O lobo esquecido de Konoha

Conflitos familiares

Sabaku no Gaara era o Kazekage da vila oculta da areia, um homem que aprendeu com seus erros e se tornou uma pessoa em quem o povo acreditava. Apesar de não ser de muitas palavras, ele conquistava as pessoas (principalmente as mulheres), com sua gentileza e paciência. Apesar de jovem era sábio e confiável. Ele sabia o que era melhor para o seu povo. Foram todas essas qualidades que atraíram Kanako e a fizeram ficar próxima ao kazekage para protegê-lo. Ela o respeitava e era grata por tudo que ele havia feito por ela e seu filho.

Kanako chegou a vila da areia no que ela acreditava serem os seus últimos momentos, teve certa dificuldade para chegar aquele lugar e estava sem comer havia mais de uma semana. O clima quente durante o dia e gelado durante a noite a deixaram mais debilitada do que esperava, mas a moça não desistiu até chegar a entrada da vila com o seu bebê recém nascido que carregava numa bolsa em suas costas. Por sorte, bem na entrada dos portões, ela avistou um jovem de cabelos cor de sangue e pele branca parado abraçando uma moça de cabelos claros e espetados no que parecia ser uma despedida.

- Cuide-se Temari. - foi o que Kanako ouviu o jovem dizer antes do mesmo acenar um tchau para a mulher que se afastava e de repente virar os olhos em sua direção.

Ela ficou parada encarando o homem, estava ofegante então não conseguia dizer uma única palavra, o calor do deserto já havia esgotado com as suas energias. Gaara deu um passo a frente e isso foi o suficiente para que ela se colocasse em posição de luta. Estava cansada mas não deixaria que ninguém a machucasse ou ao seu bebê. O Kazekage sorriu sem motivo e se aproximou dela apesar dos ninjas a sua volta o pedirem pra ficar.

A medida em que ele se aproximava, Kanako sentia-se mais fraca, suas pernas começaram a falhar e antes que Gaara conseguisse dizer qualquer coisa ela caiu, inconsciente.

Ao acordar, viu-se em um quarto que não conhecia e apesar de ainda estar meio tonta conseguiu se colocar de pé sem fazer barulho. Avistou o homem com os cabelos vermelhos sentado de costas para ela, escrevendo algo em um pedaço de papel. Aquela foi a deixa de que precisava. Se colocou atrás dele como uma serpente, sem fazer o menor barulho, nem sua respiração podia ser ouvida. A kunai já estava posicionada em suas mãos e mesmo fraca não teve dificuldades de imobilizar Gaara e encostar a lâmina em seu pescoço.

- O que você fez com o Itachi? - perguntou imediatamente. Sentia raiva e preocupação ao mesmo tempo. No seu caso isso nunca foi uma boa mistura. Seus olhos logo mudaram e foi então que olhou para o chão e viu a quantidade absurda de areia abaixo dos seus pés. - Quem é você...?

- Sabaku no Gaara, Kazekage. - ele disse, simples e direto, a fazendo recuar num pulo.

Gaara calmo como sempre, se virou para encara-la. Porém sua face segura se desfez quando viu os olhos dela.

- Rinnegan...- sussurrou para si mesmo, tomando uma posição defensiva com a areia agitada ao seu redor.

- Onde está o meu bebê? Responda! - A jovem assumiu uma postura séria, não desviou o olhar do kazegake por nenhum segundo e estava pronta para enfrentá-lo se fosse necessário.

Gaara apontou para um pequeno berço a frente da cama dela e Kanako se aproximou cuidadosamente, ainda com a atenção no homem. Ela não era ingênua e sabia que mesmo tendo a salvo no deserto, aquilo poderia ser uma armadilha já que sua preocupação com o bebê era nítida.

Seu coração se acalmou ao encostar a palma da mão dentro do berço e sentir aquela barriga quente por entre os panos. Se permitiu desviar o olhar naquela hora e reparou que apesar do barulho que havia feito, o filho ainda dormia profundamente. A kunai em sua mão automaticamente caiu no chão e a moça deixou que seus olhos ganhassem o tom de azul que tinham antes. Seguiu para perto do Kazekage e antes que ele pudesse fazer qualquer movimento se aproximou de forma tão rápida que sua barreira de areia não conseguiu acompanhá-la e ficou atrás das costas de Kanako, a fazendo colar no homem que pela primeira vez pareceu abalado.