaparece.

— Natalia? — Martinha a chama, sacudindo-a — Já estamos pousando. — Observando-a, comenta — Você parece assustada. O que foi? Não vai me dizer que teve uma premonição! Diz que não é isso, por favor!

— Não, não tive nenhuma premonição. Só acordei sem entender onde estava. — Natalia, responde. Não tinha coragem de contar sobre seus sonhos. Já a consideravam fisicamente doente, se começasse a falar sobre sonhos era bem capaz de a internarem.

— Graças ao meu bom Deus! — Martinha declara se benzendo e fazendo Natália rir. Ao levantar do acento e recolher suas coisas, nota que o frio parecia ter sido substituído por um calor quase singelo.  

MescladosWhere stories live. Discover now