Epílogo

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2 anos depois.

O sol estava se pondo, as nuvens alaranjadas róseas se misturavam com algumas nuvens cinzas de início de verão, particularmente um dia bonito, mas não para os ali presentes.

Suas roupas eram escuras, apropriadas para o local, para aquele dia.

Haviam colegas de trabalho do estúdio, havia os demônios que ela conhecia e havia sua família, que a tanto tempo não via.

Michel se culpava, não conseguiu fazer o que deveria; protege-la.

Michel sentia que ia acontecer algo de errado, por causa do livro negro e o contrato, ele sentia. Poderia ir salva-la com as conexões de Kimisuki, mas estava em uma situação crítica.

Estavam em Paris, Kimisuki estava voltando para casa, estava com febre e precisava ser tratada imediatamente. Então uma explosão e pessoas gritando, um sentimento de que alguém precisava de ajuda. Kimisuki não podia se esconder e estava fraca, com pouco de seus poderes, precisava salvar ela e Milly.

Escondeu Kimisuki em um canto com policiais por perto, colocou um colete a prova de balas e mandou ela ficar escondida atrás do carro blindado dos policiais, colocou a mão em sua testa, a febre só aumentara.

E em um passe de mágica estava em Brascov, em uma rodovia, havia um grupo grande de pessoas o impossibilitando de ver o que acontecia.

Ele temia o que tinha acontecia, a parte realística de sua mente dizia o que aconteceu, dizia em alto e bom som para que só ele pudesse ouvir. A outra parte, a pequena parte que dizia que tudo ia ficar bem, competia com a maior dizendo que não era isso que aconteceu, que ela estava bem.

Empurrou diversas pessoas para poder passar, e lá estava ela:Milly Ryan jogada no meio da rua, sangue escorrendo por sua cabeça se misturando aos cabelos castanhos da garota.

Chegou perto dela, ainda não estava inconsciente, ele sorriu com isso e apertou sua mão, lentamente ela virou o rosto para ele e fracamente, sorriu.

-Você vai ficar bem, eu tenho que te proteger. Acredita em mim, não é?-ele pergunta.

-Acredito.-ela disse fracamente em um sussurro.-Eu te disse uma vez que íamos sair ilesos e saímos.

Mas o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Ele sorriu levemente deixando uma lágrima quente cair pelo rosto, trilhando um caminho em meio ao rosto sujo pela terra levantada pela bomba em Paris.

A ambulância chegou e a colocou em uma maca.

-Quando eu sair do hospital, vamos dar uma volta por aí. Eu estava com saudades.-ela disse antes de ser colocada na ambulância-Eu prometo que vou ficar bem.-garantiu largando a mão do demônio que deveria sair do veículo.

Observou a ambulância ir embora pelas vielas de Brascov, olhou ao redor e viu um cara desesperado, o medo exalando a cada movimento.

Andou até o homem respirando fundo para tentar encontrar uma falsa calma.

-O senhor pode me dizer o que aconteceu aqui?-perguntou.

-Ela não viu o farol vermelho e sem ver bati o carro nela.-ele falou desesperado.-Eu não posso ser preso.

Com essa última frase, Michel não aguentou, havia uma garota atropelada, e ele preocupava se iria preso ou não. Socou seu rosto três vezes até sentir o que estava fazendo e sair dali a passos rápidos.

Pensou na promessa de Milly, ela estava otimista, isso talvez fosse bom, não se desesperar e criar falsas esperanças.

Michel foi acordado de seus pensamentos ao ver o caixão de Milly sendo levado para dentro do cemitério.

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