Correntes

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Eu não demoraria a voltar, vocês sabem.

Boa leitura, aproveitem.

Xoxo.

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Assim que atravessei a barreira de chamas meus olhos demoraram um pouco para se acostumar, ainda não tinha controle total sobre o meu lado animal, mas precisava tentar por Normani. Procurava sentir seu cheiro, mas a fumaça estava forte, o que só me confundiu ainda mais, por isso confiei na minha audição, eu precisava encontrá-la.

Fechei os olhos, me concentrando, por um momento lembrei de quando esbarrei nela no corredor em meu primeiro dia, em como era assustadora no início. Consegui ouvi por fim passos e correntes ao longe e corri o mais rápido que eu pude, chegando próximo ao penhasco onde Camila ouviu o grito pela manhã, algo não estava certo, eu sentia isso.

Enquanto eu corria meus olhos começaram a embaçar, perdia aos poucos as forças nas patas e eu só ouvia o vazio ensurdecedor, ao longe estava um corpo.

"Não pode ser".

Pensei ao me aproximar, tentando prestar atenção se algo em volta estava nos observando. O corpo de Normani estava frio, sem vida, o sangue de suas bochechas havia ido embora junto de sua feição de durona quando nos encarava.

Com o focinho eu balancei seu rosto, sentindo uma lágrima descer, vendo por fim o enorme corte em sua garganta, ela estava morta. Por minha culpa ela estava morta!

Aos poucos, sentindo meu peito arder, me transformei de volta. Sem forças para sequer ficar em pé.

Coloquei sua cabeça, parte de seu corpo sem vida em meu colo, fazendo um leve carinho em seus cabelos, ela não voltaria, precisava colocar isso em minha cabeça.

Vários momentos se passaram, os conselhos, as brigas, as vezes em que ela reclamava de Camila e até a vez em que fizeram as pazes. Ela se transformava em um lindo urso e não poderia mais fazer isso, não poderia mais implicar com Dinah, ou falar da altura de Ally, Não poderia mais trincar o maxilar todas as vezes em que sumíamos com algo seu, ela não podia mais sorrir.... Tudo isso por minha causa, era tudo culpa minha.

Senti um toque em meu ombro, um toque quente, lágrimas corriam pelas linhas de meu rosto e Camila vendo minha situação abaixou para me abraçar

-Eu estou aqui-Dizia segurando meu corpo enquanto eu chorava, enquanto eu berrava de dor- Eu estou aqui, amor.

Ficamos por um tempo assim, Normani sem vida em meu colo e Camila me abraçando e segurando, como se a qualquer momento eu fosse desabar.

Ao longe pude ver Ally chegando com Dinah, ambas em choque ao ver a cena, Ally não aguentou e se jogou de joelhos, enquanto Dinah olhava sem reação, cada um tinha seu jeito de lidar, seu jeito de receber aquilo.

Eu não queria aceitar, para mim ela estaria de volta, era um pesadelo em que eu logo acordaria, não poderia ser real, nada era.

-Foi minha culpa.

Falei tentando não olhar nos olhos de Camila.

-Não diga isso, a culpa não é sua. Lauren!- Chamou - Lauren, olhe para mim- E vendo que eu não olharia forçou meu rosto.- A culpa não é sua, nunca será, a culpa é da maldita da sua tia apenas, nós vamos dar um jeito, okay? Nós vamos mudar tudo isso.

- Você não pode trazê-la de volta!

Exbranguei, levantando em seguida.

-Não posso- Disse cabisbaixa- Mas posso tentar evitar outras mortes.

-Tentar?- Eu estava sem cabeça- Tentar Camila? Tudo isso é culpa minha, quem será a próxima, Ally, você?- Eu sinto muito Camila, mas eu não vou aguentar isso eu não vou....

Sem aviso, Camila veio em minha direção e me calou com um beijo, segurava em minha cintura sabendo que eu cairia, ela estava comigo, sabia que estava, todas estavam.

Eu não queria mais nenhuma morte, precisava deter isso.

- O que aconteceu aqui?

Perguntou Demi, surgindo nas sombras das árvores.

-Diretora- Disse Ally se recompondo- Eu te explico tudo, mas acho que Lauren deve ir para a cabana se recompor.

Minhas mãos e roupas estavam com o sangue de minha amiga e vendo meu estado a diretora concordou fazendo um sinal com a cabeça para que eu seguisse para a cabana com Camila.

A parede de fogo havia sido controlada por minha morena e as pessoas agora se reagruparam sem saber o que haviam acontecido, algumas olhava para mim e cochichavam, provavelmente perguntando de onde vinha aquele sangue e por eu ser uma Jauregui, não é muito difícil adivinhar o que todos ali constataram.

-Não ligue para eles- Disse Camila me abraçando- Vamos entrar.- Como a cavaleira que era, Camila abriu a porta de nossa cabana para que eu entrasse e em seguida a trancou, observando pela janela o lado de fora, se certificando de que estava tudo certo. Assim que virou me olhando sua expressão suavizou e ela suspirou- Vá tomar um banho, tire essa roupa, eu pegarei outra para você.

Eu nada disse, apenas concordei e segui para o banho tirando a roupa suja de sangue, a água lavava meu corpo, mas não tirava o que eu havia visto, lembrava do som que havia escutado "passos e correntes" e por um momento lembrei do ex de Camila, o mesmo havia usado correntes nela, podia ser apenas uma confusão em minha cabeça, mas ao mesmo tempo fazia algum sentido.

Deslizei pelas paredes do box do banheiro abraçando meu corpo, o sangue ia em círculos pelo ralo do banheiro e eu só sabia respirar fundo, não queria sentir fraqueza, odiava me sentir fraca.

Passando um tempo eu me ergui, peguei a toalha e saí do banheiro, me deparando com Camila fumando um cigarro perto da janela.

-Não sabia que fumava.

Falei sincera.

-Há muitas coisas que você não sabe sobre mim.

Respondeu sem expressão. Eu acabei pegando o cigarro de sua mão, dando um longo trago.

-Também não sabia que fumava.

-Há muitas coisas que não sabe sobre mim.

Retruquei no mesmo tom, naquele momento estava com meu porto seguro e só conseguia pensar.

"Como irei protegê-la?"

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Oi pessoal.

Me perdoem por isso. N me matem ksksksks.

Byeee.

Camren: School For Special PeopleOnde histórias criam vida. Descubra agora