Capítulo Dezoito

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POV Camila
Vários dias se passaram e eu não havia mexido mais na caixinha. Para ser exata, 6 dias. 6 dias que não abria a gaveta que escondia a caixinha que me deixava mais confusa do que sou naturalmente. Mas hoje, ao acordar, decidi que quando voltasse da aula iria abrir e olhá-la novamente.

Como de rotina, fiz minhas higienes e tomei meu banho matinal. Ao vestir o uniforme da escola, me olhei no espelho e me senti diferente. Um sentimento de coragem aflorava dentro de mim, sentia que tinha a coragem necessária para enfrentar o que fosse preciso. Não entendia direito o porquê de me sentir assim, mas prossegui arrumando o cabelo. Fiz um coque simples com alguns fios da franja soltos, algo rápido, básico e bonito. Coloquei um lacinho vermelho próximo ao coque, para dar um toque fofo a mais. Peguei minha mochila e desci para o café da manhã.

Ao adentrar a cozinha, comi alguns pães de queijo e peguei uma maçã para comer no caminho da escola, caso sentisse fome. As aulas já estavam praticamente no fim, ainda mais para mim, que estava prestes a me formar. Confesso que irei sentir saudade de todos, mas uma etapa importante estava se concluindo na minha vida. O que me deixa inquieta é o meu aniversário estar próximo, ou seja, eu farei 18 anos em breve. Se eu não for adotada antes disso, serei obrigada a sair do orfanato e não tenho para onde ir. Ou seja, vou ter que morar na rua.

Sofia teve sorte. Foi adotada por um casal de empresários da região, que se encantaram com sua doçura no jeito de ser. De vez em quando nos víamos na escola, mas ela não falava mais comigo. Desde que foi adotada, só fica com as populares da escola, esquecendo totalmente de mim e de tudo que vivemos juntas. Não sinto raiva dela, mas é inevitável não se chatear com isso, porque parece que ela apagou todo o passado, incluindo minha participação na vida dela. Deixei isso pra lá e fui pra aula, que passou tão rápido ao ponto de me deixar boquiaberta.

Ao sair da escola, caminhei devagar observando a paisagem, as pessoas, tudo. Estava pensando na caixinha, na minha situação como órfã, na mudança brusca que minha vida iria tomar, cedo ou tarde. Eu ainda não sabia se estava preparada para isso tudo, mas não tinha para onde correr. É viver esse reviravolta e pronto, não existe outra opção.

Me distraí tanto com meus próprios pensamentos que não me dei conta de que caminhei para o meio da rua e que um carro vinha em minha direção. A única coisa que consegui fazer antes de receber o impacto foi me encolher e fechar os olhos, torcendo para que saísse viva e sem muitos machucados dessa enrascada.

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O capítulo é um pouquinho tenso, eu sei 💔 mas será muito importante. Confesso que sofri pra escrever ele e os seus sucessores, então sofram lendo também hahahaha

Espero que gostem babes, peço perdão pela demora. Irei (tentar) atualizar uma vez na semana, se tudo der certo.

Por favor votem e comentem! Isso é como um feedback para mim, que prova que vocês estão gostando. Até o próximo capítulo, beijos🌼💙

The Adopted | CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora