entre o amor e o sexo

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Sendo, por vezes, tão cheio de nada entretanto não podia deixar-me dúbio perante uma inquietação surgente, nos últimos dias, nos meus miolos. Fazia-me imenso alvoroço. Procurava por artigos/esboços em jornais, blogs, revistas, que falasse acerca, e patavinas. Baixei alguns livros, em PDF, da tati Bernardi (ela que sabe exactamente do que fala e, fala bem e com propriedade, então era uma óptima tentativa), mas nada. Não consegui o desejado nem mesmo após ter lido "O Profeta" de Khalil Gibran. Eu queria perceber como dois fenômenos, que no meu ponto de vista nada distintos, se parecem tanto um com o outro. Naquela senda de estar ainda à procura de algum texto que cessasse a minha inquietação, encontrei um livro da cláudia Tajes "A vida sexual da mulher feia", enganado e entusiasmado, que encontraria o que tanto procurava, comecei a lê-lo. Gostei da narrativa, porém não tinha nada de mais. Experimentei o "Sangue quente". A mesma sensação apoderou-se de mim. Ah, chatice pá! Abandonei tudo. Decidi 'masé' libar uma das fresquinhas da noite passada em que os meus primos estiveram cá em casa com um pessoal (era o melhor a fazer) e, infelizmente, péssima balda que tenho de não saber esquecer das coisas, pus-me a pensar outra vez no assunto: mas como pode o sexo e o amor fazerem parte do mesmo fenômeno instintivo? se há inúmeros aspectos que diferem um do outro e raramente os vejo a caminharem juntos. Ambos raramente mesclam-se, retrucava comigo! Pelo que me cabe saber, o AMOR é o sentimento puro, em determinadas situações leviano, algo que temos por dada pessoa, especial, aquela cuja sua presença emana frugalidade, amenidade, tudo nela aglutina-se com o bem (talvez seja esta uma explicação manceba! Que se dane. Há coisas difíceis de se explicar), esta pessoa que funciona como remédio à nossa sensação de desamparo físico e emocional. Já o SEXO penso ser aquele sentimento frívolo que causa inquietação - de quando em quando -, instigação e sensação instantânea de poder e prazer.
Ora, a quem devo atribuir a culpa pela subjetividade e dificuldade em perceber como pode esses dois fenómenos andarem juntos? Embora "incompatíveis". Seria a nós homens? Uma vez que mesmo desprovidos da adrenalina que o puro amor origina "conseguimos" nos envolver sexualmente como se a envolvência coabitasse em nós ao ponto de o confundirmos com o amor ou seriam as mulheres as culpadas? Que procuram por homens generosos, assíduos na relação e românticos ou, pelo menos, aparentemente, mas sentem-se atraídas sexualmente pelos "brutamontes"?! (claro, sem estar aqui a generalizar a hipótese). Dado que conheço vários casais que dão-se perfeitamente bem, têm eles uma vida tranquila, porém levam uma vida sexual paupérrima, muito a desejar, triste, enfadonha, repleta de mesmices e sem plena satisfação. E conheço outros que levam uma vida turbulenta repleta de traições e tudo o que possam imaginar e não se largam por nada. Diria decerto que seria pelo facto de terem uma atração sexual incisiva e sadia! Vivem eles ápices e ciclos frenéticos de puro prazer e orgasmos encontrados. Quanto mais tento perceber, encontrar uma elucidação e/ou solução, mais confuso fico. Será que estamos todos à busca do amor ao invés do sexo ou estamos à busca do sexo no lugar do amor?

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