— Yugyeom, é você que está aí dentro, cara? — a conhecida voz de Bambam, que se fez presente do lado de fora da porta, indagou, com um pouco sonolência. — Se for, vaza logo daí, eu preciso usar o banheiro!
Mantive meus olhos fixos no garoto alto em minha frente, espantada. Não sabia o que fazer nessa situação, muito provavelmente, ele também não.
Como diabos poderíamos explicar o que estava acontecendo aqui? Não dava para mentir. Simplesmente nada justificaria aquela situação.
— O que vamos fazer? — sussurro para ele, tão baixo que quase duvidei que meu melhor amigo pudesse ser capaz de escutar.
Embora estivéssemos com problema, nossos corpos se mantinham grudados um no outro e ainda conseguia sentir quão excitado Yugyeom se encontrava no momento.
— Eu resolvo isso, não se preocupe.
— Tem certeza?
Meu amigo acena, sorrindo de maneira provocante, antes de me beijar rapidamente e olhar para porta, murmurando:
— Sou eu sim, cara. E, aliás, ainda bem que você acordou, Bam. Pode me dar uma ajudinha?
— Não vou limpar sua bunda.
— Como adivinhou que eu iria pedir isso?
Consigo sentir Bambam revirar os olhos do outro lado da porta.
— Desembucha logo, o que você quer?
— Pode ir no quarto dos meninos e pegar meu remédio para estômago?
— Claro, sem problemas. Só isso?
Apesar de não encarar suas expressões, sabia que nosso colega deu de ombros, como se aquilo não fosse um pedido tão absurdo assim.
— Só. Acho que o álcool não me fez bem, ou talvez eu tenha comido demais.
— Desde quando você tem um estômago tão fraco assim?
— Para ser sincero, também não esperava por isso.
— Bom, para tudo uma primeira vez, não é mesmo? — Bambam indaga, antes de continuar: — Só espero que não tenha vomitado no chão do banheiro ou qualquer coisa parecida. Mato você se eu entrar e ver algo que não quero ver aí dentro.
Yugyeom me encara com um leve sorriso nos lábios. Eu compreendo perfeitamente o significado por trás daquela reação impulsiva e reviro meus olhos. "Mato você se entrar e ver algo que não quero ver ainda dentro".
— O que você faria, se supostamente, isso tivesse acabado de acontecer?
— Kim Yugyeom...
— Por acaso, voltaria para o seu quarto e esquecia a vontade absurda de usar o banheiro?
— Na verdade, não. Eu faria você limpar todo o banheiro e esperaria até que acabasse, para enfim, poder usá-lo em seu estado natural: limpo e cheiroso.
— É justo. Mas, se serve de consolo, não acho que a situação aqui dentro esteja tão ruim assim — ele provoca, olhando para mim.
Sua mão toca minha cintura suavemente e me arrepio, tentando ignorar os dedos quentes em minha pele. Então sussurra, somente para que eu escute:
— Não para mim.
Um sorriso mediano surge em meus lábios ao ouvir isso.
Por que me sentia tão boba nesse exato momento? Deveria estar preocupada com o fato de sermos descobertos. Deveria estar desesperada por sair dali, para voltar ao meu quarto.
— Melhor estar brincando comigo — ele diz, suspirando. — Já volto.
De certa forma, não conseguia acreditar que Bambam realmente tinha caído naquela desculpa barata. Kim Yugyeom nunca teve problemas por beber demais e não era agora que algo assim mudaria.
Mas se havia o feito, que bom. Ao menos, daria para escapar.
Passos são ouvidos se afastando, em direção ao quarto de hóspedes. Eu aproveito a deixa para me despedir.
— Melhor eu sair. Se demorar mais um pouco aqui dentro, é provável que ele nos pegue no flagra.
Seguro a maçaneta, prestes a abrir a porta e correr para o quarto, quando o mais velho segura meu braço com firmeza. Prendendo meu corpo contra a madeira, sinto algo volumoso no tecido fino de sua calça.
— Você não pode simplesmente ir embora e me deixar assim, Emmanuelle. Nesse estado frustrante — ele diz, a cabeça baixa, o rosto próximo ao seu meu pescoço, fazendo-me sentir sua respiração irregular.
— Claro que posso. Inclusive, eu vou.
— Emma, por favor...
— Nós não temos tempo, Yugyeom.
— Se você for... — ele começa, de modo suplico. — Se sair por essa porta agora... saiba que precisará me compensar depois.
— Ah, vou?
— Com toda certeza, vai.
— Isso é o que nós vamos ver — retruco, afastando-me dele e lutando contra a vontade absurda de permanecer ali e terminar o que tínhamos começado. De ficar e correr o risco de ser vista por Bambam.
Desta vez, quando se afastou de mim e me virei para abrir a porta, ele não me impediu. Apenas falou, com a voz tentadoramente calma e sedutora:
— Boa madrugada, Emma.
— Para você também, Yugyeom.
Então passo, fechando a porta e correndo para o quarto.
Que loucura eu tinha acabado de fazer ali?
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Friendship ❄ Kim Yugyeom
FanfictionEmmanuelle sempre considerou Kim Yugyeom como seu melhor amigo irritante. O cara que lhe obrigava a acordar cedo e viver sua vida. Que lhe tirava da zona de conforto, a fazendo sentir um pouco mais de adrenalina e o mesmo que roubava sua paciência t...