— Ei, isso doeu! — reclamo baixinho, após Yugyeom morder meu lábio inferior. Soltando uma breve risada para não acordar os demais, seus olhos me observam com certa diversão enquanto cruzo meus braços. — Por que fez isso?
Mesmo que eu o tivesse beijado sem permissão, ele não tinha o menor direito de fazer algo assim comigo. Ou melhor, até tinha, mas eu não estava preparada para tal atitude.
— Porque eu gosto de ver você irritada, Emma — ele se aproxima um pouco mais, deixando-me presa entre a porta da geladeira e seu corpo, sem condições alguma de fugir. — Porque isso deixa tudo ainda mais excitante.
Seus olhos estão cravados no meu, penetrando o fundo de minha alma.
Nunca tinha percebido antes o quanto ele me deixava nervosa, mas agora, apenas algumas curtas palavras suas e meu coração bombardeava rápido demais.
E se ele iria me desafiar assim, por que eu também não poderia?
Afinal de contas, direitos iguais.
— Sabe, acho que você não deveria ficar me provocando — eu falo.
Ele ergue uma sobrancelha, nitidamente intrigado.
— Você acha?
— Sim, eu acho.
— Se esse for o caso, então, o mesmo serve para você — diz, com sua voz intensa causando-me arrepios pelo corpo todo.
Meu melhor amigo irritante estava começando a mexer comigo. Com os meus sentimentos, os meus desejos. E eu não conseguiria controlar a tentação por muito tempo.
— Mas eu não estou fazendo nada.
— Bem, então esse beijo foi um nada? — Suas mãos desceram até minha cintura e passei os meus braços ao redor de seu pescoço, deixando nossos rostos próximos demais. — Tem certeza disso?
— Yugyeom... — começo a dizer, olhando-o diretamente nos olhos, enquanto tento organizar meus próprios pensamentos, ignorando nossos corpos colados demais, assim como nossos lábios, quase se tocando.
— Hm? — ele murmura, como se estivesse me admirando.
— Yugyeom, eu apenas retribui.
— Ao quê, exatamente?
— Ao seu beijo.
— O meu beijo?
— No elevador, ou você não se lembra?
Na verdade, não tinha como esquecer tal acontecimento em menos de vinte e quatro horas. Mas a pergunta saiu de meus lábios com uma pequena insegurança, porque, se ele falasse não, só significava que queria esquecer tudo isso e que a atitude foi somente para me ajudar na crise.
E isso me faria uma idiota esperançosa, supostamente desejando algo mais que nunca cogitaria em qurer, em pensar, se não fosse por aquele ato inesperado.
No entanto, as palavras que saíram de seus lábios trouxeram certo conforto, permitindo-me respirar tranquilamente.
— Como poderia esquecer? — ele disse, os lábios a milímetros dos meus, enquanto um sorriso crescia em seu rosto, provocante, intenso e tentador. — E já que você retribuiu... não deve ser um problema se eu fizer o mesmo outra vez, não é?
Ele não precisava de uma resposta. Estava escrito no meu rosto o quanto eu também queria aquilo, e Yugyeom sempre soube me ler perfeitamente bem.
Por breves segundos, então, seus lábios rosados foram tudo o que eu conseguia ver. E simplesmente apaguei qualquer outro pensamento, qualquer outro contratempo, como por exemplo, a possibilidade dos garotos acordarem e nos flagrarem.
Mas então caí na real. E prestes a negar aquilo e voltar para o quarto, saindo do meu transe, ele preencheu aquela espaço entre nossos lábios, juntando-os e me beijou. Nossas línguas começaram um duelo selvagem entre gemidos baixinhos de prazer e êxtase. Inconscientemente, ele me apertou ainda mais contra seu corpo, como se ansiasse por isso, cada vez mais, e afundei minhas mãos com mais força em suas madeixas, numa tentativa de sentir seus lábios, sua língua, de maneira mais profunda. E eu sorri ao perceber que sua boca tinha exatamente o sabor que imaginei: o agradável gosto do soju de uva que ele tanto gostava, apesar de eu preferir mil vezes os de morango.
Sim, definitivamente, esse cara estava me deixando louca!
Meu corpo inteiro parecia queimar quando tudo começou a ficar mais intenso. Algo dentro de mim pulsava com cada toque dele em minha pele, cada movimento desesperado, e ainda assim, parecíamos inteiramente em sintonia.
— Espera — paro o beijo de repente, quando ele está prestes a tentar tirar minha blusa. Nossas respirações ofegantes. — E se alguém acordar e nos ver aqui, Yugyeom?
— Bem, acho que eles terão muita sorte.
— Sorte?
— Por presenciar o melhor pornô que já tiveram a oportunidade de ver. E tudo isso ao vivo.
Tentei parecer séria diante a situação, e dizer que aquilo não era algo para se brincar, mas reviro meus olhos, enquanto o sorriso em meus lábios crescem, fazendo-o voltar a me beijar, despreocupado.
Sinto uma de suas mãos passando por baixo do meu pijama, deslizando pela minha barriga até encontrarem meu seio, acariciando-o, e tento conter alguns gemidos, que ameaçam sair enquanto ele me provoca.
Ergo um pouco a cabeça para o lado, Yugyeom beija o meu pescoço.
— Ei... — arfo, deixando-me levar por aquele sentimento e tentando encontrar as palavras adequadas em minha mente. — Estou falando sério. E se eles nos virem assim?
— Isso não é um problema para mim, mas não se preocupe — Yugyeom me levantou como uma pena, levanto-me até o banheiro da sala.
Em seguida, trancou a porta, sorrindo de um jeito tão deslumbrante, que qualquer problema que fosse acontecer futuramente, estava completamente distante da minha mente.
Estamos fazendo uma besteira, pensei. Uma besteira gigante.
No entanto, apesar de querer negar, após o beijo no elevador, fugir disso parecia tão... impossível. Era como se um desejo avassalador preso dentro de nós dois tivesse finalmente sido aberto e não dava para evitar. Não dava pra negar.
O êxtase que surgia poucas vezes na vida... Aquela conexão....
— Não sei se é a melhor hora para isso, Emmanuelle, mas... confesso que beijar você no banheiro sempre foi um dos meus maiores fetiches — ele falou, com a voz tão calma, que me surpreendeu.
— Espera, então existem mais de um?!
— Óbvio que sim — confirmou, o sorriso em seus lábios demonstrando quão sérias eram suas palavras. — É meio difícil não ter, quando eu olho pra você quase todos os dias. Quando eu olho pra cada movimento seu, cada atitude, cada expressão...
Eu não consegui deixar de sorrir com aquilo. E a sensação de estar sendo lentamente envolvida por seu olhar, sua intensidade, me fez parecer uma boba.
Novamente, estava prestes a beijá-lo outra vez, quando escutei batidas vindas na porta, seguida por uma falha tentativa de abri-la, pois por sorte, tínhamos a trancado.
Yugyeom pareceu surpreso, fazendo um sinal com os lábios para que eu mantivesse silêncio, então murmurou alto o suficiente para que, quem quer que estivesse do outro lado, escutasse:
— Quem é?
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Friendship ❄ Kim Yugyeom
FanficEmmanuelle sempre considerou Kim Yugyeom como seu melhor amigo irritante. O cara que lhe obrigava a acordar cedo e viver sua vida. Que lhe tirava da zona de conforto, a fazendo sentir um pouco mais de adrenalina e o mesmo que roubava sua paciência t...