— Natalia!! Droga! Ela esta passando mal!
— Não, não está — Saymon continua dirigindo sem dar atenção para o que ocorre no banco de trás — Deve ser apenas ele a deixando — Uma nova risada — Que idiota covarde. Agora que a temos, ele não é nenhuma ameaça.
O corpo de Natalia estava aumentando de temperatura e isso a estava deixando sem fôlego. Seu peito começa a doer como se mil agulhas quentes estivessem perfurando seu coração. Lágrimas muito quentes começam a escorrer por seu rosto e ela cruza os braços na frente do peito, se curvando no banco.
"Pare!! Ela está com dor. Assim você vai machucá-la! Ela não é sua escolhida! Não aprendeu nada?!" A voz da menina repercute na cabeça de Natalia que sente a dor se aliviar imediatamente enquanto seu corpo resfria.
"Sinto muito" A voz masculina e cheia de culpa ressoa em sua mente e se esvai.
— Natalia!? — O grito de Martinha soa alto no carro enquanto ela tenta pular para o banco de trás fazendo Saymon perder o controle do carro por algum tempo. O carro dá uma guinada antes de voltar ao eixo.
— Merda!! Endireite-se nesse banco e fique quieta! — Os gritos de Saymon se juntam aos de Martinha.
— Pare esse carro agora mesmo! — Martinha ordena corajosamente não se importando com a arma ainda na mão de Saymon. E por incrível que pudesse parecer foi exatamente o que ele fez.
— Onde estamos? — Martinha pergunta olhando para fora do carro. O local era nada mais que uma grande extensão com árvores espaçadas e o chão coberto de gelo. Eles haviam deixado a estrada principal.
Assim que Saymon sai do carro, Martinha pula para o banco de trás e mesmo com as mãos atadas segura o rosto de Natalia puxando-o para cima para verificar seu estado.
— Eu estou bem Martinha — Natalia tenta passar animo para a amiga.
— Bem uma ova! Você esta febril!
A porta de trás do carro se abre lançando uma corrente fria no interior do carro e atraindo a atenção das duas. Saymon está parado com a arma apontada para Martinha — Saia do carro, você não é mais necessária — Ele fala com a voz fria e não mais atraente para Matinha.
Ela hesita e ele a agarra pelo braço puxando-a com força e atirando-a no gelo acumulado no chão, fora do carro, quase fazendo-a cair. Ela endireita-se rápida ao perceber que ele baixou a arma e desfere uma "benção" bem na altura de seu estômago. Saymon se curva para frente arquejando sem fôlego e Martinha se prepara para finalizá-lo com uma "meia-lua-de-frente" direto na fronte, mas uma risada a distraí e o golpe não se completa com a força necessária.
O dono da risada vem saindo de dentro de outro carro que nem Martinha nem Natalia se deram conta de que estava ali, até o momento. Natalia olha para o homem de terno e óculos preto sentindo a nova ameaça. Já Martinha só vê mais um moreno gato.
— Meu Gsus Cristinho! Todos os bandidos dessa cidade são bonitões? — Martinha exclama embasbacada com o dono da risada.
— Parece que não aprendeu muito bem como lidar com gatas selvagens Saymon — O novo moreno lindo debocha de Saymon que ainda está meio dobrado recuperando o fôlego da pancada que levou de Martinha.— Qual das duas será nossa convidada?
Saymon apenas aponta a arma para Natalia que cambaleante havia descido do carro com a intenção de ajudar Martinha.
O novo moreno ao confirmar qual delas eles queriam, retira uma arma do cós traseiro da calça e aponta para Martinha — Desculpa gata selvagem, mas você é um laço que não queremos — O gatilho é puxado e o estampido alto ressoa fazendo Natalia gritar em desespero.
— Nãoooo!!!
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Mesclados
Ficción GeneralO fogo queima igual a paixão. Conexões mesclam o mundo , conexões mentais mesclam almas. Ainda criança Natália não entendeu o que lhe aconteceu. Mais velha, ainda não entendia, mas as vozes de seus sonhos entendiam e iriam usa-la para novamente es...