Capítulo 8

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— Yugyeom, é você que está aí dentro, cara? — a conhecida voz de Bambam, que se fez presente do lado de fora da porta, indagou, com um pouco sonolência. — Se for, vaza logo daí, eu preciso usar o banheiro!

Mantive meus olhos fixos no garoto alto em minha frente, espantada. Não sabia o que fazer nessa situação, muito provavelmente, ele também não.

Como diabos poderíamos explicar o que estava acontecendo aqui? Não dava para mentir. Simplesmente nada justificaria aquela situação.

— O que vamos fazer? — sussurro para ele, tão baixo que quase duvidei que meu melhor amigo pudesse ser capaz de escutar.

Embora estivéssemos com problema, nossos corpos se mantinham grudados um no outro e ainda conseguia sentir quão excitado Yugyeom se encontrava no momento.

— Eu resolvo isso, não se preocupe.

— Tem certeza?

Meu amigo acena, sorrindo de maneira provocante, antes de me beijar rapidamente e olhar para porta, murmurando:

— Sou eu sim, cara. E, aliás, ainda bem que você acordou, Bam. Pode me dar uma ajudinha?

— Não vou limpar sua bunda.

— Como adivinhou que eu iria pedir isso?

Consigo sentir Bambam revirar os olhos do outro lado da porta.

— Desembucha logo, o que você quer?

— Pode ir no quarto dos meninos e pegar meu remédio para estômago?

— Claro, sem problemas. Só isso?

Apesar de não encarar suas expressões, sabia que nosso colega deu de ombros, como se aquilo não fosse um pedido tão absurdo assim.

— Só. Acho que o álcool não me fez bem, ou talvez eu tenha comido demais.

— Desde quando você tem um estômago tão fraco assim?

— Para ser sincero, também não esperava por isso.

— Bom, para tudo uma primeira vez, não é mesmo? — Bambam indaga, antes de continuar: — Só espero que não tenha vomitado no chão do banheiro ou qualquer coisa parecida. Mato você se eu entrar e ver algo que não quero ver aí dentro.

Yugyeom me encara com um leve sorriso nos lábios. Eu compreendo perfeitamente o significado por trás daquela reação impulsiva e reviro meus olhos. "Mato você se entrar e ver algo que não quero ver ainda dentro".

— O que você faria, se supostamente, isso tivesse acabado de acontecer?

— Kim Yugyeom...

— Por acaso, voltaria para o seu quarto e esquecia a vontade absurda de usar o banheiro?

— Na verdade, não. Eu faria você limpar todo o banheiro e esperaria até que acabasse, para enfim, poder usá-lo em seu estado natural: limpo e cheiroso.

— É justo. Mas, se serve de consolo, não acho que a situação aqui dentro esteja tão ruim assim — ele provoca, olhando para mim.

Sua mão toca minha cintura suavemente e me arrepio, tentando ignorar os dedos quentes em minha pele. Então sussurra, somente para que eu escute:

Não para mim.

Um sorriso mediano surge em meus lábios ao ouvir isso.

Por que me sentia tão boba nesse exato momento? Deveria estar preocupada com o fato de sermos descobertos. Deveria estar desesperada por sair dali, para voltar ao meu quarto.

— Melhor estar brincando comigo — ele diz, suspirando. — Já volto.

De certa forma, não conseguia acreditar que Bambam realmente tinha caído naquela desculpa barata. Kim Yugyeom nunca teve problemas por beber demais e não era agora que algo assim mudaria.

Mas se havia o feito, que bom. Ao menos, daria para escapar.

Passos são ouvidos se afastando, em direção ao quarto de hóspedes. Eu aproveito a deixa para me despedir.

— Melhor eu sair. Se demorar mais um pouco aqui dentro, é provável que ele nos pegue no flagra.

Seguro a maçaneta, prestes a abrir a porta e correr para o quarto, quando o mais velho segura meu braço com firmeza. Prendendo meu corpo contra a madeira, sinto algo volumoso no tecido fino de sua calça.

— Você não pode simplesmente ir embora e me deixar assim, Emmanuelle. Nesse estado frustrante — ele diz, a cabeça baixa, o rosto próximo ao seu meu pescoço, fazendo-me sentir sua respiração irregular.

— Claro que posso. Inclusive, eu vou.

— Emma, por favor...

— Nós não temos tempo, Yugyeom.

— Se você for... — ele começa, de modo suplico. — Se sair por essa porta agora... saiba que precisará me compensar depois.

— Ah, vou?

— Com toda certeza, vai.

— Isso é o que nós vamos ver — retruco, afastando-me dele e lutando contra a vontade absurda de permanecer ali e terminar o que tínhamos começado. De ficar e correr o risco de ser vista por Bambam.

Desta vez, quando se afastou de mim e me virei para abrir a porta, ele não me impediu. Apenas falou, com a voz tentadoramente calma e sedutora:

— Boa madrugada, Emma.

— Para você também, Yugyeom.

Então passo, fechando a porta e correndo para o quarto.

Que loucura eu tinha acabado de fazer ali?

Friendship ❄ Kim YugyeomOnde histórias criam vida. Descubra agora