drinking buddies • ls

the disgusting cheater

Louis

Molly apareceu na cervejaria mais cedo, pouco antes do almoço. Ela queria conversar sobre a nossa relação. Que bela relação.

Depois que ela disse que beijou Gary, eu não tive nem palavras pra dizer alguma coisa. Na hora eu não consegui dar sermão, não consegui xingar, não consegui nem ao menos processar a informação.

Noite passada, assim que a Molly me contou, eu simplesmente levantei e fui embora. Eu fui andar, espairecer e ignorar Molly e Gary. Tirei algumas horas da madrugada para não pensar em nada.

Hoje, Molly disse que nós dois realmente precisávamos conversar. Ela se sentou na mesa comigo e então ela começou a pedir desculpas, disse que não sabia o que havia passado pela cabeça dela.

Os olhos de Molly estavam cheios de lágrimas e eu ainda estava meio sem saber o que fazer. Coloquei meus braços ao redor dela e pensei bem antes de dizer qualquer coisa.

- Mol, o que você quer fazer?

- Como assim?

- Em relação a nós.

- Por que está me perguntando? Eu que fiz besteira.

- Porque eu preciso ver como não te deixar totalmente desamparada.

- Louis, você tá falando sério? - Molly riu de nervoso.- Vai terminar?

- Molly, eu te amo, mas não gosto mais de você. Cada dia que passa eu me sinto mais distante e as coisas parecem não funcionar. Eu juro que eu tava tentando de qualquer jeito passar por essas coisas, mas isso do beijo me quebrou.

- Louis, foi exatamente por isso que eu não te contei, tava com medo de te perder.

- Molly, você não tá feliz. Não do mesmo jeito do começo do namoro.

- Louie, é só uma má fase.

- Molly, eu acho que eu amo outra pessoa.

Molly se soltou de mim, virando o rosto para o outro lado. Eu me sentei direito e então só esperava que ela não chorasse ali, que não fizesse uma grande cena.

- Quem é ela?

- Molly, eu acho que você deveria ir pra casa.

Ela não relutou e então se levantou, indo embora. Fiquei ali por mais um tempo, terminei de comer e então voltei ao trabalho.

Harry não havia aparecido e eu só conseguia pensar que ele estava me evitando. Tive o mesmo pensamento assim que não o encontrei nem mesmo no final do expediente.

Assim que entrei no meu carro, não tive dúvida alguma de onde iria. Acho que eu precisava resolver isso desde o momento em que vi seu rosto e seu ar de superioridade.

xx

- O porteiro disse que era o Harry.

- Seu porteiro lamberia a tampa de um bueiro por mais cinquenta pratas. Vai me deixar entrar?

Gary me olhou com desdém e então se afastou da porta. Eu a atravessei e então me sentei no sofá.

- Gostou do que eu fiz no seu apartamento? Ele parece maior sem as coisas do homem que te amou verdadeiramente nesse último ano aqui.

- O que você quer, Louis?

- Gary... Eu precisei vir. Tenho sentimentos por você.

- É o quê?

- Eu sinto que você é um filho da puta. Molly me contou o que fizeram na trilha aquele dia.

- Não venha jogar a culpa em mim. Sua namorada gostou do que fez.

- Não vim ter uma briga de egos. Molly nem ao menos é minha namorada mais. Eu só vim te fazer uma surpresinha.

- Eu acho que eu não vou gostar disso.

- Achou certo. Sabe... Enquanto eu estava tirando as coisas do Harry daqui e levando para sua casa, eu achei algumas coisas... Interessantes.

- Do que você tá falando?

- Pra começar, eu achei um pendrive, com várias fotos suas com Harry. Algumas até picantes demais, se quer saber.

Gary riu.

- E depois, eu achei um outro pendrive. Só que nesse, haviam fotos suas com uma garota. E se as fotos com o Harry já estavam ousadas, nem queira saber o que eu achei dessas.

- O que você fez?

- Sabe, Gary, nunca achei que você fosse do tipo de cara que monta um pendrive com fotos de cada um de seus namorados. Creepy.

- Louis, o que você fez?

- Gary, sabemos que você namorava Harry pra se dar bem com seu chefe, e namorava uma outra pra se dar bem com sua família, então eu quis ajudar. Mandei os pendrives pra eles... Mas, talvez, eu tenha me enganado e trocado os pendrives.

- Louis?!

- Seu chefe sabe sobre a garota e sua mamãe e papai sabem sobre Harry. Oops.